1º Clássicos Brasil – São Paulo, SP
Um prêmio aos melhores carros antigos nacionais
Evento reuniu em um mesmo local relíquias do antigomobilismo nacional e emocionou os presentes
[dropcap]N[/dropcap]o evento foi possível ver de perto raridades de colecionadores, carros que pouco rodam e com muita história. Uma verdadeira realização para quem gosta de automóveis antigos.São Paulo, janeiro de 2015 – Saudosismo e realização foram as palavras que marcaram o 1º Clássicos Brasil, exposição de carros clássicos nacionais, que aconteceu este fim de semana (23 a 25/01), no Clube Hípico Santo Amaro, em São Paulo.
— A ideia de fazer o evento surgiu parar valorizar todos os carros da indústria nacional e a indústria dos fora-de-série, o carro nacional tem todo respeito do brasileiro. Estamos emocionados e felizes com esta primeira edição e repletos de planos para o ano que vem —, diz José Ricardo de Oliveira, da ZR Soluções Automobilísticas, organizador e realizador do evento.
— As pessoas se emocionavam… Esses carros clássicos carregam a história da indústria automobilística nacional e da sociedade da época. Deveriam ser vistos e considerados realmente como uma atividade cultural brasileira —, diz Oliveira.
Premiação
Entre os cerca de 130 carros inscritos, três raridades do acervo da FIAT, 32 foram premiados pelo evento, divididos em categorias. Vale ressaltar que para efeito de premiação foram considerados veículos com mais de 30 anos de fabricação e 80% de originalidade.
Foram oito juízes, especialistas na área, que tiveram a difícil e importante missão de escolher os melhores dos melhores: Carlos Eduardo Albuquerque, colecionador e restaurador; Fabio de Cillo Pagotto, engenheiro, editor da revista Collector’s Magazine nos anos 90; Gabriel Marazzi, jornalista especializado em automóveis; Lincoln Gomes de Oliveira, engenheiro da área automotiva; Luciano Dallago, colecionador e restaurador; Paulo José Meyer Ferreira – ex piloto de competição internacional, publicitário, colecionador especializado em automóveis brasileiros e alemães; Portuga Tavares, jornalista do setor automotivo e consultor do Programa Auto Esporte da TV Globo; e Reynaldo Scalco JR, colecionador.
Destaques dos classificados
Para receber o troféu, cada carro ‘desfilou’ na Alameda dos Clubes, um caminho que tinha bandeiras de clubes filiados à Federação Brasileira de Veículos Antigos, como forma de homenagear estes apaixonados do antigomobilismo.
Na categoria JK (veículos fabricados até 1960), que retrata a infância da indústria automobilística brasileira, com os primeiros modelos fabricados por aqui, ainda com algumas (ou muitas) peças importadas e similares aos modelos de origem das matrizes das fábricas, foram premiados: Romi Isetta (1956) – de André Beldi, DKW Universal (1956) – de Flavio Gomes, VW Kombi Standard (1960) – de Walter Beringhs e Monarca – de Alexandre Atie Murad.
Na categoria Tropicalismo (entre 1961 e 1966) – época em que os veículos passaram a ter alto índice de nacionalização (mais de 90%) e isso incrementou a indústria de autopeças nacional. Projetos, alterações e modelos brasileiros, exclusivos surgiram, consolidando o parque industrial do Brasil – foram premiados: Esporte Brasília (1961) – de Sergio Campos, DKW Belcar 1000 (1963) – de Stevens Beringhs, Fusca 1200 ‘Pé de Boi’ (1965) – de Paulo José Meyer Ferreira e Willys Renault Teimoso (1966) – de Paulo José Meyer Ferreira.
Na categoria Milagre Brasileiro (entre 1967 e 1973) – nesse período aconteceu um grande desenvolvimento, devido a diversos investimentos das fábricas, fortalecendo ainda mais nossa indústria. Isso durou até a crise mundial do petróleo, no ano de 1973 – foram premiados: Willys Itamarati Executivo Limusine (1967), Opala 3800 (1969) – de Reynaldo Scalco, Shark (1970) – de Sergio Trivelatto, Galaxie 500 (1971) – de Fernando Ceolin, Karmann Ghia Coupé (1971) – de Walter Beringhs, Ford Corcel GT (1971) – de Sergio Vaz, Alfa Romeo JK (1972) – de Wanderlei Natali, VW Variant (1972) – de José Mateus Lopes e LTD Landau (1973) – de André Beldi.
Na categoria Geração Disco (entre 1974 e 1982) – esta época foi marcada pelo lançamento de uma nova geração de carros médios, menores e mais econômicos (uma forma encontrada para sobreviverem a crise do petróleo) e pelo fechamento do mercado para importações de automóveis a partir de 1975 – foram premiados: Dodge Charger R/T (1972) – de Reinaldo Silveira, Ford F 75 (1973) , Maverick Coupé V8 (1974) – de Gregory Vaz, Maverick Sedan V8 (1974) – de Andre Vaz, Chevrolet Chevette (1974) – de Carlos Locatelli, VW Brasília (1976) – de Alexandre Artea, Dodge Dart 4 portas (1977) – de Fabio Batistini e Réplica Porsche 356 Envemo Super 90 (1981) – de Fernando Hormain.
E, na categoria Nova República (entre 1983 e 1992) – nesta época as grandes fábricas se globalizaram e surge o conceito do ‘Carro Mundial’, fabricado em diversos países e com componentes vindos de diversas fábricas, fornecedores e filiais de vários países. Isso até a abertura das importações pelo governo no inicio da década de 1990 – foi premiado o Escort L (1985), de Erwin Moretti.
O 1º Clássicos Brasil também teve uma premiação especial que destacou os veículos: Galaxie Ambulância (1969) – de Clássicos Caslini, Fusca de Competição AUTOZOOM – de Oswaldo Guilherme Decanini, Fiat 147 – do acervo Fiat, GM Carbrasa Ônibus Escolar (1962) – do Colégio Dante Alighieri, Dogde 1800 – do acervo Fabio Steinbruch e Puma GTE Espartano (1972) – de Heinzjurgen Halle.
Leo Steinbruch, também criou o prêmio Fábio Steinbruch, em homenagem ao irmão, a quem o 1º Clássicos Brasil foi um tributo. Por ele foram premiados cinco carros: Dodge Charger R/T (1971) – de Pedro Ramiro Horn, Maverick GT (1977) – de José Roberto Vaz, Puma DKW (1967) – de Ricardo Prado, Puma GT (1968) e Willis Interlagos (1966) – de José Adolfo Bastos.
O evento
A intenção é que em cada uma das próximas edições tenha o lançamento de um carro. Como foi o caso do Monarca 1954, que foi desenvolvido e montado por Olivier Monarca, projeto a partir de um Porsche 356. Há alguns anos Oliveira o achou e o resgatou, pesquisando toda sua história e colhendo fotos da época. Posteriormente foi comprado pela família Murad, que fez todo o processo de restauração e, 60 anos depois, repaginado, foi lançado no Clássicos Brasil, representando o começo dos carros fora-de-série no país.
O evento contou também com Espaço Kids com brinquedos para divertir as crianças e Espaço Mulher com direito a massagem.
— Foi muito bom ver as famílias passeando e se divertindo, pais e filhos apreciando os carros, crianças brincando, mulheres se distraindo. Era o que queríamos: um espaço para todos que tivesse o universo do carro clássico em comum —, diz Oliveira.
Entre os expositores, havia vendedores de carros, roupas, capas automotivas, pacotes de viagens, por exemplo. Tudo voltado ao público que gosta de carros antigos. Mas, o que chamou a atenção mesmo foi o ‘Mercado das Pulgas’, onde era possível encontrar desde peças antigas de carros, até miniaturas de automóveis, CD´s, talheres com pedrarias, louças, brinquedos, antiguidades, placas decorativas em alumínio, tudo no melhor estilo vintage.
O 1° Clássicos Brasil foi uma realização ZR Soluções Automotivas, RRBB Propaganda e Marketing e DTS Promoções e Eventos. O evento tem como patrono o Chrysler Clube do Brasil, filiado à Federação Brasileira de Veículos Antigos, e tem como embaixador Fábio de Cillo Pagotto. O apoio institucional é da Federação Brasileira de Veículos Antigos, representada pelo presidente Roberto Suga.
Entre os apoiadores: AMK Viagens, New Dog, Camargue Asset Management, Cral Bateriais e Brasc Construções e Incorporações.
PREPARE-SE, 2016 tem mais!
Texto: VGCOM – Vanessa Gianellini Comunicação
Fotos: Odair Ferraz e VGCOM
Edição: Fernando Barenco
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