Volta ao passado nas ruas da Europa
Lá o uso de carros antigos no dia-a-dia é mais comum que no Brasil
[dropcap]C[/dropcap]aminhando pelas ruas da Europa, podemos perceber algo diferente. Carros antigos disputam espaço com modernos o tempo todo. Antigos na Europa são usados no dia a dia. Não ficam em garagens guardados. Não saem apenas para encontros ou exposições. Por isso, as ruas do velho continente têm mais cores e cromados do que em outros lugares. São vistos circulando o tempo todo, coupês, sedans, esportivos, conversíveis.
São em geral carros muito bem conservados, combinando com o também muito bem preservado patrimônio histórico e cultural europeu, trazendo um visual elegante aos olhos de pedestres, transformando qualquer cidade em um museu a céu aberto.

Pode-se estar na Gran Via, em Madrid e, de repente, uma maravilhosa Kombi duas cores, rosa e branca, passa ao seu lado. Ou na catedral de Notre Dame, em Paris, ou em Versailles onde os Citroëns 2 CV dominam a paisagem. Até um antigo carro anfíbio pode ser visto em um barco sobre o Rio Sena. O que dizer de se encontrar nas ruas de Lisboa um Audi 80 GLS, em perfeito estado, cujas linhas parecem ter inspirado nosso primeiro Santana? Ou ainda em Londres, onde os tradicionais táxis Austin — ou London cabs — e os conhecidos ônibus clássicos vermelhos de dois andares foram substituídos por modernos.

Mas, alguns antigos circulam como atração turística, levando visitantes para passeios especiais. Atualmente, os táxis de Londres são fabricados pela chinesa Geely, que manteve o mesmo design dos Austin. Neste cenário, próximo ao Palácio de Buckingham, surge um imponente Rolls Royce enfrentando o engarrafamento londrino, que é constante.

Barcelona é outro cenário de raridades, como o Mini Cooper que estava sendo estacionado em frente ao Museu Salvador Dali e que o proprietário permitiu a foto, mas depois que ele deixasse o veículo.
A Europa é chamada de berço da civilização, da industrialização e da cultura ocidental, mas pode ser chamada também de berço da cultura do antigomobilismo. Não vive só de encontros glamourosos e museus fenomenais de carros antigos. Os europeus sentem o prazer de guiá-los diariamente.
Texto e fotos: João Baptista Jorge Pinto Filho
Edição: Fernando Barenco

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