2º Encontro Estadual de Veículos Antigos – Niterói, RJ
Um evento que se consolida
Segunda edição repetiu a receita (e o sucesso!) de 2013
[dropcap]A[/dropcap] parceria começou no ano passado e reuniu o Nictheroy Clube de Veículos Antigos, a Prefeitura Municipal de Niterói e a Neltur — entidade responsável pelo turismo do município. Foi um tremendo sucesso e levou à orla de São Francisco aquele clima nostálgico que só os automóveis antigos sabem propiciar.
E como em time que está ganhando não se mexe, a fórmula foi repetida em 2014, com êxito ainda maior. Apesar da área destinada à exposição dos automóveis ter sido ampliada, por volta das 10 e meia da manhã já era difícil encontrar uma vaguinha disponível para estacionar. Os retardatários tiveram que se contentar em pôr seus veículos nas ruas transversais ou na pista de chegada, mais próxima da praia, oficialmente fora da área do evento. O público presente foi excepcional, em alguns momentos até dificultando o nosso trabalho de registrar com fotos as “raridades”. Tivemos que nos virar! Jovens, casais, crianças… todos aproveitando o lindo domingo de sol — em 3 de agosto — para admirar os automóveis, interagir com os expositores e curtir os encantos da bela praia.
Para completar, o incrível som das duas bandas convidadas a animar a festa. Primeiro a ‘Mustang 65’, com repertório recheado do som dos anos 1970, com muito blues, Rock n’roll e rock progressivo. Um som que atravessa gerações e que não deixou ninguém parado.
Depois foi a vez da Banda Bood Mary & The Munsters. O estilo é totalmente vintage — não apenas através do som voltado para o rockabilly — mas também nos instrumentos, nos figurinos, penteados, nos trejeitos. Puro ‘túnel do tempo’!
Esteve fácil encontrar aquela pecinha rara ou o acessório de época para terminar aquele projeto de restauração, ou simplesmente deixar ainda mais bonito o clássico. Havia vários comerciantes no ‘mercado de pulgas’.
Destaques dos classificados
O 2º Encontro Estadual de Veículos Antigos contou com a presença de membros dos mais diversos clubes fluminenses e também de Minas Gerais. O Opala Clube do Rio de Janeiro compareceu com inúmeros exemplares desse ícone brasileiro que a cada ano arrebanha mais fãs. Nos chamou a atenção uma dupla produzida em 1970. O vermelho na versão Standard, o dourado um De Luxo. Para os mais distraídos, ambos se diferentes apenas na cor. Mas se repararmos bem, notamos que o mais luxuoso se difere bastante da versão espartana: teto em vinil, calotas envolventes, frisos nos vidros e nas caixas de roda, interior mais requintado. Havia ainda um SS 1971 também de 4 portas, que alguns até duvidam que seja original, tamanha a sua raridade.
Os Opalas só perderam em quantidade para os Volkswagens, os campeões de comparecimento em eventos do gênero — natural reflexo dos seus gigantes números de produção ao longo de anos e anos, não apenas no Brasil, mas também nos outros países onde foi fabricado, como Alemanha e Mexico.
A linha Ford dos anos 1970 também esteve muito bem representada, com diversos Mavericks — alguns legítimos esportivos GT V8 — a ‘família Galaxie’ e Corcéis, com destaque para o par de Belinas realmente impecáveis: uma 1974 e a outra 1975.
Apesar de relativamente raros, os Karmann Ghias também estiveram presentes em bom número, inclusive com dois legítimos conversíveis nacionais, cuja produção numerada foi de apenas 178 unidades.
Santa Matilde 4.1, Miura e Puma foram os foras de série brasileiros com carroceria em fibra de vidro. Entre esses destacamos o Puma GTB Série I azul metálico. Lindo mesmo!
Já o Jipe Bird não é um ‘automóvel de época’. Longe disso, fabricado também com carroceria em fibra de vidro, é zero km e seu visual foi inspirado nos antigos Jeeps militares americanos. O chassi é próprio e a mecânica é uma ultra moderna VW flex, a mesma que equipa o Fox. Há a intenção de produzi-lo comercialmente.
Entre as Kombis, a mais admirada foi sem dúvida a pick-up alemã de 1954 com visual original, exceto pelas rodas esportivas e suspensão rebaixada. Até mesmo a cor ‘Dove Blue’ característica foi preservada.
Novamente o mais antigo veículo em exposição é também aquele que é o mais antigo cadastrado no Detran do Rio de Janeiro: o Ford T 1919, que este ano teve a companhia de outro, um Tudor (cabine de aço) um pouquinho mais ‘moderno’: fabricado em 1921. Não podiam faltar também os Fordinhos Modelo A, que sucederam o T a partir de 1927.
Quase tão antigo, o pequenino e simpático Fiat 500 ganhou ao longo do tempo a alcunha de “Topolino”, que em italiano significa camundongo. O exemplar em Niterói é da segunda geração, fabricado a partir de 1948. Também pequeno e igualmente carismático, mas dessa vez produzido na França, um Citröen 2CV de 1967.
Em contraponto, é claro que não faltaram também os grandes e potentes carrões americanos fabricados nos anos 1950, 60 e 70. Estamos falando por exemplo do Chevrolet Belair, (com 4 exemplares); do Impala (com outros 4, incluindo um mítico 1959, com sua traseira ‘asa de gaivota’); do Corvette (com 2); do Camaro (com 3) do Ford Fairlane (com 3 unidades); da pick-up Ranchero; e do Lincoln Continental Mark V (com 2 exemplares). Produzido entre 1977 e 1979, o Mark 5 tem entre suas principais características o formato do estepe estampado na tampa da mala e a janela lateral em forma de escotilha, um recurso já usado pela Ford nos anos 1950, com o Thunderbird.
Texto: Fernando Barenco
Fotos e edição: Fátima Barenco e Fernando Barenco
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