Brasil Classics Show 2016 – Araxá, MG
As estrelas brilharam em Araxá
Os mais preciosos automóveis clássicos do Brasil em evento patrocinado pela Mercedes Benz
[dropcap]S[/dropcap]empre vale a pena esperar! O evento bienal que acontece nos jardins do imponente Tauá Grande Hotel — em Araxá – MG — reúne o que há de melhor, de mais raro e de mais caro em termos de automóveis clássicos no Brasil. Dizem que há automóveis que somente saem da garagem para participar de Araxá… E em sua 22ª edição, que aconteceu entre dias 26 e 29 de maio, não foi diferente. Foram cerca de 200 veículos em exposição e público estimado de 25 mil visitantes. A combinação de crise econômica e preços ‘salgados’, fez com que fossem vendidos apenas em torno de 20 automóveis no leilão que aconteceu na noite de sexta-feira (27), com a participação de 80 exemplares.Pela primeira vez patrocinado pela Mercedes-Benz, depois de vários anos de parceria com a Fiat — que inclusive emprestava seu nome ao avento — o Brasil Classics Show trouxe para o centro das atenções diversos exemplares da marca alemã da estrela de três pontas. Destaques para a aristocrática 4 portas Cabriolet 300 1956 — modelo que ao longo da história ganhou o apelido de “Adenauer”, por ser o preferido do Chanceler alemão Konrad Adenauer, que possuiu 6 exemplares durante seu mandato — e a 300 SL Gullwing — o modelo preferido de nove entre dez fãs da marca, cuja produção em quatro anos foi de apenas 1.400 unidades e que tem como marca registrada suas portas ‘asa de gaivota’. Havia ainda uma das únicas 380 K Cabriolet de todo o mundo, fabricada em 1933. Realmente não é pouca coisa!
Mas é claro que nem só de Mercedes Benz foi o Brasil Classics Show 2016. Estava lá um francês De Dion Bouton. Fabricado em 1902 e possivelmente o automóvel mais antigo do Brasil. Com motor de apenas um cilindro e potência de apenas 4,5 hp, essa ‘carruagem sem cavalo’ começou e ser produzida e 1899.
Também da França, o Bugatti Type 57 Stelvio-Gangloff produzido em 1937 estava de volta, depois de ter recebido o prêmio máximo na edição de 2014. No Brasil, há apenas dois exemplares do modelo. Fundada em 1909, a Bugatti foi uma das principais marcas francesas de carro de competições nos anos 1920. Ao longo do Século passado a empresa passou por altos e baixos: encerrou sua produção em 1956; foi comprada pela Hispano-Suiza nos anos 1960 e pela Volkswagen nos anos 1980. Hoje produz os superportivos Veyron, de 1.000hp e o Chiron de 1.500hp!
E os superespostivos europeus mais uma vez não decepcionaram. Foi um grande festival de Ferraris, Aston Martins, Lamborghinis, Porsches, Maseratis e outras marcas, que sempre causam verdadeiro frisson no público, principalmente entre os mais jovens.
Destaques dos classificados
Cadillacs dos mais variados anos e modelos, sendo os mais antigos o Model Tulip 1906 e o 1916 pertencente ao Museu Jorm, premiado no Encontro Brasileiro de Autos Antigos de Águas de Lindóia, este ano. Os conversíveis realizaram um desfile especial durante a cerimônia de premiação. Da extinta e sofisticada Packard, dois Conversível Coupê — fabricados em 1934 e 1937; e um Custom também Conversível de 1950. Da Oldsmobile, um Six 1938. E ainda modelos tão desconhecidos e como um Auburn Speedster 1929, um Willys Overland Whippet 1928 e um Hupmobile Model 20 1911.
Sem nenhum vestígio de restauração, um italiano Lancia Astura com carroceria Stabliamenti Farina fabricado em 1938. Trata-se do único do Brasil e um dos únicos em todo o mundo. Pertence à Família Marx desde os anos 1990 e em breve será inteiramente restaurado. Detalhe: apesar do estado de conservação, está funcionando perfeitamente.
Quatro verdadeiras preciosidades automotivas foram as favoritas ao título de “The Best in Show”, qualquer uma delas fazendo jus ao Prêmio Roberto Lee: o americano Packard Eight Roadster 1931 com carroceria francesa Saoutchik; o francês Delahaye Type 135MS Dubos Coupe 1948; o inglês Rolls Royce Phanton V 1967; e outro americano: o Lincoln K Coupe LeBaron V12 fabricado em 1936. E este último acabou levando o titulo. Foram produzidos apenas 25 exemplares com carroceria LeBaron naquele ano. Este é o de número 15 e é único em nosso pais.
Texto e edição: Fernando Barenco
Fotos: Odair Ferraz
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