Integração é a palavra de ordem
[dropcap]E[/dropcap]le é Engenheiro Eletricista, neto de italianos, natural do Espírito Santo, casado com Cristina Rodrigues Ruschi, tem dois filhos — Renato Rodrigues Ruschi e Guilherme Rodrigues Ruschi.
Está à frente da presidência do mais antigo clube dedicado aos automóveis antigos do Brasil. Uma tarefa que não é muito fácil, mas que com toda sua simplicidade, humildade, carisma, amor ao antigomobilismo e ao próximo, tudo se torna mais leve e os obstáculos vão sendo vencidos com muita maestria. O clube é o Veteran Car Club do Brasil do Rio de Janeiro. Nesta minha última entrevista de 2011 converso com o grande amigo e presidente Roberto Ruschi.
“Basta um olhar para cada membro da diretoria que logo vem o ânimo e a força para continuarmos.”
Em primeiro lugar queremos conhecer o Veteran Car Club do Brasil-RJ. Como surgiu? Quantos membros? Que atividades realizam?
Roberto Ruschi – O primeiro clube de automóvel antigo do país surgiu de uma idéia difundida pelo paulista Roberto Eduardo Lee, em 1967, vindo a se concretizar em uma reunião realizada na casa de outro entusiasta, Roberto Frederico Sanchez, em abril de 1968 com a finalidade de preservar o máximo a autenticidade de acervos automobilísticos existentes no país. Diretoria composta por dez membros.
Exercendo as principais atividades de atendimento aos associados através de informações ou colocando a disposição a biblioteca do clube, emitindo declarações para importação de veículos, defendendo os interesses dos associados junto a FBVA. Promovendo eventos tais como reuniões semanais, mensais e anuais. Além de passeios visando sempre o bem estar e o convívio social dos associados e amigos.
Faça um balanço de seu primeiro ano à frente da presidência do Veteran.
Roberto Ruschi – Acredito ter superado grandes dificuldades, mas que a cada problema resolvido seja ele por desgaste emocional, físico ou financeiro, dá uma satisfação tão grande, que basta um olhar para cada membro da diretoria que logo vem o ânimo e a força para continuarmos no caminho que julgamos ser o correto.
Discutimos vários aspectos sobre modificações no Estatuto, mesmo porque temos que estar atualizados para atender a legislação atual.
Continuamos crescendo o quadro social.
Atendendo desde a gestão passada em nossa sede e na barraca itinerante na Praça XV todo segundo domingo de cada mês, seja para inclusão de novos sócios, solicitação e vistorias para placa preta, declaração para importação de veículo, divulgação de eventos e etc.
E, considerando o mais importante, um bate papo bem descontraído com amigos ou novas amizades em todos os encontros.
Destaques dos classificados
O mês de outubro foi marcado pela realização do Passeio da Liberdade em Ouro Preto, que comemorou o Dia do Antigomobilismo em Minas Gerais, evento que contou com a integração de vários clubes. Qual a sua opinião em relação aos encontros regionais?
Roberto Ruschi – A tendência é que eventos como esse tenham cada vez mais adeptos, pois cultuam amizades, prestigiam cidades históricas e colocam seus veículos antigos ou não para um bom passeio com seus familiares e amigos. Penso que sua evolução será gradativa, tendo em vista o fato de muitos veículos serem regionais, proporcionando maiores interesses e intercâmbio entre clubes.
O encontro do Forte de Copacabana é considerado o maior evento realizado no Rio de Janeiro. Qual o grau de dificuldade para realização de um evento de grande porte?
Roberto Ruschi – Tenho escutado muitas opiniões quanto à localização de nosso evento anual, o qual acontece sempre no Forte de Copacabana, este nobre espaço, com vista privilegiada. Porém as regras impostas são inúmeras, tais como licenças de Bombeiro, Prefeitura, IPHAN, Polícia, ECAD, etc. Todas essas superadas com alguns desgastes. A falta de patrocínio supera todas as enumeradas acima, pois atualmente revertemos todos os nossos recursos arrecadados com as trimestralidades e a venda dos itens da grife Veteran em prol da realização do evento.
“Quando vejo um outro carro antigo, fico pensando nos momentos que ele passou, como foi desejado, como foi importante na vida de uma pessoa, quantas alegrias e choros ele viu e ouviu e nada pôde fazer.
Placa preta: uma discussão sem fim e sempre tão atual. Gostaria de ouvir a sua opinião sobre esse assunto.
Roberto Ruschi – Deixou de ser um status para termos sim que preservarmos. Sendo assim, devemos ser cada vez mais severos com a causa, haja vista que após a instalação da mesma, alguns desprezam as regras impostas pela FBVA, que logo após sua aquisição são negligenciadas, desconsiderando o próprio clube que o julgou e considerou apto.
Vamos falar um pouco sobre o antigomobilismo em sua vida. Como e quando surgiu sua paixão pelos carros antigos e qual o seu xodó sobre rodas? Fale sobre um momento marcante.
Roberto Ruschi – Desde criança acompanhando o meu pai nas manutenções sem fim de seus carros. Retirando carburador, radiador, farol, lanterna, caixa de marcha. Coisa de louco, ou você gosta ou não, aprende ou não. Optei pelo óbvio. Quanto ao xodó, o que mais gosto de participar nos encontros é o Oldsmobile 1946 (carro branco com teto marrom, ao fundo da foto principal dessa entrevista). O momento mais marcante foi quando foi feito o anúncio da aquisição do mesmo, o som feminino da casa ecoa até hoje.
Sua administração tem sido marcada por uma maior aproximação e integração do Veteran Car Clube – RJ não apenas com os demais clubes do Rio de Janeiro, mas também de outros estados do Brasil. Nos fale um pouco sobre essa sua filosofia.
Roberto Ruschi – Gosto do que faço, não frequentei até hoje nenhum evento que não tenha gostado. Acho que cada evento que frequento tem uma particularidade fantástica, pois é um conjunto de integração, veículos antigos, família, amigos, local e coisas bem regionais.
Em todos que compareço tenho a honra de levar o nome do VCCB-RJ, meu clube de coração, e tento seguir o máximo a doutrina dos meus antecessores.
Farei o possível para estar presente com a mesma filosofia a outros eventos que por motivos diversos não pude comparecer em 2011.
O Rio de Janeiro concentra um grande número de clubes de carros antigos e consequentemente um grande número de eventos. Qual a sua opinião sobre esse crescimento?
Roberto Ruschi – Em primeiro lugar devemos respeitar a particularidade de cada um deles, mas face a grande dificuldade, acredito que naturalmente alguns irão se agrupar, mesmo porque não há incentivos financeiros que possam cobrir eventuais custos.
Para quem quiser fazer parte do Veteran-RJ como deve proceder?
“Farei o possível para estar presente com a mesma filosofia a outros eventos que por motivos diversos não pude comparecer em 2011“
Roberto Ruschi – O primeiro requisito é ter paixão por carros antigos. Se houver a possibilidade adote um, seja ele qual for, desde que trate com bastante carinho. Estamos de portas abertas para compartilhar com seus interesses. Entre em contato conosco. Endereço da Sede: Rua Darke de Mattos, 230 Loja A – Higienópolis – Rio de Janeiro – RJ – CEP: 21051-470. Tel.: (21) 3884-5877 – E-mail: secretaria@veteran.com.br. Horário de funcionamento da secretaria: segunda à sexta, das 10 às 16h.
Nossa entrevista está terminando e deixo aqui com a palavra para suas considerações finais, o grande amigo e presidente Roberto Ruschi, a quem agradeço imensamente pela grande colaboração ao Portal Maxicar e a todos os antigomobilistas que nos prestigiam com sua visita.
Roberto Ruschi – Agradeço a toda equipe Maxicar. Retribuo de coração o carinho de vocês que com muito dedicação e competência fazem a alegria dos antigomobilistas, informando, divulgando e pregando sempre a preservação do automóvel antigo. Aproveito a oportunidade para desejar a todos “Um Próspero Ano Novo” repletos de alegrias e muitos carros antigos.
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