Fernando Barenco

O companheiro de estrada

Ele fielmente nos acompanha (ou será que nós é que o acompanhamos?) por essas estradas há mais de uma década. Quem nos conhece dos encontros de carros antigos, já sabe: lá vem o Fusquinha branco 1970. É o Portal Maxicar chegando para mais uma cobertura! De fato, é sempre a bordo dele que vamos, mesmo em viagens mais longas. Devagar se vai ao longe… Costumo brincar, dizendo que esse senhor de 46 anos já rodou mais de um milhão de quilômetros. Mas deve estar perto disso.

A Fátima o chama de “Fofotinho”, apelido que eu me recuso a repetir (pelo menos em público). Não me parece coisa de homem! Já foi apelidado também de “Fusca Repórter” por nosso amigo e colunista Alexander Gromow. De fato, foi inspirado por ele que o Portal Maxicar começou, em 2005. Então o consideramos como um “Sócio”. Ele representa muito o nosso jeito de ser, principalmente pela simplicidade e persistência.

Sempre nos leva e traz de volta com segurança a Petrópolis, exceto em três ocasiões. Uma vez, lá por 2011 não aguentou o esforço da viagem de mais de 8 horas na volta de Águas de Lindóia. Fomos rebocados há 50 km de casa e tivemos que retificar o motor.

Na segunda, ficamos sem freios na hora H em Juiz de Fora-MG e quase nos envolvemos num acidente. O conduíte estava enferrujado e estourou, deixando vazar todo o fluído. Fomos socorridos pelos amigos Jorge Borboleta e seu filho “Lourinho”. O incidente não nos impediu de seguirmos viagem até Tiradentes.

E o terceiro problema de viagem foi na verdade duplo. Saímos numa sexta-feira à tarde. O evento era em Campos dos Goytacazes-RJ. No meio da viagem o cabo do acelerador decidiu não ficar mais preso ao pedal. Ficamos parados à noite, na BR-101, rodovia famosa pelos acidentes. Rodamos os últimos 40 km com aquele sistema de aceleração máxima, colocando um toquinho de madeira no carburador e escoltados pelo carro de socorro da concessionária. A volta foi ainda mais complicada: tivemos dois pneus furados em menos de 15 minutos. Dá para acreditar?  Onde encontrar um borracheiro às 2 da tarde de domingo e ainda por cima sendo o Dias das Mães?

A partir de 2015, fomos forçados e reduzir drasticamente a nossa participação nos eventos. Culpa dessa crise, que nos fez tomar a iniciativa de agora criar essa campanha de financiamento coletivo. Alguns clubes acabam não compreendendo quando não aparecemos. Mas, os recursos estão bem escassos e qualquer viagenzinha curta já se tornou cara: aumento dos combustíveis, dos pedágios, da alimentação na rua, da hospedagem. Às vezes o clube consegue para nós uma diária de cortesia.

Mas 2017 está aí e temos certeza que essa “marolinha” vai passar. E então vamos poder voltar a interromper mais vezes o descanso de nosso “Sócio” nos finais de semana.

 

 

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