Ao som dos ‘garotos de Liverpool’
Show de banda cover dos Beatles foi uma das atrações do evento que aconteceu no Clube do Remo
Mais de uma centena de automóveis participaram da 2ª edição do Encontro Solidário de Veículos Antigos, uma parceria entre os Antigomobilistas de Cataguases — um grupo informal de admiradores e proprietários de carros antigos que começou como um grupo pelo aplicativo WhatsApp — e o tradicional Clube do Remo — que possui 12 mil sócios e que em outubro comemora seus 90 anos. O evento foi ‘solidário’ porque não houve taxa de inscrição, bastando o expositor levar cinco quilos de alimentos não-perecíveis. Foram arrecadados mais de 600 quilos que foram doados à APAE, Casa São Vicente de Paula e Creche Ana Nery.— Conseguimos alguns patrocinadores e o Clube do Remo nos forneceu toda a infraestrutura: banheiros, restaurante, local para as inscrições e salão para o show. Aproveitamos para agradecer o presidente Carlos Alberto da Silva Barbosa. Tivemos também o apoio da Prefeitura Municipal, que interditou por dois dias a rua para que evento pudesse acontecer em frente ao Clube — nos contou Jamil Carneiro de Melo, que esteve à frente da organização do evento. Jamil é Também o 1º Secretário do Clube e proprietário de um Chevette 1974.
O evento aconteceu nos dias 23 e 24 de setembro e teve a participação não apenas de entusiastas de Cataguases e região — como Leopoldina e Além Paraíba — mas também de outros municípios mineiros e de cidades fluminenses como Rio de Janeiro, Petrópolis, Teresópolis, Nova Friburgo, Itaperuna e Campos dos Goitacazes.
O carioca Roberto Ruschi percorreu mais de 250 km a bordo de seu magnífico Cadillac Series 62 1947 para prestigiar o evento. O carro já participou de gravações de novelas da Rede Globo, foi um dos mais fotografados.
Já o Chevrolet 1952 conduzido Mauro Coelho venceu sem problemas a curta viagem entre a vizinha Leopoldina e Cataguases, mas resolveu dar uma pequena pane mecânica logo após cruzar a entrada do evento. O que foi logo solucionado. O carro tem uma história bastante curiosa. Mauro — que é restaurador especializado em pintura — recebeu de seu tio que vive em Vespasiano — cidade próxima a Belo Horizonte — a incumbência de encontrar em Leopoldina e restaurar um automóvel clássico que seria usado em um casamento da família que iria acontecer meses depois. Com orçamento e tempo limitados, Mauro decidiu ele mesmo cuidar também da lanternagem. E deu certo! O carro ficou realmente maravilhoso, com sua carroceria em duas cores e interior vermelho. Fez o maior sucesso no casamento… e no evento também!
Prata da casa, Cláudio Boechat tirou da garagem algumas de suas beldades automotivas: duas pick-ups nacionais — Chevrolet C10 1981, Ford F100 1974; duas importadas — Studebaker R6 1952 e Chevrolet 3124 Cameo 1957; um furgão também importado — Ford F1 1949; e para finalizar um conversível também importado — BMW 325i 1995. Mas não vamos entrar em detalhes hoje. É que aproveitamos a viagem para conhecer a garagem do Boechat. Então, vem reportagem por aí!
Ainda na linha dos importados, havia outros três Chevrolets — 1948, 1952 e 1954; um Mercedes Benz 280S 1974; três ‘calhambeques’ — Chevrolet Roadster 1931 (com o famoso banco da sogra) e Fords Modelo A Phaeton 1928 e 29; além dos ‘novos clássicos’ Fiar Coupê 1995 e Chevrolet Grand Blazer 2000.
Destaques dos classificados
Entre os modelos nacionais, ótimos exemplares do Opala com Grand Luxo 1974, Comodoro Coupê 1979 e Caravan 1990; dois Aero Willys, um 1964 e o outro 1968; DKW Belcar 1967; um Itamaraty 1966 com placa de ‘Itamarati de Minas’; um Simca Chambord Tufão 1964; uma muito rara pick-upinha Chevy 500 1991; além de Passat, Chevette, Del Rey, Santana, Galaxie, entre outros modelos.
Entre os vários Fuscas, fomos conhecer de perto o 1500 1973, na cor Amarelo Texas, de Nilton Gomes Vasconcellos. Não bastasse o carro ser absolutamente original de fábrica e ter chegado agora aos 40 mil km rodados, tem uma história absolutamente inacreditável. Nilton nos contou que seu pai era dono de uma concessionária de automóveis e encomendou o carro à VW para um cliente, que queria um Fusca ‘daquele amarelo bem clarinho’. Quando o carro chegou à loja o cliente alegou não ser aquela a cor que queria. O pai de Nilton então encomendou outro carro para o cliente, mantendo aquele guardado da loja. Permaneceu lá, sobre cavaletes por 16 anos, sendo colocado depois em cuidadoso uso. Foi dado de presente a Milton por seu pai em 2004, três anos antes de seu falecimento. E o fato mais curioso:
— Meu pai tinha 6 filhos, mas jamais deixou que nós ou qualquer outra pessoa sentassem no banco traseiro. Quanto tínhamos que sair, íamos sempre em outro carro, nunca no Fusca. E até hoje mantenho essa ‘tradição’. Assim, nunca ninguém viajou no branco traseiro desse carro! — nos contou ele. Portanto, se um dia passar por ele na rua e ele já estiver acompanhado, nem adianta pedir uma carona… É ou não é inacreditável?
Tirando os automóveis (é claro), a grande atração do evento foi a apresentação da banda Beatles Forever JF. Completando 35 anos de estrada, ela é considerada uma das melhores bandas covers dos Beatles de todo o Brasil. O evento social aconteceu na noite de sábado, na sede do Clube do Remo e contou com a participação dos antigomobilistas e seus acompanhantes e também de sócios do clube. Durante mais de duas horas a turma dançou, curtiu e se emocionou ao som de hits imortais como “Hey Jude”, “Hello, Goodbye”, “Yesterday”, “Revolution”, “Lucy In The Sky With Diamonds”, entre muitas outras. Gravamos dois momentos do show para essa palinha.
Texto: Fernando Barenco
Fotos, vídeo e edição: Fátima Barenco e Fernando Barenco
Deixe seu comentário!
CADASTRE SEU WHATSAPP PARA RECEBER.
1 Comentário