Coberturas

Autoclasica 2016 – Buenos Aires, Argentina

A Autoclasica está entre os oito melhores eventos do gênero em todo o mundo

Autoclasica 2016 – Buenos Aires, Argentina

Entre os 8 melhores do mundo!

Edição deste ano recebeu cerca de 52 mil visitantes e ganhou reconhecimento da FIVA

[dropcap]C[/dropcap]onsiderado o principal evento do calendário do antigomobilismo da América do Sul, a Autoclasica — que acontece anualmente no Autódromo de San Isidro, nos arredores de Buenos Aires — recebeu o reconhecimento da FIVA (Federacion Internationale des Vehicules Anciens), como um dos oito principais de todo o mundo, ao lado de famosos como Amelia Island e Peeble Beach — dos Estados Unidos — e Villa D’Este — da Itália — por exemplo. Autoclasica foi o primeiro evento sul-americano a receber essa honraria, e com todo merecimento.

Público de 52 mil pessoas em 2016 (Foto: organização do evento)
Público de 52 mil pessoas em 2016   (Foto: organização do evento)

Este ano a grande festa do antigomobilismo portenho aconteceu entre os dias 7 e 10 de outubro, e a exemplo de outros anos, prestou várias homenagens especiais:

  • Celebração dos 50 anos do lançamento do Ika/Renault Torino, um automóvel que se tornou um verdadeiro ícone argentino.
  • A inglesa Jaguar foi representada por cerca de 35 exemplares dos mais variados anos e modelos.
  • Já a alemã BMW comemorou um século com uma exposição de automóveis e motocicletas.
  • Os 50 anos do italiano Lamborghini Miura e do americano Chevrolet Camaro também não foram esquecidos pela organização da Autoclasica.
  • A marca sueca Scania também foi reverenciada por seus 40ª anos em solo argentino, com o lançamento, em 1976, do caminhão L111.

Ao todo, a exposição contou com a participação de cerca de 900 veículos, entre automóveis, caminhões, ônibus, bólidos de competição, motocicletas, motonetas, triciclos, embarcações e até máquinas agrícolas, todos com pelo menos 30 anos de fabricação, com poucas exceções. Rara oportunidade de ver de perto — e em pleno funcionamento — carros e tratores movidos a vapor, maravilhas com mais de 100 anos.

De acordo com os organizadores, foram cerca de 52 mil visitantes durante os 4 dias. A grande maioria é claro, de Argentinos, mas também muitos uruguaios, paraguaios, chilenos, quantidade enorme de brasileiros de norte a sul do país, além de antigomobilistas de outros continentes.

O Renault recordista. No detalhe, Bonneville 1956
O Renault recordista. No detalhe, Bonneville 1956

A francesa Renault trouxe pela primeira vez à América do Sul seu icônico “Étoile Filante”, o aerodinâmico veículo com motor a turbina que bateu o recorde para veículos com até uma tonelada em 1956. O desafio aconteceu no deserto de sal de Bonneville, nos EUA. Atingiu 308 km. Este ano o carro voltou a Bonneville para lembrar os 60 anos do feito, e desta vez foi acompanhado por um Dalphine 1956, que também foi mostrado no evento.

A inglesa com sidecar levou o "The Best" entre as motos
A inglesa com sidecar levou o “The Best” entre as motos

Mais uma vez os argentinos mostraram o quanto são apaixonados por motocicletas. Entre as 450 inscritas, a grande ganhadora do prêmio “The Best of Show” foi para a AJS 38 2A V-Twin com sidecar fabricada em 1938. Importante notar que neste evento há dois prêmios “The Best”: um para automóveis e um para motos.

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No espaço do Discovery Channel a recriação cenográfica da primeira sede da Harley Davidson (à direita)

O espaço do Discovery Channel em homenagem à série de grande sucesso que conta a história da Harley Davidson ganhou o prêmio na categoria “Melhor Stand Comercial”. O canal reproduziu a primeira — e para lá de humilde — sede da fabricante de motocicletas fundada em 1903.

Os ônibus deram um colorido a mais ao evento
Os ônibus deram um colorido a mais ao evento

Não poderiam faltar os ônibus e caminhões ornados e multicoloridos, que sempre marcam presença. O grau de detalhamento é realmente incrível, com muitos adereços, cromados, pinturas personalizadas filetadas a mão, letras decorativas e até reproduções artísticas de fotos. Até meados dos anos 1970 eles eram comuns nas ruas de algumas regiões do país e cada empresa possui seu próprio padrão de cores e desenhos.

Willians de
Willians de Reutemann

O automobilismo, outra fissura dos argentinos, teve seu lugar de destaque com a exposição de 30 carros de competição de diferentes épocas e categorias. Destaque para os que pertenceram a dois dos principais expoentes do país: a Maserati 4 CLT 1949  de Juan Manuel Fangio e a Willians FW07B F1 de Carlos Reutemann.

E por falar em velocidade, uma das grandes sensações da Autoclasica todos os anos são as Provas Dinâmicas, onde é montado um minicircuito para exibições de clássicos de várias categorias. Participam veículos que saem de seus locais de exposição para fazerem junto com outros, suas performances, para o êxtase de quem assiste.

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Jean Lou Ranwez (e) e Roberto Suga      (Foto: FBVA)

O Presidente da FBVA, Roberto Suga, entregou homenagem ao anfitrião e Presidente do Club de Automoviles Clasicos de la Republica Argentina, Jean Lou Ranwez pela realização da Autoclasica 2016.

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A Ferrari prateada recebeu da FIVA e UNESCO um prêmio especial de preservação. (Foto: P.H. Rodriguez Wilkinson)

2016 é o “ World Motoring Heritage Year”, com o patrocínio da UNESCO. Por isso, a FIVA concedeu um prêmio especial de preservação automobilística. E o automóvel escolhido para essa honraria foi a Ferrari 195 Inter 1952. O prêmio foi entregue pelo presidente da FIVA, Patrick Rollet e pelas representantes da UNESCO, Lidia Brito e Glória Silva. Com motor V12, esta Ferrari foi comprada zero km pela atriz italiana Anna Magnani. Em 1959 foi vendida a um colecionador americano e adquirido na década de 1990 pelo atual proprietário, Daniel Sielecki. Ela participou da tradicional prova Mille Miglia italiana de 1996 e permanece em seu estado totalmente original, sem qualquer restauração, até hoje.

A Ferrari de 4,1 milhões de Euros foi a grande campeã
A Ferrari de 4,1 milhões de Euros foi a grande campeã

E o prêmio “The Best of Show” para automóveis, foi concedido a outra Ferrari: a 250 LM 1964, o único exemplar da América Latina. E, fato inédito neste evento, esta Ferrari foi agraciada com dois outros prêmios: “Competición Internacional” e “Premio Germán Sopeña”. Ela concorreu ao titulo máximo do evento com dois outros fortíssimos competidores: Ford GT40 Mk I de 1965 e BMW 507 1957.

A disputa foi acirrada:
A disputa foi acirrada: os concorrentes foram Ford GT 40 e BMW 507

Esta Ferrari é uma das apenas 32 fabricadas. A sigla LM é uma homenagem a Le Mans. O carro foi inteiramente restaurado pela própria Ferrari, em Maranello e sua atual proprietária — a família Pérez Companc —  a comprou 4,5 milhões de Euros.

 

   EXPOSIÇÃO      MOMENTOS      PREMIAÇÃO

Texto e edição: Fernando Barenco
Fotos e vídeo: Vinícius Rezende Carvalho

 

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__autoclassica16_11Agradecimento especial


Agradecemos a José Geraldo Carvalho, que representou o Portal Maxicar na Autoclasica 2016 e a seu filho, Vinicius Rezende Carvalho, pelas belíssimas fotos.

 

 

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