5º Encontro de Autos Antigos de Congonhas – MG
Mais um Profeta para a coleção
Evento já se notabilizou por retratar a obra de Mestre Aleijadinho em seus troféus
[dropcap]C[/dropcap]inco anos! O número é bastante significativo quando se trata da realização de encontros anuais de automóveis antigos, principalmente quando se sabe das dificuldades envolvidas na empreitada, principalmente a falta de patrocínio. É difícil manter a qualidade e ‘não deixar a peteca cair’. E essa turma não tem deixado mesmo! Nem em termos de estrutura para os expositores e visitantes, nem nos quesitos gentileza, simpatia e calor humano. Isso pudemos constatar ‘ao vivo’, já que acompanhamos esse evento desde a sua criação, em 2010.Nesta edição de 2014 — que aconteceu nos dias 31 de maio e 1º de junho, mais uma vez na Romaria — muitas atrações musicais na tenda principal, nos dois dias de evento, com repertório variado que incluiu MPB, rock nacional e muito samba. É muito gostoso ouvir boa música, enquanto se aprecia (com moderação!) aquele copo de cerveja gelada, prozeando com um amigo que já não se vê há algum tempo… A exemplo de anos anteriores, a Sociedade Musical Nossa Senhora da Ajuda se apresentou, tocando musicas do repertório popular de bandas. A chegada dos músicos foi a bordo de um antigo ônibus Chevrolet C65. Alimentação de ótima qualidade, com preços convidativos fizeram parte do cardápio das barracas sob responsabilidade de entidades filantrópicas, entre elas o Rotary Clube local.
Não foram poucas também as atrações sobre rodas, para o deleite dos aficionados. Assíduo frequentador do encontro de Congonhas, o antigomobilista Eder Gomes levou esse ano um reluzente Chevrolet Impala. O conversível 1967 vermelho com um contrastante interior branco, foi um dos exemplares mais clicados. Ainda falando de Chevrolets, lado a lado um Fleetmaster 1948 e um Bel Air 1954. Interessante reparar como o design dos modelos americanos mudou de forma bem radical na virada dos anos 1940 para os 50. Da mesma geração do Fleetmaster, um Mercury Eight, cujo nome faz referência a seu motor Flathead V8. É um exemplar de 1948, o último ano desta geração, que a partir do ano seguinte daria lugar ao clássico modelo muito procurado pelos amantes de hot rods (para desespero dos mais puristas) e que ficou famoso pelo filme ‘Stallone Cobra’. Entre os utilitários, uma formosa pick-up Ford A fabricada em 1927 e uma reluzente Chevrolet 3100 1954, cuja frente ficou conhecida no Brasil pelo sugestivo apelido de ‘boca de bagre’, sucedendo a ‘boca de sapo’. Trata-se de um modelo bastante raro, já que com essa frente foi fabricado por apenas um ano, dando lugar ao apelidado de ‘marta rocha’ em 1955.
Ainda entre os importados, outros made in USA: o Chevrolet Bel Air 1959 com sua inconfundível traseira ‘asa de gaivota’; o Camaro Type LT 1974; e o Chevelle 1966. E também três alemães: o Karmann Ghia Conversível de 1974; o simpático Opel Olympia 1968; e o Mercedes Benz 280 S.
Alguns colecionadores são ecléticos, gostando de variar bastante os modelos e fabricantes dos automóveis de sua coleção. Outros têm uma clara preferência por uma marca específica e procuram manter exemplares de modelos diferentes, mas da mesma linha. Foi o que reparamos ao fotografarmos uma sequencia de veículos fabricados no Brasil pela extinta Willys Overland. Na fila um Jeep, uma pick-up F75, uma Rural, um Aero Willys 1965 e um Aero Willys 1962. Em comum entre eles, além é claro do fabricante, o nome do proprietário na ficha de inscrição: Robson Eli. Atual presidente do Clube de Autos Antigos de Congonhas, Robson tem mesmo predileção por essa marca de origem norte-americana, embora tenha em sua garagem modelos de outras marcas, entre eles o Bel Air 1954 já citado nesta matéria. O Aero 1962 modelo ‘bolinha’ é o caçula da coleção e nos foi apresentado com todo orgulho.
Destaques dos classificados
Novamente foi bastante grande a quantidade de exemplares da linha Galaxie, nas versões 500, LTD e a mais luxuosa de todas, o Landau. Alguns de sócios dos ‘Galaxeiros das Gerais’, clube de Belo Horizonte, com membros também de outras cidades da região. Outros independentes, como belo Landau 1979, do colecionador Célio Pavão, de Petrópolis, RJ.
Os Opalas também marcaram forte presença esse anos, com carros dos mais variados anos e modelos, dos quais destacamos o Gran Luxo 1974, o Comodoro 1987, o SS 1978 e a Caravan 1976.
Grande apaixonado por Simcas, Cláudio Loty levou a Congonhas sua belíssima Chambord 1966. E nos confidenciou que anteriormente o carro possuía motor 4 cilindros do Opala, uma adaptação muito comum de ser encontrada nos veículos dessa marca de origem francesa, já que ao longo dos anos a mecânica original ganhou fama de ‘beberrona’ e ao mesmo tempo de fraca performance. Mas agora Loty conseguiu um ‘coração’ Tufão V8 original e ficou muito satisfeito em fazer o ‘transplante’, trazendo total originalidade ao carro. E avisa, que o raro clássico tupiniquim ficou muito melhor do que com o motor GM.
Mas raridade mesmo, ficou por conta de um fora de série Quadro 2000 1990. Talvez você nunca tenha ouvido falar nesse modelo. Que tal então Farus? O coupê de quatro lugares e motor AP 1.8 (Gol GT e Santana) tem uma característica que o torna muito especial: foi o último Farus a ser produzido! Permanecendo em excepcional estado, ele sempre pertenceu a uma mesma família, até ser vendido recentemente para seu atual proprietário, João Batista Jorge Pinto Filho, de Belo Horizonte.
O ponto alto do evento foi o jantar de confraternização, que aconteceu na noite de sábado (31), na confortável Churrascaria Zé Dias, bem na entrada da cidade, às margens da Rodovia BR 040. A animação foi geral, com muita dança e ‘conversa jogada fora’.
Na tarde de domingo, o Clube de Autos Antigos de Congonhas prestou homenagem à Prefeitura Municipal, aos diversos clubes presentes, ao Portal Maxicar, e ao site Retroauto, de Francis Castaings. A Romaria estava lotada, de veículos e de público.
Desta vez os expositores levaram para casa como troféu de participação a estatueta de Jeremias. Esculpida pelo artista Deusdete Beato Pinheiro, morador do distrito de Santa Rita do Ouro Preto, ela é a quarta da série completa dos 12 Profetas de Mestre Aleijadinho, um dos principais pontos turísticos de Congonhas. A feliz idéia foi implementada em 2011, com o primeiro Profeta, Daniel.
Texto: Fernando Barenco
Fotos: Fátima Barenco e Fernando Barenco
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