XIV Encontro AVA de Veículos Antigos – Juiz de Fora, MG
E ainda por cima, é filantrópico!
Filiação do clube organizador à FBVA foi a grande novidade do evento que tem arrecadação destinada à APAE
[dropcap]Q[/dropcap]uem nos últimos anos acompanha a cobertura do Encontro AVA aqui no Portal Maxicar já espera ler os números sempre impressionantes que envolvem este encontro. Este ano não foi diferente: foram 640 veículos inscritos em dois dias de evento (além de outros tantos que lamentavelmente não fizeram as suas inscrições, apesar da nobre causa da doação de alimentos destinados à APAE…). Quanto aos alimentos doados, hoje (6 de junho) ainda não temos os números oficiais, mas apostamos ter ultrapassado as 3 toneladas. Sem falar no montante arrecadado pelas entidades assistenciais responsáveis pela praça de alimentação.Mas a edição deste ano teve um significado especial, pois marcou o ingresso da Associação de Veículos Antigos de Juiz de Fora no quadro de clubes filiados à Associação Brasileira de Veículos Antigos – FBVA. Jorge Levy Mendes Coelho — o famoso e querido “Borboleta” — e sua diretoria atenderam o convite da entidade que hoje agrega cerca de 140 clubes de antigomobilismo de todo o Brasil. Número que vem crescendo rapidamente, graças ao empenho e à nova filosofia implantada por seu atual Presidente, Roberto Suga, empossado em outubro do ano passado.
— Quanto mais clubes filiados nós tivermos, maior representatividade nós teremos. — afirmou Suga em entrevista recente ao Portal Maxicar.
A solenidade de filiação aconteceu na manhã de domingo, dia 5 de julho, com a presença do próprio Suga e do diretor Regional da FBVA, Caio Mário Baptista Pereira, responsável pela região da Zona da Mata Mineira. Na manhã do dia anterior, 4, Suga teve a oportunidade de conhecer e falar um pouco de modo informal sobre a FBVA aos presidentes de clubes de antigomobilismo presentes ao evento, ‘federados’ ou não.
Mais uma vez o pátio de eventos do Hipermercado Carrefour esteve lotado, apesar de o espaço destinado ao evento ter sido mais uma vez ampliado, e isso aconteceu inclusive no sábado, já que o dia estava mais agradável e ensolarado. Domingo, o frio chegou a Juiz de Fora, mas não choveu, apesar da previsão da meteorologia. Camisetas e bermudas deram espaço às calças compridas e agasalhos.
O empresário José Herculano da Cruz Filho foi o homenageado especial de 2015. Ele mantém muito bem preservados diversos caminhões que no passado fizeram parte da frota de sua transportadora — a Trans Herculano — que hoje é de grande importância na região. Entre estes veículos está o caminhão tanque Ford F6 1948 que era usado no transporte de querosene e hoje é o mascote da empresa.
Destaques dos classificados
Falando em pesos pesados, causou sensação uma cegonha vinda de Cachoeiro do Itapemirim-ES. A começar pelo próprio cavalo-mecânico: um Mercedes-Benz LP 331 cabine-leito de 1958, que teve sua mecânica totalmente modernizada e recebeu diversos itens de conforto, como direção hidráulica, ar condicionado e bancos de couro. Na plataforma, um conjunto admirável: Fusca Super Beetle Alemão Cabriolet 1979; Karmann Ghia Automático também alemão 1969 e caminhões Mercedes Benz Unimog 404 militar 1961 (serviu ao Exército da Suíça) e Unimog 1550 1991. Toda essa “frota” pertence ao colecionador Joaquim Carlette. A plataforma, que possui um sistema hidráulico, foi especialmente fabricada a pedido dele para transportar de forma organizada os veículos de sua coleção.
E não podemos também deixar de falar dos ônibus, sempre presentes aos encontros anuais da AVA-JF. Junto aos exemplares com chassi Mercedes Benz já ‘frequentadores’ de outras edições, nos deparamos com um inédito, muito raro e hoje pouco conhecido Carbrasa TB-6502, fabricado na década de 1960 e que utiliza chassis e mecânica Chevrolet, algo pouco usual. Pesquisando sobre a marca, descobrirmos que a fábrica da Carbrasa ficava no Rio de Janeiro e que o fundador da empresa foi Mário Sterka, que era também diretor da Volvo do Brasil nos anos 1940.
E fomos convidados a conhecer de perto — por dentro e por fora — o Caio Amélia do petropolitano André Simas. Nosso conterrâneo adquiriu o ônibus 1987 que havia pertencido à frota da Marinha do Brasil no ano passado. Sua carroceria possui aquele típico tom azul escuro acinzentado de viatura e encontra-se em ótimas condições gerais, já que até 2004 foi usado unicamente para o transporte de tropas. Depois de dar um trato na parte mecânica e elétrica, Simas agora tem se dedicado à restauração do interior, naturalmente desgastado pelo tempo.
Falemos agora um pouco sobre os automóveis, que como já comentamos, eram muitos! Na ‘rua’ destinada aos importados, ‘de cara’ um incrível Oldsmobile Super 88 fabricado em 1958. A sofisticada marca pertencente à General Motors era um meio termo entre a popular Chevrolet e a luxuosa Cadillac. Foi fundada como uma empresa independente em 1897 e encerrou suas atividades em 2004. Imediatamente a seu lado, um igualmente incrível Cadillac DeVille fabricado no ano seguinte, rivalizando com o Olds em termos de exagero estilístico, cada qual exibindo seus ‘rabos de peixe’ e lanternas em forma de turbina. Obras de arte!
Próximos dali, três outros Cadillacs, um mais antigo e dois mais modernos, todos bem mais sóbrios e comportados. O primeiro um Sedan Series 62 fabricado em 1947. O segundo um Eldorado 1967, que tem como principal característica a pouso comum tração dianteira. O terceiro, um Eldorado Conversível de 1971.
O automóvel mais antigo deste ano foi o Ford Modelo T fabricado em 1926. Ao lado de seus sucessores do Modelo A, foi muito fotografado. Todos queriam clicar os ‘calhambeques’.
O Chevrolet do modelo Bal Air foi representado em suas três primeiras fases: 1954, 1956 e 1959, todos com estilos bem distintos. Mustangs, Camaros, Corvettes, Mercedes Benz foram outros fabricados longe daqui.
Mais uma vez foi imbatível o número de Fuscas e seus derivados, esgotando rapidamente as muitas vagas destinadas a eles nos dois dias de evento, obrigando a organização a mistura-los com veículos de outras marcas. Em seguida ficaram os Opalas, com um número muito representativo de exemplares.
Da ‘Família Galaxie’ mais uma vez carros de alta qualidade. Este ano destacamos o LTD 1976 de Rodrigo Basílio Galvão, de Leopoldina, MG. O carro foi comprado por seu pai em 2009 em estado de total abandono. É especial não apenas por ter uma rara combinação de cores, com carroceria Branco Nevaska com teto em vinil marrom. Também porque foi restaurado em grande parte pelo próprio Rodrigo e seu irmão, numa chácara da família. O trabalho ficou realmente muito bom!
Rivais dos Galaxies nos anos 1970, os Dodges nacionais também estiverem presentes, com representantes muito bonitos, sendo dois deles de tirar o fôlego, ambos fabricados em 1971 e pertencentes ao colecionador Leandro Ribeiro. O Sedan de 4 portas não é o modelo dos mais desejados entre os admiradores de Mopars, mas o vermelho de Juiz de Fora parecia ter acabado de sair de uma concessionária Chrysler, de tão novinho. Igualmente bem conservado, o Charger — sem ‘R/T’ no nome — é o modelo de lançamento da linha esportiva da Dodge Brasileira e tem detalhes bem diferentes do R/T, lançado somente no ano seguinte: cambio na coluna de direção, bancos inteiriços e a ausência das faixas esportivas. É um charger ‘mais careta’!
O colecionador de motocicletas Gilson Pires, levou várias de coleção, todas finamente restauradas por ele mesmo. Honda CB 50, Honda CG 125, Honda ‘70tinha’ e motoneta Garelli foram alguns dos modelos.
No sábado à noite aconteceu o coquetel de confraternização na Associação Portuguesa. Os antigomobilistas e seus acompanhantes se divertiram bastante e dançaram ao som do Grupo Momentos, que trouxe no repertório flash-backs dos anos 1960 e 70, e sucessos da atualidade de vários gêneros. Um solo de saxofone entre as mesas dos convidados emocionou bastante.
EXPOSIÇÃO MOMENTOS PANORÂMICAS
FEIRA DE PEÇAS FBVA – CLUBES E FILIAÇÃO COQUETEL
Texto: Fernando Barenco
Fotos e edição: Fátima Barenco e Fernando Barenco
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