10 Perguntas ao Presidente, com Fatima Barenco Conteúdo Nossos Colunistas

HUMBERTO HORTA – Clube do Fusca do Amazonas

Três centenas de fãs que vêm do Norte do Brasil

[dropcap]U[/dropcap]m administrador público repleto de histórias, sua vida desde a infância girou em torno do Fusca, como ele mesmo diz … “Sou uma eterna criança, saudosista dos tempos em que uma das melhores coisas da vida eram os passeios no chiqueirinho do Fusca de meu pai. Sou um ‘fuscamaníaco’ que admira o que este projeto representou na história automobilística mundial e o que representa na história de tantas famílias brasileiras, incluindo a minha. É uma paixão herdada de meu pai e que, por incrível que pareça, não foi herdada pelo meu filho, que é adepto aos veículos mais modernos (um dia, quem sabe eu não o convença). Hoje divorciado, continuo à espera daquela que conseguirá olhar para um Fusca com os mesmos olhos que eu e que compartilhará dessa mesma paixão até o último dia.”

Este mês vamos lá para o Norte do Brasil conhecer um pouco do Clube do Fusca do Amazonas e conversar com o seu presidente, Humberto Ribeiro Horta Neto, conhecido também como “Betão e “Betaum” na internet.

 

    “Tentamos auxiliar a todos na manutenção de seus carros com dicas, contatos e até mesmo aquele famoso mutirão ‘quando o calo aperta’.”
1.gifNos conte como surgiu o Clube do Fusca do Amazonas. Quantos membros possui?

Humberto – O Clube do Fusca do Amazonas surgiu da iniciativa de alguns poucos amigos e apaixonados pelo carrinho. De forma resumida, em 2003 quando consegui, novamente, comprar um Fusca como segundo carro, sugeri a um amigo que montássemos o Clube do Fusca do Amazonas nos mesmos moldes do que já havia em outras cidades do País. Ele gostou da ideia e pediu que eu organizasse, já que ele não tinha jeito pra coisa. Organizei o primeiro encontro, o roteiro da primeira fuscarreata e ele fez os contatos. Começamos em 22 de março de 2003 com 5 associados e ultrapassamos os 300 em nosso aniversário de 10 anos. A marca do Clube tem as 5 estrelas, que fazem alusão aos 5 primeiros membros do Clube, além da lembrança de que tudo que é 5 estrelas é o que há de melhor. A página do clube é FUSCAUM, que lembra “BETAUM”, ou “FUSCAUM do BETAUM”, que também lembra “FUSCA UM” ou “FUSCA 01” que deu origem ao Clube. Tudo foi sendo pensado de um modo que tivesse coerência. Também instituímos uma data fixa para os encontros que é o PRIMEIRO DOMINGO DE CADA MÊS, e os termos Fuscontro, Fuscarreata,Fhurrasco, Fuscobol e a Fuscarroça que é nossa festia junina ao estilo “Victor ou Victória”.

  Quais atividades o clube realiza?

Humberto – O Clube realiza diversas atividades que tivemos a criatividade de batizar com nomes bem característicos: Fuscontros, Fuscarreatas, Fuscobol, Fuscarroça (Festa Junina), Fhurrasco e etc. De fato, nós temos um calendário de atividades anuais frequentes que engloba as comemorações do Dia Nacional do Fusca (Janeiro), Aniversário do Clube (Março), Dia Mundial do Fusca (Junho) e a Ação Social do Dia das Crianças (Outubro). Fora as datas do calendário fixo e oficial, nos fazemos presentes em alguns eventos na cidade e promovemos a interação entre os membros em nossos encontros mensais no primeiro domingo de cada mês. Informalmente, fazemos alguns passeios, marcamos encontros na casa de um ou outro amigo, boliche, sinuca, jantar, em resumo, tudo o que possa aproximar e estreitar os laços que se iniciaram com a associação ao Clube. Tentamos auxiliar a todos na manutenção de seus carros com dicas, contatos e até mesmo aquele famoso mutirão “quando o calo aperta”. Como muitos já nos questionaram, não temos condições de bancar a reforma e a manutenção dos veículos dos associados, mas podemos auxiliá-los e orientá-los sempre que preciso. O Clube se tornou uma grande família e os Fuscas passaram a ser um pretexto para que possamos estar juntos mais vezes, com nossas famílias e amigos.

Comemoração do Dia Mundial do Fusca em 2011

  Qual o grau de dificuldade em se manter um clube de automóveis antigos em plena Amazônia e até mesmo de se manter um carro antigo?

Humberto – Creio que as dificuldades para se manter um clube fora dos grandes pólos das regiões sul e sudeste sejam as mesmas que as demais cidades enfrentam. Conheço bem alguns encontros que são realizados nestas regiões e como a cultura do antigomobilismo é enraizada. Além da dificuldade logística em se trazer veículos e peças para Manaus, há uma barreira cultural que precisa ser transposta. Primeiramente, funcionamos como uma entidade totalmente sem fins lucrativos, que tem como atividade principal a difusão da cultura antigomobilista no Estado do Amazonas, uma árdua tarefa. Realizamos nossos eventos sem muito apoio e reconhecimento da Marca VW, com praticamente zero apoio das entidades governamentais e com um mínimo de apoio da mídia. Estamos a mais de um ano tentando um espaço para realizar estes encontros e não temos conseguido apoio nem do Governo. Há sempre uma dificuldade enorme para se liberar um espaço público pra algo que vejo como um evento cultural. É fato que a maioria das pessoas não vê nossa paixão como algo cultural, como um movimento de preservação histórica do automobilismo brasileiro, o que torna a atividade de colecionar e manter um veículo antigo em Manaus uma tarefa para verdadeiros heróis, totalmente dedicados a essa paixão. Só nós sabemos o quanto suamos a camisa e gastamos do nosso próprio bolso pra que esses encontros aconteçam e os Clube permaneçam na ativa. Nos ajudamos e apoiamos uns aos outros, cada qual na sua especialidade e do jeito que pode, tudo para manter esses carros funcionando, trazer peças, fazer contatos e etc. Não há lojas especializadas aqui, não há mão-de-obra especializada e são poucos os locais que aceitam realizar os serviços em nossos carros, mas a paixão sempre fala mais alto e a vontade de ter um antigo também. O Amazonas é bastante desenvolvido. Temos uma frota de carros novos muito grande. Aqui rodam Porsches, Ferraris, Lamborghinis, no entanto, não há uma cultura antigomobilista na cidade, nem tampouco um sentimento de preservação histórica como há nas regiões Sul e Sudeste.

  A maioria dos clubes de automóveis antigos do Brasil está localizada nas regiões Sudeste e Sul. Como é o relacionamento de seu clube e dos clubes da Região Norte em geral, com os clubes dessas outras regiões? A internet é uma grande aliada para intercâmbio entre os clubes?

    O Amazonas é bastante desenvolvido. Temos uma frota de carros novos muito grande. Aqui rodam Porsches, Ferraris, Lamborghinis, no entanto, não há uma cultura antigomobilista na cidade, nem tampouco um sentimento de preservação histórica como há nas regiões Sul e Sudeste.”

Humberto – Sem dúvida alguma, a internet é uma ferramenta que auxilia a comunicação em qualquer instância. Movido pela minha paixão, antes mesmo de ser presidente do Clube do Fusca do Amazonas, já mantinha contato com outros apaixonados em fóruns de discussão e listas de bate papo sobre o assunto. Acabei fazendo amizade com outras pessoas que se tornaram presidentes de outras associações. Foi pela Internet que conheci, inicialmente, o Dr. Alexander Gromow e pela internet comecei a ter as primeiras inspirações para fundar o nosso clube. Na Região Norte, só tenho notícias do Clube do Fusca de Roraima, até pouco tempo presidido pelo amigo Rony Benjamin, com quem converso bastante sem tê-lo visto pessoalmente até hoje. Nas outras regiões, pessoalmente conheci a turma do Clube de Alagoas, Curitiba, Brasília, São Paulo. Pela Net, a turma de Poços de Caldas – MG e Florianópolis-SC. Fora isso, tenho amigos que conheci pessoalmente e mantenho contato pela net, amigos que só conheço pela net e tenho intenção de conhecer pessoalmente e apertar a mão, enfim, o mundo realmente ficou pequeno para os apaixonados pelo Fusca.

cartaz de divulgação do evento

 Como foi receber em sua cidade para uma palestra o idealizador do Dia Nacional e Mundial do Fusca Alexander Gromow, em 2010?

alguns dos participantes da palestra de Alexander Gromow em Manaus, realizada em 2010. Gromow é o de camisa xadrez no centro da imagem.

Humberto – Sempre que vou a São Paulo procuramos fazer algo juntos, eu e Alexander. Vale ressaltar que pra mim já é uma honra poder chamá-lo de amigo e saber que há uma estima muito grande de ambas as partes. Em uma das vezes que estivemos juntos, Dr. Alexander me apresentou o trabalho que estava fazendo, denominado “Em busca do Fusca”, o que me deixou boquiaberto desde a apresentação inicial. Não tive dúvidas ao dizer-lhe, naquele exato momento, que o Amazonas precisava conhecer aquela história, em detalhes. E daí pra frente, foram alguns meses de trabalhos e de contatos para viabilizar a vinda dele. Basta dizer que a sua visita foi matéria de capa do caderno de veículos de uma jornal de grande circulação e que fizemos questão de fazer-lhe uma surpresa com esta publicação quando fomos buscá-lo no hotel. Dr. Alexander, além de ser uma enciclopédia viva da história do nosso amado Fusca é de uma simplicidade, simpatia e generosidade extremas. Se há alguém que eu possa me referir como um verdadeiro ‘gentleman’, este seria meu amigo Alexander. Os que puderam ter contato com ele e, mais ainda, puderam participar das palestras aqui realizadas, jamais esquecerão a oportunidade.

 Todos sabemos que o Fusca é carismático e tem o poder de chamar a atenção de adultos e crianças. Na sua opinião o que é que esse besourinho tem…

A partir da esquerda, Edivaldo Fernandes, presidente do Fusca Clube ABC; Humberto Horta e Alexander Gromow

Humberto – Creio que um dos fatores principais para isto se dá pela própria concepção do projeto. O Fusca veio como uma opção de veículo de baixo custo, acessível à boa parte das famílias, robusto o suficiente para aguentar, das tarefas diárias mais simples até as mais duras. Era um veículo acessível às famílias, algo que realmente podia fazer parte de suas vidas e, com isso, passou a ser um ator presente na história de muitas pessoas. Passeios em família, um amigo, tio, vizinho, sempre há uma história relacionado com o Fusca que as pessoas fazem questão de contar. O Fusca passa a ser algo familiar, algo com quem as pessoas se identificam por terem, de certa forma, “convivido” com ele e, talvez, por ter sido ele a proporcionar bons momentos e boas histórias. Além deste fator, acho que suas formas arredondadas, seu pequeno tamanho, e aquela “cara” alegre dele também são cativantes. Uma história interessantíssima está presente nos bônus do DVD do primeiro filme da série “HERBIE”, onde eles relatam como escolheram o Fusca como personagem da história, que até então, só possuía roteiro mas não havia definição do veículo a ser usado.

  Já sabemos que o Fusca é um dos seus xodós sobre rodas. Como surgiu essa paixão pelos carros antigos. Além dele, você possuí outros antigos? Uma curiosidade, você ainda possui sua coleção de miniaturas?

Humberto – Minha família veio do Rio de Janeiro, onde meu pai era vendedor viajante e percorria as estradas de toda a Região Sudeste. O único carro que aguentava o tranco era o bom e velho Fusca. Em casa, a regra era a seguinte: meu pai comprava um Fusca 0 Km, rodava 2 anos nas estradas e o passava para minha mãe, ainda em bom estado para uso urbano. Ela vendia o Fusca anterior e meu pai comprava outro 0 Km. E por esse ciclo, passei a minha infância inteira a bordo de Fuscas de todos os anos e cores. Quando viemos para Manaus, como carro da família, tivemos um Fusca que tinha sido comprado zero e era da prima, um série especial 84/85 impecável. Comecei a trabalhar muito cedo e nessa época, havíamos comprado, também, um Gol daqueles antigos, com motorização boxer, um modelo LS 1982 (O “Leprinha”). Minha mãe me deu a opção de escolher entre o “Leprinha” e o “Fusquível”, nosso fusca 84/85. Obviamente, escolhi o Fusca, que foi o carro com o qual aprendi a dirigir e acabou se tornando meu primeiro carro de fato.

Hoje, mesmo não tendo a presença de meus pais, a paixão segue como forte influência na minha vida cotidiana. No momento, além de um Fusca 1969 “Hood Herbie”, possuo o “Colossus”, um Opala Coupê 1978 com mecânica Chevrolet 305 V8 de 250cvs. A pouco tempo, me desfiz do “Latinha”, um Fusca 1985 que deu origem ao Clube e do “Pégasus” um Opala diplomata 1992 que tinha recebido em um negócio.

As miniaturas? Sim! Quando ultrapassei as 1.500 unidades eu só parei de contar (risos). Na verdade, coleciono não só miniaturas de carros, mas outros itens relacionados ao Fusca e derivados. Tenho um puxador de gaveta, um “botão” de camisa, par de brincos, sandália tipo “havaiana” com estampa de Fusca, apontador, carimbo, borracha, bottons, bordados, bonés, chaveiros, camisas, entre outras coisas bem malucas. O último item que consegui, graças ao amigo Anderson, foi o Fuscôco, esse eu já procurava a uns bons anos.

  Qual a sua visão do antigomobilismo no Brasil? Precisamos melhorar de alguma forma? Alguma sugestão?

Humberto – O antigomobilismo no Brasil é discriminado, afinal estamos no país do futebol. O governo, nos últimos anos, alavancou a venda de carros novos, acrescentou milhares e milhares de novas unidades às nossas vias tão precárias. Não há infra-estrutura para que possamos comportar tamanha frota e nem projetos sérios para a implementação de um sistema viário mais moderno para comportar este crescimento. Precisamos de muito mais coisas, muitas obras além da construção de estádios faraônicos. Imaginem a dificuldade de conduzir um veículo antigo nestas vias e neste trânsito. Precisaríamos de apoio governamental para que este movimento de preservação histórica se perpetuasse. Por que não uma linha de crédito especial para o financiamento e compra de um veículo antigo? Por que não uma linha de crédito para auxiliar no projeto de reforma de um veículo antigo. Não estamos em um país que tem “bolsa” pra tudo? Se isso for uma utopia muito grande, por que não podemos ter mais facilidades para a importação de peças e veículos? Quantos casos já ouvi de pessoas querendo trazer uma peça pro seu antigo, tendo que esconder um carburador na mala como se estivesse numa mega operação do Cartel de Medelín. Vamos descriminalizar o antigomobilismo de uma vez por todas. Vamos impor menos barreiras para que possamos deixar estes bólidos em plena forma, ao invés de impor tantas dificuldades pra isso. Nossa experiência aqui no Amazonas é um exemplo claro do descaso. Estamos tentando, há anos, a liberação oficial de um espaço público, aqui cabe uma atenção especial ao termo “público”, para que possamos realizar nossos encontros e expor nossos veículos à sociedade, sem nenhum custo ou ônus além da própria cessão do uso desta área, que pode ser uma praça, um centro de entretenimento e lazer ou algo do gênero, apenas para que possamos incentivar outras pessoas a recompor uma pequena parte da nossa história através do antigomobilismo ou para poder fazer uma mostra mensal que pode ser visitada por todos.

  A placa preta está sempre em pauta nos assuntos sobre antigomobilismo. Gostaria de ouvir as suas considerações sobre o assunto. Em seu estado são muitos os casos dessa irregularidade?

    Há modelos mais simples e baratos, há modelos mais raros. Há alguns difíceis de manter, há os que se mantém sem problemas. Quando estiverem a bordo de seus antigos, despertando sorrisos pelos lugares que passarem, vão ver que todas estas diferenças simplesmente desaparecem.”

Humberto – No Amazonas, creio que podemos contar nos dedos os veículos que possuem a tão famosa placa preta. Todos, sem exceção, já vieram licenciados de fora do Estado. E por incrível que pareça, eu não desmereceria nenhuma delas, todos realmente dignos desta. Este número tão pequeno não quer dizer que não haja tantos outros aptos a recebê-la aqui, o que ocorre é que há uma dificuldade muito grande em conseguí-la. Embora não seja a nossa realidade, não podemos ficar alheios o que ocorre nas outras cidades. Já ouvi relatos, vejo sempre as fotos e até mesmo presenciei veículos totalmente descaracterizados circulando com a placa preta. Há até uma brincadeira que foi proposta na internet que era a denúncia de “Placas TRETA”, um trocadilho mais do que justo. E já que é difícil remar contra uma corrente tão forte, por que não criar uma nova “placa amarela” para os veículos de coleção e credenciar toda esta turma novamente, passando por um novo crivo? E para não desmerecer os que possuem veículos antigos com características alteradas, já que no fundo não perderam a sua essência de veículos antigos, a placa preta não poderia caracterizar um veículo antigo customizado, legalizado para andar nas ruas? Acho que há de se respeitar as diversas vertentes do movimento antigomobilista, caracterizando-os como tal. O movimento dos Fuscas não é diferente. Há os que curtem seus veículos com todas as características originais preservadas, há os que curtem os veículos customizados com som, rodas e bancos de couro e há, até, os Hood Riders, que curtem um visual mais despojado e detonado. Não são todos apaixonados pela cultura antigomobilista?

 Nossa entrevista está chegando ao fim e deixamos aqui com a palavra o presidente Humberto Horta, a quem agradeço imensamente pela grande colaboração ao Portal Maxicar e a todos que nos prestigiam com suas visitas, para que possam conhecer um pouco sobre os clubes de carros antigos brasileiros.

Humberto – Primeiramente, diria que é uma honra ter sido convidado a transcorrer algumas palavras em um portal tão respeitado e conceituado dentro do movimento antigomobilista. Depois, gostaria de deixar uma palavra de incentivo aos apaixonados pelo antigomobilismo em geral, em particular aos presidentes de clubes e associações.

O contato de Humberto com Fuscas começou bem cedo…

Restaurar e manter um veículo antigo, em qualquer que seja a região do Brasil é uma tarefa muito difícil. Em alguns lugares a dificuldade é maior, em outros, ela é mais branda, mas não há como negar que as dificuldades existem. Se não houver paixão no que se quer fazer, não se consegue chegar ao fim de um projeto. Pra quem quer “ter” um carro antigo simplesmente pelo fato de poder dizer que tem um, eu sugiro pegar um veículo pronto e, ainda sim, se preparar para alguns estresses futuros. Quem tem um carro antigo tem que gostar, senão se desencanta no meio do caminho. É difícil conseguir peças, uma atividade de garimpo em lojas e ferro-velho, assim como é difícil também encontrar pessoas que façam serviços de qualidade em nossos carros. Com tudo isso, a sensação que se tem no término desta batalha, ao ver um projeto concluído, é realmente gratificante.

Pensamento semelhante dirijo aos presidentes. É difícil lidar com as pessoas, são gostos diferentes, aspirações diferentes, interesses e culturas distintas, no entanto, o antigomobilismo é uma coisa só. É agregar ao invés de segregar, unir ou invés de dividir, reunir através do único elo comum a todos os colecionadores que é a paixão por seus veículos. É muito boa a sensação de ver os veículos todos expostos e as pessoas compartilhando experiências e histórias, mais ainda quando sabemos que somos co-responsáveis por tudo aquilo.

A todos, o que posso dizer é que não desistam de seus sonhos, de suas paixões e de suas metas. Um veículo antigo é um sonho possível e real. Há modelos mais simples e baratos, há modelos mais raros. Há alguns difíceis de manter, há os que se mantém sem problemas. Alguns podem investir cifras astronômicas, alguns terão que contabilizar na ponta do lápis o projeto de reforma. Quando estiverem a bordo de seus antigos, despertando sorrisos pelos lugares que passarem, vão ver que todas estas diferenças que relatei anteriormente simplesmente desaparecem.

Por último, quando vierem ao Amazonas e a Manaus, espero que tenham a oportunidade de conhecer um pouquinho deste trabalho que fazemos por aqui. Sintam-se convidados.

 

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