10 Perguntas ao Presidente, com Fatima Barenco Conteúdo Nossos Colunistas

RICARDO NEY PEREIRA BASTOS – Clube de Antiguidades Automotivas – Volta Redonda, RJ

“Vivo hoje aquilo que gostava quando criança”

[dropcap]E[/dropcap]le tem 65 anos e “uns quebrados”. Comerciante de profissão, apaixonado por carros antigos, gosta de cantar, dançar…. e é ele mesmo quem nos conta um pouco sobre sua vida:

“Venho de uma família de classe média oriunda do Rio de Janeiro que veio para Volta Redonda em 1944 por conta de novas oportunidades. Tenho 2 filhas do primeiro casamento e três netos, casado 2° vez com Marilia Moreira. Fundamos o CAA-VR há 27 anos, porém não estou na ata de fundação e somos poucos remanescentes dessa época. Hoje, embora já aposentado, continuo na ativa, tocando minha pequena loja, mantendo e fazendo alguns serviços de carros antigos para os amigos. Gosto ainda de cantar e dançar. Mantenho um programa musical que dá oportunidade àqueles que como eu, gostam de cantar”

Meu entrevistado desse mês está em seu 3º mandato, já tendo ocupado outros cargos na diretoria. Converso com o grande amigo e presidente do Clube de Antiguidades Automotivas de Volta Redonda, Ricardo Ney Pereira Bastos.

  Clube de Antiguidades Automotivas de Volta Redonda, como tudo começou? Quantos membros possui?

      Em outubro, se tudo correr bem, retomaremos a parceria CAA-VR, Nictheroy e Prefeitura Municipal de Miguel Pereira.

Ricardo – Temos hoje perto de 135 sócios, porém alguns não dão as caras, o que lamentamos muito. E o começo se deu em pequenas reuniões que fazíamos na praça Brasil centro de Volta Redonda, dando origem ao que é hoje o CAA-VR.

  Vocês têm realizado diversos passeios em parceria com outros clubes, por cidades do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Nos fale sobre essa integração?

Ricardo – É, temos feito boas parcerias com nosso co-irmão Nictheroy Clube de Veículos Antigos, por intermédio de nosso companheiro Augusto Mósca, que intermedia essa parcerias. Já agora em 12 e 13 de abril faremos um passeio a Ipiabas/Conservatória.

Membros do clube em passeio a Santa Isabel do Rio Preto (distrito de Valença-RJ), em outubro do ano passado

  Já tem data prevista o evento anual de 2014, que acontece na Ilha São João? Esse ano teremos o Encontro de Miguel Pereira, e que foi também um grande sucesso? E os eventos mensais onde e quando acontecem?

    “Tinha um vizinho que possuía os carros que hoje tenho, e ficava grudado neles olhando os serviços que faziam. Um deles se tornou uma pessoa muito importante em minha vida — meu amigo e compadre Hélio Góes, que não está mais comigo.”

Ricardo – Bom, nosso encontro anual deverá acontecer em agosto, porém estamos negociando um espaço mais afim de nossos objetivos — o Kartodromo Internacional de Volta redonda. Em outubro, se tudo correr bem, retomaremos a parceria CAA-VR, Nictheroy e Prefeitura Municipal de Miguel Pereira — cujo prefeito é sócio de CAA-VR e possui belos exemplares de Ford’s 1929 — para a realização desse evento. Nossas reuniões mensais ocorrem todo último domingo do mês, no estacionamento do Hotel Bela Vista das 9 às 12h.

  Na sua opinião quais são as maiores dificuldades enfrentadas por um presidente de clube de automóveis antigos?

Ricardo – É, são muitas. Porém a principal é manter o grupo motivado, coeso e disposto a participar, embora saibamos que as dificuldades estão aí, e que a missão é árdua, estamos tentando vencer o desafio.

Segundo Ricardo, o encontro anual do clube terá novo endereço este ano. Na foto, uma edição anterior, na Ilha São João

 Vamos falar um pouco sobre o antigomobilismo em sua vida. Como e quando surgiu sua paixão pelos carros antigos?

Ricardo – Olha gente, esse negocio é antigo, tão antigo quanto os carros que gosto. Vivo hoje aquilo que gostava quando criança. Tinha um vizinho que possuía os carros que hoje tenho, e ficava grudado neles olhando os serviços que faziam. Um deles se tornou uma pessoa muito importante em minha vida — meu amigo e compadre Hélio Góes, que não está mais comigo. Meu primeiro contato com carro antigo se deu por volta de 1962 quando ganhamos de meu pai um Chevrolet Ramona 1931 para eu consertar. Quando percebi a paixão já tinha tomado conta, eu tinha apenas 14 anos. Anos depois meu irmão comprou um Chevrolet 1955 coupe e ai não parei mais.

 Em sua coleção qual o seu xodó sobre rodas? Alguma história inesquecível para contar?

Ricardo – Bem, não tive muitos carros: a famosa Ramona 1931, Chevrolet coupe 1955, Thunderbird 1960, Dodge Charger R/T 1977. No momento tenho um Bel Air 1954 Sedan, um Bel Air 1954 Coupe (em reforma) e um Oldsmobile F85 1968, e ainda agregados que acabam caindo em minhas mãos para que eu cuide de alguma forma: até mês passado mantinha por mais ou menos 10 anos um Chevrolet Caprice 1973 Station e agora um Chevrolet 1952 de um amigo que morreu e está sob minha guarda.

Dois Chevrolets 1954. O sedan verde prontinho e o coupê que está passando por uma restauração completa

O carro especial é aquele que estou dirigindo ou reformando no momento, é mais ou menos como filho: você gosta de todos e quando esta sozinho com um diz: ‘você é o meu preferido’. E por falar em filho, tenho um agregado (meu funcionário na loja) Derek Iza, em que pese as brigas, gostaria de registrar a importância no trato dos nossos carros. Um jovem com amor profundo pelos antigos. Já as histórias são tantas que o espaço ficaria pequeno e a emoção não deixaria eu completar.

  Já ou vi falar que você é um colecionador do tipo que “põe a mão na graxa”, fazendo você mesmo toda a parte mecânica de seus automóveis. Você é autodidata? Algum projeto especial no momento?

Ricardo – Em 1964, não gostando muito de estudar (burrice de garoto) fui fazer um curso de Mecânica de Automóveis no Senai, Escola 1-5 na Rua São Francisco Xavier, na época em frente à Favela do Esqueleto. Ebora não tenha trabalhado com automóveis todo tempo, me mantive fiel à mecânica que se praticava naquele tempo. Quanto a projetos, estou fazendo uma Chevrolet Coupe 1954 que comprei no osso, é o desafio do momento.

8.gifQual a sua visão do antigomobilismo no Brasil? Precisamos melhorar de alguma forma, alguma sugestão?

Ricardo – Olha, acho temos que participar mais das decisões da FBVA, para maior integração do meio. Me penitencio por não estar sempre presente, saber que o gostar de carros antigos por si só nos diferencia, e que nem todos podem ter um ‘CLASSICO’, no entanto todos estão no propósito de conservar seus ‘ANTIGOS’. Portanto temos que respeitar, (que seria do vermelho se todos gostassem do amarelo?) Respeito e tolerância é como caldo de galinha: não faz mal a ninguém.

  Tem sido cada vez maior a participação dos chamados “novos clássicos” nos encontros. São os automóveis fabricados nos anos 1980, 90 e até 2000. Como dirigente de clube de automóveis antigos como você vê a participação desses veículos mais modernos?

   O carro especial é aquele que estou dirigindo ou reformando no momento, é mais ou menos como filho: você gosta de todos e quando esta sozinho com um diz: ‘você é o meu preferido’.”

Ricardo – Lei é lei! Se você estabelece que o automóvel se torna antigo aos 30 anos de idade, está escrito. Eu não tenho nada contra e até pelo contrario, uma vez que estão passando pelo mesmo processo que passei há 50 anos atrás. Só não gosto dos tunados, com aquele som insuportável e que desrespeitam as normas dos encontros de antigos. Em tempo: vejo com muito gosto também os carros fora de serie e especiais, acho que são um caso a parte, muito interessantes, que enriquecem qualquer evento. Rots,customizados, que não percam as raízes, a nobreza do antigo.

10.gifNossa entrevista está terminando e deixo aqui com a palavra para suas considerações finais, o grande amigo e presidente Ricardo Ney Bastos, a quem agradeço imensamente pela grande colaboração ao Portal Maxicar e a todos os antigomobilistas que nos prestigiam com sua visita, para que possam conhecer um pouco dos clubes pelo Brasil.


Ricardo –
Bom, eu e que agradeço a oportunidade de falar sobre carros antigos, família, amigos que fizemos nessa caminhada, e quero ressaltar a participação de todos aqueles que nos ajudam a conduzir no momento os destinos do CAA-VR em especial ao amigo, atual vice presidente Roberto Appesa, companheiro e sócio em nossa pequena garagem temática. E fica aqui o convite a quem quiser conhecer. Uum espaço pequeno que tratamos com muito carinho. Queremos também agradecer de maneira significativa aqueles que nos antecederam e que conduziram nossa agremiação nesse trabalho árduo com tanto zelo: Geraldo Bruno Bastos, Celso Carvalho, Luiz Armando F. Oliveira, Nabil S.Sourial, Paulo O. Simeão e Roberto L. Appesa.

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