A Pur Sang trabalha a partir de encomendas e já fabricou mais de 100 unidades, ao custo de cerca de US$ 250 mil cada
O trabalho é artesanal e realizado como na empresa de Ettore Bugatti há cerca de 90 anos. É como se a produção tivesse sido interrompida naquela época e retomada agora. Tudo é feito ali mesmo, inclusive a fundição do bloco do motor de alumínio, com 8 cilindros em linha. Não se trata de mais uma réplica do Bugatti Type 35. E sim de uma recriação idêntica daquele que é considerado o primeiro superesportivo da história, que atingiu a incrível marca de nada menos que 2 mil vitórias nas principais corridas mundiais da década 1920. Até seu peso é o mesmo: 680 quilos.A façanha é da empresa argentina Pur Sang, com sede na Província de Entre Rios (e filial na Califórnia) e que hoje emprega cerca de 100 qualificadíssimos profissionais.
Cada conversível desses custa cerca de US$ 250 mil, valor que se justifica pelo fato de tudo ser fabricado por eles, até cada parafuso. Além disso, exemplares originais têm sido negociados por valores até 10 vezes mais altos. Cada carro leva dois meses para ficar pronto e é vendido apenas sob encomenda. O apresentador de TV e mega colecionador americano Jay leno tem dois. Curiosamente, alguns dos compradores são proprietários de Bugattis Type 35 originais. Previdentes, preferem ter uma recriação para uso, preservando assim o original.
Têm sido produzidos entre 20 e 30 carros por ano, que seguem à risca a ‘receita’ tradicional da época, a não ser que o cliente solicite algum ‘upgrade’, visando mais confiabilidade ou desempenho. Os únicos itens que vem modernizados como padrão são a ignição — que, no entanto, mantém a aparência original do velho e nada confiável sistema de magneto original — e uma ventoinha no radiador para ajudar na refrigeração.
A carroceria é de alumínio, assim como as rodas (a Bugatti foi o primeira a utilizar rodas de liga de alumínio em um carro). O cockpit é para duas pessoas, mas bem apertado. O volante é do lado direito com alavanca de câmbio do lado de fora. Há apenas um arremedo de parabrisa, então é aconselhável o uso de óculos, para não ferir os olhos com pedrinhas ou insetos ao longo do caminho. Os bancos são finos e desconfortáveis e não há nenhuma tapeçaria.
O Bugatti Pur Sang argentino é tão perfeito, que em recente entrevista ao site da revista americana Hemmings o presidente da FIVA, Patrick Rollet, afirmou que em trinta anos ele poderá ser considerado um ‘veículo histórico’.
Texto e edição: Fernando Barenco
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