15º do Encontro de Veículos Antigos Nacionais do Rio de Janeiro, RJ
Evento homenageou os 60 anos da indústria automobilística no Brasil
O Pátio do Museu Conde de Linhares ficou lotado logo cedo reunindo centenas de veículos
E se os eventos mensais já reúnem uma grande quantidade de carros nas dependências do Museu Militar Conde de Linhares, a edição anual consegue ser um sucesso ainda maior. Começando uma hora mais cedo que o habitual, já antes das 8:00 o pátio do museu começava a encher de carros antigos, formando uma bela fila na rua para a entrada, cujo colorido e o brilho dos cromados chamava a atenção de quem passava pelo local. Após esgotar a lotação no pátio do museu, aos poucos os carros antigos foram sendo posicionados na rua em frente, de maneira a não atrapalhar o trânsito. Já que, diferente dos anos anteriores, desta vez a prefeitura do Rio deu uma bola fora e não permitiu o fechamento deste trecho da rua para comportar mais carros. Todo participante tinha direito a receber um kit de brindes, com troféu, certificado e camisa do evento, tendo como “taxa” a doação de alimentos não perecíveis. A prática é adotada há anos pelo AGMH e aos poucos vem se tornando uma regra também para outros grupos e clubes, que perceberam a importância desta arrecadação e assim ajudam diversas instituições beneficentes.
A edição deste ano homenageou os 60 anos da indústria automobilística no Brasil, que oficialmente começou com a Vemag e sua perua Universal (posteriormente, Vemaguet), apesar da eterna polêmica com a Romi-Isetta, apresentada 2 meses antes, mas que não se encaixava no perfil de automóvel definido pelo GEIA, órgão do governo que cuidou da implantação da indústria automobilística brasileira. E diversos modelos marcantes da nossa indústria estiveram presentes e foram homenageados como destaques do evento, como uma Vemaguet 1966, Aero Willys 1964 (o primeiro carro totalmente desenhado no Brasil, para sua reestilização em 1963), Karmann-Ghia 1971, Corcel 1972, SP2 1972, além de veículos fora de série que apesar da baixa produção quando comparados a modelos de série, marcaram época e foram, e ainda são, sonho de consumo de muita gente, como o Malzoni 1963, Uirapuru 1966, Puma conversível 1975, Miura 1977, Bianco 1979, a réplica do Porsche 356 produzido pela Envemo em 1981 e Santa Matilde 1982.
Outros veículos de fabricação nacional compareceram em bom número, como Fusca e derivados, Opala, Passat, Gol, Chevette, Maverick, entre outros. Mas o evento também foi aberto, claro, aos antigos importados. Exemplares como Mustang, Ford Fairlane, Oldsmobile e Belair ajudaram a abrilhantar o evento. A dupla Dodge 1950 e Ford Custom 1951, parados lado a lado, chamou a atenção não apenas pelo excelente estado de conservação, mas também pela coincidência da sequência das placas, com o mesmo prefixo. Adquiridos com mais de 10 anos de diferença, de estados diferentes do Brasil, acabaram vindo parar no estado do Rio de Janeiro, nas mãos do mesmo feliz colecionador.
Destaques dos classificados
Em local de destaque ficaram o Ford T 1919, mais antigo do evento e em condições impecáveis, e o curioso triciclo pick-up Vespacar, que será totalmente restaurado mas ainda assim atraiu a curiosidade dos participantes e do público em geral.
Não podemos deixar de citar a presença do peso pesado Caio Amélia, ex integrante da frota da Marinha e que a cada evento aparece ainda melhor e mais original, resgatando a época em que ele foi produzido. É sempre interessante ver o quanto os ônibus atraem adultos e crianças, que querem entrar pra conhecer ou, no caso dos adultos, relembrar uma época que não volta mais. Por fim, os chamados novos clássicos também estiveram presentes em boa quantidade, destacando os Kadett GSi que sempre aparecem em estado impecável e original, além de uma rara Ipanema Flair.
Como sempre, o grupo AGMH está de parabéns por mais um evento muito bem organizado!
Texto: André Grigorevski
Fotos: André Grigorevski e AGMH
Edição: Fatima Barenco
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