Coleções
Um galpão escondido na ‘cidade dos loucos’… por carros antigos
Colecionador que prefere não se identificar mostra seu acervo ao Portal Maxicar
[dropcap]Q[/dropcap]uem passa pelo barulhento e movimentado centro de Barbacena-MG não faz ideia de que uma garagem silenciosa ali localizada esconde raridades impressionantes. Todas em perfeitas condições de uso e documentação rigorosamente em dia, mesmo que alguns ainda mantenham suas placas originais, amarelas. O simpático proprietário, que prefere manter o anonimato, não leva esses carros a eventos, não os expõem, apenas tem o prazer de guardá-los em sua coleção. Não vende, não troca e prefere mantê-los “escondidos”, mas, numa raríssima exceção e enorme gentileza, abriu as portas de sua garagem ao Maxicar.Muitos dos carros ali encontrados estão em excepcional estado, mas a poeira e resíduos do teto de madeira, causados por carunchos, poderiam confundir o leitor desta matéria. Fã confesso da marca Opel, não mede esforços para adquirir algum de seu interesse. Ali podem ser vistos um Opel Kapitan 1960, que pertenceu à Embaixada do Brasil em Roma. Quando acabou o mandato do embaixador José Augusto Macedo Soares, ele conseguiu trazer esse carro para o Brasil, que acabou parando nessa coleção. O Opel Furgão Olympia 1951, foi adquirido em 1955, de uma padaria em Conselheiro Lafaiete e foi carro de apoio, durante muitos anos, à oficina de propriedade do pai do colecionador, por isso, tem um valor inestimável. O Opel Caravan 1973 foi adquirido de um brigadeiro da Aeronáutica, que serviu em Barbacena na década de 1970. O Opel Rekord 1967, foi comprado no Rio de Janeiro, em meados dos anos 1980. O Opel Kapitan 1957, pertenceu a um único dono, um português radicado em São Paulo, que exigiu pagamento em dinheiro vivo para concretizar o negócio. Ele ainda ostentava placas amarelas com três pares de números. O Opel Kadett L 1967, completa os carros dessa marca.
Quatro representantes da Chrysler cada um, mais perfeito que o outro, também estão ali. O Dodge Charger RT 1977, marrom Iguaçu, com 55 mil km rodados, adquirido em uma concessionária da cidade, com pagamentos de promissórias no valor de cento e seis cruzeiros. O Dodge Grand Sedan, também 1977, automático, pertenceu à diretoria da Mendes Júnior em Juiz de Fora-MG. Completam essa linha, o Dodge Polara 1977, com 71 mil km originais e outro, 1980 , ambos impecáveis. Numa coleção não podem faltar Opalas e ali estão um Grand Luxo 4.100 1973 e um 1972, motor 2.500, ambos adquiridos em meados da década de 1990.
Representando a Volkswagem vem o Fusca 1500 1971, verde Guarujá, imaculado, com 35 mil km rodados e pneus originais Esso. Outro Fusca, 1972, verde Indaiá, tem 67 mil km rodados. Foi o primeiro carro nacional adquirido pelo colecionador. Também verde Guarujá, ali está uma impecável Variant 1972.
Da marca Ford, um Corcel 1973 e um Del Rey Ghia 1988, com incríveis 7.975 km rodados. Pertenceu a uma tradicional família de Barbacena, proprietária de um hospital psiquiátrico. Ao vê-lo, parece que estamos diante de um carro zero km. Na garagem, um carro é tratado com carinho especial. O Chevrolet Impala 1959, cor preto Cadillac, motor V8 283, automático, 4 portas com coluna, ícone no ápice dos “Rabos de Peixe”. Pertenceu ao pai do colecionador e foi utilizado pelo mesmo até a véspera de seu falecimento, em 1990. Por isso, é uma espécie de carro intocável, até para manutenção.
Destaques dos classificados
Totalmente original, está o Chevrolet Style Line, 1951, automático. Nem suas placas antigas foram trocadas. Ao lado, um Plymouth Cranbrook, também 1951. Completam o acervo da garagem inúmeras peças, acessórios, volantes, bancos, carburadores sem uso, tudo para muitos modelos de carros antigos.
Como se não bastasse a abertura de sua garagem, o proprietário abriu também as portas de sua casa para o Maxicar. Ele reside em um grande sítio, em outro endereço, dentro da cidade, onde estavam mais de uma dezena de carros, que estão sendo restaurados e mais uma quantidade enorme de peças, calotas para carros antigos e outras coleções, como a de bicicletas e a de relógios. O Maxicar agradece imensamente a esse colecionador, pela generosidade para com este portal.
Barbacena tem o apelido carinhoso de “Cidade dos Loucos” porque abriga um dos maiores hospitais psiquiátricos públicos do Brasil e outras nove clínicas e hospitais particulares do mesmo gênero. Pelo jeito, ela pode ser chamada também de “Cidade dos Loucos por Carros Antigos”.
Reportagem e fotos: João Baptista Jorge Pinto Filho
e Cláudio Márcio Abreu Campos
Edição: Fernando Barenco
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