5º Encontro de Veículos Antigos – Santa Maria Madalena, RJ
Na terra da Dercy
Antigomobilistas fluminenses e mineiros se reuniram na praça
dedicada à artista madalenense
[dropcap]A[/dropcap] praça fica bem no coração da pequena cidade do interior fluminense e se chama Coronel Braz. Mas bem que poderia se chamar Praça Dercy Gonçalves. Há ali — além de outras referências — sua estátua estilizada de corpo inteiro e com um dos seios à mostra, uma menção ao famoso desfile da Escola de Samba Unidos do Viradouro de 1991, quando ela foi o enredo. Foi nesta praça também que a famosa cidadã madalenense completou seu centenário em 23 de junho de 2007.
A Secretaria de Turismo não poderia ter escolhido melhor local para realizar o 5º Encontro de Veículos Antigos da cidade, não apenas pela ótima localização, mas também pelo simbolismo envolvido. Mais uma vez a organização ficou por conta do Rio Minas Clube de Veículos Antigos — Núcleo de Macaé-RJ e contou com a participação de antigomobilistas do Rio de Janeiro e Minas Gerais, já que Santa Maria Madalena fica nas proximidades da divisa entre os dois estados.
Um grupo de antigomobilistas cariocas prestigiou o evento pela primeira vez. Roberto Ruschi venceu os cerca de 250 quilômetros de viagem a bordo de seu Oldsmobile Sedanet 1946 — o carro mais antigo do evento — e que acabou tendo a chave trancada em seu interior. Nada que a camaradagem dos amigos não desse jeito.
A abertura oficial do evento aconteceu na noite de sexta-feira (7), alí mesmo na sede da Secretaria de Turismo, com a presença de alguns participantes que já haviam chegado à cidade.
O sábado (8) amanheceu ensolarado e rapidamente a rua em frente à praça foi ocupada pelos automóveis, despertando o interesse dos moradores locais, como sempre acontece em eventos do gênero. Os membros dos Opaleiros de Italva e do Núcleo Campos dos Goytacazes do Rio Minas Clube aproveitaram o bom tempo para preparar descontraídos churrascos.
Destaques dos classificados
Frequentador assíduo deste evento, o antigomobilista Amaro Damasceno teve a idéia de colocar em seu VW 1600 ‘Zé do Caixão’ 1970 um ‘bigorrilho’ no teto, lembrando o principal uso do modelo na época: como taxi. Por isso, foi presenteado por um morador da cidade com um taxímetro de época da marca Capelinha. Agora a caracterização poderá ficar completa.
Ao lado de esportivos como SP2, MP Lafer, Escort XR3, Gol GTS e uma réplica de Shelby Cobra, dois foras-de série nacionais bem raros: o primeiro um autêntico Puma GT 1967 da primeira geração, com mecânica DKW original. O segundo, um Adamo GT2, uma versão menos conhecida que a GTM, fabricada em 1978.
Entre os Fiats, além de um 147, uma Panorama 1984 — modelo muito raro por sinal — e um Uno 1985, da primeira geração brasileira, que embora dê a sensação de não ser tão antigo, pela quantidade de exemplares que vemos circulando pelas ruas, já pode no ano que vem se candidatar à placas pretas.
Entre os utilitários, uma Kombi Standard 1967 e um Jeep CJ3 1953 inteiramente original e em perfeito estado.
Entre os nacionais de passeio nos chamou muito a atenção o Corcel dourado com licença de Niterói-RJ (foto principal). Além do fato de estar em perfeito estado, ele já é do modelo 1975, apesar de ter sido fabricado 1974 e possui teto de vinil, um opcional raro nos Corcéis daquele ano.
Fuscas, Chevettes, Opalas, Passats, Variants e Galaxies foram outros brasileiros de passeio. Entre os novos clássicos o belo esportivo italiano Fiat Coupê 1996, cujo design é de autoria do famoso estúdio Pininfarina, responsável pela criação de muitos ícones da industria automobilística mundial.
Entre os stands comerciais, a novidade ficou por conta do de caricaturas, que eram feitas na hora, por apenas R$ 10,00 em preto e branco ou R$ 15,00 a colorida.
O jantar de confraternização aconteceu no Restaurante Varanda da Serra. No cardápio, variedade de massas, muita alegria e descontração, com direito à musica ao vivo.
Domingo pela manhã boa parte dos antigomobilistas antecipou a volta para casa, já que o dia amanheceu chuvoso e muitos estavam bem longe de casa…
Texto: Fernando Barenco
Fotos e edição: Fátima Barenco e Fernando Barenco
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