Alguns dos mais sensacionais carros-conceito norte-americanos criados entre as décadas de 1930 e 60
Os carros-conceito estão sempre entre as principais atrações dos salões de automóveis de todo o mundo. Eles intrigam e surpreendem o público com aquele visual fora do comum e inovações tecnológicas inimagináveis em nossos carros de rua, mas que acabam sendo incorporadas alguns anos depois. Mas esse recurso dos fabricantes não é nenhuma novidade de nosso tempo e nem mesmo entrou em prática há apenas poucas décadas. Saiba que há quase 80 anos, a General Motors já apresentava o Y-Job, um projeto da divisão Buick, hoje considerado o primeiro automóvel-conceito da história. No entanto, a prática de se criar veículos de exibição que antevêem o futuro se popularizou mesmo na década de 1950 e, — exageros à parte — nenhuma montadora queria perder a oportunidade de mostrar que estava antenada. Selecionamos aqui dez desses projetos, mas se você pesquisar na internet irá descobrir inúmeros outros.
BUICK Y-JOB 1938 – Considerado o primeiro carro-conceito da história. É o belo carro que também é a foto principal dessa matéria. Seu projeto é do então jovem chefe do departamento de design da GM, Harley Earl. Não foi desenvolvido com a intenção de ser um automóvel de produção normal posteriormente, e sim apenas a de testar inovações tecnológicas. E ele possuía algumas inimagináveis para aqueles longínquos anos 1930, como faróis escamoteáveis de acionamento elétrico, vidros também elétricos, parachoques envolventes e maçanetas embutidas. Note que seu visual influenciou bastante a indústria automobilística dos anos seguintes. Apesar de ser um automóvel de exibição, Earl o dirigia regularmente pelas ruas de Detroit.
CHRYSLER THUNDERBOLT LE BARON 1941 – Foram fabricados cinco exemplares do Thunderbolt. Com carroceria em alumínio, seu projeto é de Alex Tremulis com a colaboração da encarroçadora Le Baron. Seu visual é limpo e fluido. Na dianteira, chamava a atenção não apenas os faróis escamoteáveis, mas a ausência de grade. A refrigeração era feita através de duas aberturas sob os parachoques. Seu teto rígido era retrátil e não havia maçanetas, mas botões para a abertura das portas. Existem ainda hoje quatro sobreviventes, um deles no acervo do Museu Walter Chrysler.
PONTIAC BONNEVILLE SPECIAL 1954 – A divisão Pontiac da GM também teve seu carro conceito. Aliás, o primeiro esportivo de dois lugares da marca, embora nunca tenha entrado em produção, sendo fabricadas apenas duas unidades. Com teto bolha com abertura estilo “asa de gaivota”, o Bonneville Special possuía carroceria de fibra de vidro. A partir de 1958, a Pontiac passou a produzir um novo Bonneville, que nada tem a ver com este conceito.
Destaques dos classificados
FORD MYSTERE 1955 – A proposta da Ford com o Mystere era apresentar um automóvel com uma série de inovações, a começar pelo motor traseiro turbo gás. Seu design antecipava em parte o que a Ford iria apresentar dois anos depois. O teto era em forma de bolha, como outros conceitos daqueles anos. Os acentos eram individuais para quatro ocupantes, sendo os da frente giratórios, para facilitar a entrada e saída. O volante tinha formato de manche. Contava ainda com telefone e TV para os passageiros de trás. No entanto, o Mystere nunca ficou completamente pronto. O protótipo apresentado em 1956 não possuía motor.
LINCOLN FUTURA 1955 – É um dos mais conhecidos carros-conceito da década de 1950. Foi idealizado pelo jovem estilista da Divisão Lincoln-Mercury, Bill Schmidt. Conta a lenda que ele teve a ideia do automóvel quando se deparou com um tubarão, enquanto estava em férias nas Bahamas. O carro foi vendido ao colecionador George Barris que em 1966 o transformou no Batmóvel da série de TV, tornando-o famoso no mundo inteiro. Foi vendido em 2013 por mais de US$ 4 milhões.
CHRYSLER DIABLO 1956 – Extremamente aerodinâmico e com desenho futurista — como era de se esperar de um conceito — o Diablo foi uma parceria entre a Chrysler e o estúdio italiano Ghia. Foi fabricado somente um único exemplar, que sofreu modificações ao longo de três anos, tendo como resultado final a versão conversível da foto. Ele sobrevive até hoje e seu proprietário recusou a proposta de US$ 1,2 milhão em um leilão realizado em 2008.
FORD X2000 1958 – Diferente dos outros conceitos dessa reportagem, esse nunca existiu, pelo menos em sua época. O modelo para lá de futurista foi apenas um exercício de estilo da Ford e suas imagens foram muito difundidas em revistas, mas jamais saiu do papel. O exemplar da foto é de verdade e foi fabricado em meados da década de 1990 pelo projetista e customizador inglês Andy Saunders, que procurou seguir à risca o original. Utilizou no projeto o chassi de um Mercury Monterrey 1962.
GENERAL MOTORS FIREBIRD III 1958 – É quase um avião sem asas. Como o próprio nome denuncia, foi a terceira versão de uma série que teve início em 1953. O extravagante veículo que chamava a atenção pelas barbatanas, possuía elementos em titânio e motor de turbina a gás com 230 hp. Vários equipamentos herdados dos aviões como sistema de orientação, volante modelo manche e sistema de travamento das portas. Tudo para dar a sensação de pilotar uma aeronave.
CADILLAC CYCLONE 1959 – Com visual para lá de hi-tec, inspirado nos foguetes da época, o Cyclone foi um dos últimos projetos do lendário Harley Earl. Possuia motor dianteiro, transmissão automática e um sistema de radar — parecido com o hoje comum sensor de estacionamento — com scanners que ficavam instalados nos dois “narizes” em forma de turbina. A cobertura era em forma de bolha, como nas aeronaves e podiam ficar escondidas no compartimento da parte traseira. As portas eram deslizantes.
FORD GYRON 1961 – Apresentado no Salão do Automóvel de Detroit, era um veiculo de duas rodas, com sistema de giroscópio. Quando parado, ficava apoiado sobre duas pequenas hastes de sustentação. Foi criado como uma peça de marketing. Chamou muito a atenção do público como curiosidade, mas não foi levado suficientemente a sério para que se colocasse em produção algo ao menos parecido. Seu projeto é de Alex Tremulis, que havia trabalhado anteriormente na Tucker e na Chrysler (veja o Thunderbold, acima). Mas sua formação foi na Força Aérea Americana. Dai o visual de nave espacial do Gyron.
Texto e edição: Fernando Barenco
Fotos: Web
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