MINIATURAS
Com papel e com (muito!) talento
Desenhista gráfico do Rio de Janeiro, reproduz automóveis com extrema perfeição, tendo o papel como matéria prima
[dropcap]Q[/dropcap]uem vê a miniatura pronta custa a creditar! É de papel? É mesmo! Dono de refinada técnica, o desenhista gráfico Cláudio Moreira, hoje com 52 anos, começou a desenvolver sua arte aos 10. O garoto era apaixonado por veículos e teve a idéia de desenhar portas, faróis e janelas em caixinhas de pasta de dente. A próxima fase foi a instalação das rodinhas.
— Eu tinha brinquedos bons, mas nada comparado a uma boa caixinha de pasta — recorda-se Cláudio.
Como sempre teve muito talento para o desenho, logo veio a idéia de usar cartolina, cola, tesoura, réguas e lápis de cor para desenvolver seus próprios carrinhos. Mas não passou mesmo de uma brincadeira de criança.
Já adulto, em meados dos anos 1990, Cláudio começou a frequentar as reuniões do Opala Clube do Rio de Janeiro, que aconteciam no Leblon. Desenvolveu então uma miniatura do Opala e levou para a turma ver. O sucesso foi imediato, já que não havia miniaturas do modelo a venda no mercado, como aliás acontece até hoje com a maioria dos automóveis nacionais. Assim surgiram as primeiras encomendas e o que começou como brincadeira de garoto e depois virou hobby é hoje é uma importante fonte de renda do artista que vive no bairro do Rio Comprido.
Cláudio é capaz de reproduzir qualquer modelo, usando o papel como principal matéria prima. E o resultado é surpreendente, pela riqueza de detalhes e fidelidade ao automóvel de verdade. O primeiro passo é fazer no computador o desenho da carroceria, baseado nas fotos do carro enviadas pelo cliente, nas fichas técnicas e outras informações e detalhes pesquisados na Internet. Depois vem a adequação do desenho à escala encomendada pelo cliente. Geralmente são 1×25, ou 1×36, mas podem ser feitas em outras escalas desde de que haja condições para se executar o trabalho, de modo a apresentar um resultado de boa qualidade. O desenho da carroceria é então impresso em papel triplex. As demais peças de acabamento, como parachoques, faróis, bancos, etc… são feitas separadamente, montadas e incorporadas ao carro. Vem então a fase de pintura e finalização.
Em função da secagem da cola e das tintas, cada miniatura não leva menos de 5 dias para ficar pronta. O papel representa 90% do material utilizado. O restante fica por conta de cotonetes, paus de pirulito, embalagens de comprimidos, chapas de off-set…
— Nada vai para o lixo antes do meu crivo rigoroso para avaliar futuras utilidades! (risos) — diverte-se Cláudio.
Destaques dos classificados
Autodidata, o artista não tem idéia de quantas miniaturas já fabricou até hoje. E em função do tempo que leva para faze-las, não consegue formar um grande acervo próprio, trabalhando apenas por encomendas. E a divulgação de seu trabalho é basicamente na base do boca-a-boca (nós, do Portal Maxicar, tomamos conhecimento de seu ofício num encontro de automóveis antigos que aconteceu em São Pedro da Aldeia –RJ, em maio de 2010, quando o antigomobilista Marcos Canedo nos apresentou seu mini Monza S/R 1986, idêntico ao “de verdade” que possui).
O valor de cada miniatura parte de R$ 150,00 levando-se em conta sua complexidade e escala a ser usada. Cláudio já trabalhou em projetos bastante complexos, mas sempre encara esses desafios com muito entusiasmo.
— Tenho feito apenas automóveis, a partir das encomendas que recebo. Mas incursões em outras áreas seriam divertidas, como trens, aviões, navios, casas, abajures… sei lá! Se eu concluir que com o material que eu uso, determinado trabalho vai ficar bom, por que não fazer, não é mesmo?
Contatos:
Cláudio Moreira
claudio1592@gmail.com
Tel.: (21) 8276-5054
Texto: Fernando Barenco
Fotos: Divulgação
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