Certificação será muito mais rigorosa que a das placas pretas
[dropcap]C[/dropcap]omo a imprensa já vem divulgando amplamente nas últimas semanas, a partir de 2016 teremos um novo sistema de licenciamento no Brasil, com a adoção de um modelo único de placas para os paises do Mercosul: Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia.
Na prática, as placas pretas como as conhecemos deixarão de existir, já que para veículos de todas as categorias elas terão sempre fundo branco. E essa medida não mudará em nada o conceito de “Veículo de Coleção”, cuja placa terá grafismo cinza, diferente, por exemplo, dos veículos particulares em geral, cujo grafismo será preto.
Muda também a disposição e quantidade de letras e números. Serão quatro letras e três números. Para os colecionadores, isso significa duas coisas: todos os veículos terão suas combinações alfanuméricas trocadas; não será mais possível ter placa de licença com o ano de fabricação do carro, prática tão em voga entre os antigomobilistas, o que é uma pena!
[su_pullquote]Na prática, as placas pretas como as conhecemos deixarão de existir, já que para veículos de todas as categorias elas terão sempre fundo branco. E essa medida não mudará em nada o conceito de “Veículo de Coleção”[/su_pullquote]
Em meio a essas mudanças, eis que surge no site da Revista Auto Esporte uma notícia que nos leva àquele velho pensamento: ‘como é que ninguém havia pensado nisso antes?’
Não preciso falar aqui na verdadeira bandalheira que se tornou esse negócio de placa preta. Todo antigomobilista conhece bem a situação, com o número crescente de placas irregulares e piratas (emitidas através de despachantes). Infelizmente, esse novo sistema de placas não irá ajudar em nada a acabar com essa situação. Isso porque a lei continuará a mesma: ou seja, repleta de falhas.
Alheia à mudança na cor da placa — e imagino que não tenha nada a ver diretamente com essa mudança — a Federação Brasileira de Veículos Antigos (FBVA) anunciou que criará uma “placa preta extra-oficial”, que certificará os “veículos históricos”. De acordo com o que informou à reportagem do site o presidente da entidade, Roberto Suga, “ela será dada a veículos de mais alto grau de originalidade e de valor histórico significativo”.
Para receber essa placa adicional — que não será necessariamente preta e que não substitui a placa de licença — o veículo passará por um rigorosíssimo processo de avaliação. Além de extrema originalidade e estado de conservação, tudo terá que funcionar, como se novo o carro fosse, informa a reportagem da Autoesporte.
Destaques dos classificados
Entramos em contato com Roberto Suga, que ficou de nos dar maiores detalhes sobre o assunto em breve. Por hora, vamos aguardar.
Ainda sobre o impacto da inesperada notícia, podemos chegar a algumas conclusões:
– Independente da legislação oficial sobre veículos de coleção, estará se criando no Brasil uma nova categoria de veículos antigos: a de veículos com verdadeiro ‘pedigree’, o que será ótimo para o incentivo à preservação.
– Esses veículos não estarão sujeitos às brechas da atual legislação da placa preta, pois serão avalizados e fiscalizados por uma entidade privada, que ao sinal de qualquer irregularidade poderá cassar o título de “veículo histórico”. Para que funcione, independe de burocracia governamental e da chamada ‘vontade política’.
Sem conhecermos ainda a fundo o assunto, vemos que a ideia tem tudo para dar certo e desde já parabenizamos a FBVA pela iniciativa e torcemos para que entre em vigor em 2015.
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