Apenas mais um megaevento…
2018 repetiu a enorme êxito de anos anteriores, lotando o pátio de eventos do Hiper Carrefour
Há 12 anos fazíamos nossa estreia no anual da AVA-JF. Sendo ainda bem pouco conhecido o Portal Maxicar, chegamos sem sermos notados, fizemos nosso trabalho e fomos embora. Naquele já distante 2006 o evento já era de respeito. Ano a ano, nosso trabalho ia se tornando mais conhecido e o número de amigos se multiplicando. Enquanto isso, íamos acompanhando a evolução desse encontro que foi crescendo, crescendo, sem jamais perder aquele espírito de hospitalidade e camaradagem do início.Por isso hoje é mega. Mega no número de veículos em exposição; mega na presença de público, mega na arrecadação de alimentos; na quantidade de clubes e cidades participantes; mega na alegria e no número de sorrisos.
De alguns anos para cá o número de inscritos nunca é menor que 700, que multiplicados por cinco dá a incrível quantidade de 3,5 ou 4 toneladas de alimentos arrecadados. Este ano ainda não temos o número oficial, mas temos certeza que foi por aí, de acordo com o que pudemos registrar durante todo o final de semana, 21 e 22 de julho.
Claro que o pátio de eventos do Carrefour ficou lotado desde o primeiro dia. Domingo então, nem se fala. Vários dos veículos já são nossos velhos conhecidos de outras edições, alguns deles inclusive já retratados em nossas edições anteriores desta cobertura. Sinal de que quem vem uma vez, sempre acaba voltando.
Mas o número de novidades automotivas realmente bacanas foi enorme. Começando pelos importados, o clássico dos clássicos da ‘época de ouro’, Ford Thunderbird 1956 da rara cor ‘Sunset Coral’, última aquisição de Geraldo Chapinoti, colecionador sobre o qual já tivemos a oportunidade de falar de outros carros, como o Corvette, o Cadillac e o primeiro protótipo do Santa Matilde. Esses três carros, aliás, também presentes. Lançado em 1955, o Thunderbird (‘pássaro do trovão’) foi uma resposta da Ford ao recém lançado Chevrolet Corvette. Fabricado até 2005 e com 11 gerações, foi ao longo do tempo crescendo e tornando-se irreconhecível, muito diferente desse gracioso dois lugares da primeira geração.
Falando em Cadillac, o Eldorado Conversível 1955 de Gilvan Novais foi outro americano que causou sensação. Preto (Cadillac, é claro!) com interior vermelho, o carro foi importado recentemente dos EUA, fazendo com que o colecionador de Juiz de Fora fosse dar um passeio no estado do Michigan, para conhece-lo de perto. Afinal, é um senhor investimento. O Eldorado de 1955 é especial por ter um design exclusivo e mais ‘moderno’ que os demais modelos Cadillac, com traseira de ‘barbatanas’ pontiagudas. Foram produzidas apenas 3.950 dessas maravilhas naquele ano, entre coupês e conversíveis.
Outro destaque da terra de Trump foi o Hudson Commodore 1948 pertencente ao antigomobilista e leiloeiro Murilo Chaves do Rio de Janeiro. O carro que passou por um criterioso e longo processo de restauro, se parece bastante com aquele Hudson Hornet do filme de animação “Carros”. Lembrou?
Destaques dos classificados
Realmente não faltaram afamados modelos ‘made in USA’, a começar pelo mais antigo da exposição: o Ford T 1926. Tinha também Caprice 1980, como aquelas viaturas da polícia dos filmes americanos da época; e outros Chevrolets como o Roadster 1931; os Masters 1939, nas versões Sedan original e Coupê Hot Rod; o Bel Air 1955, os Impalas 1961 e 1964 e o Camaro Type LT 1974; e o Furgão 3100 ‘Boca-de-sapo’ 1951.
Da Chrysler, um dos mais icônicos representantes da era dos muscle cars: o Charger 500 1970. Mas vendo-o lado a lado com o nosso Charger R/T, tem-se o orgulho de constatar que o modelo que foi fabricado aqui no Brasil não deve em nada em termos de estilo e acabamento ao da Matriz americana.
Aliás, os Mopars tupiniquins estiveram bem representados em termos de modelos raros, já que havia também um Charger LS 1971 — modelo mais sóbrio, sem as faixas esportivas, banco dianteiro inteiriço e câmbio na coluna de direção — e um Dart SE 1974 — uma tentativa fracassada da Chrysler em criar um esportivo mais espartano e barato que o Charger. Tem capô todo preto, rodas de aço sem calotas e bancos de napa xadrez. Vendeu pouco e seu tornou aquela raridade.
Os Volkswagens refrigerados a ar — que sempre são a imensa maioria, esse ano ganharam um novo espaço, já nas ‘ruas’ de entrada do evento, o que tornou mais fácil o entra-e-sai. Além dos Fuscas em diversas vertentes, havia Brasilia, Variant, Karmann Ghia nas versões Coupê e TC, TL, 1600 (Zé do Caixão) e um bom número do VW da moda, a Kombi, o que mostra que para nossa sorte, ainda estão sobrando muitas por aqui, apesar da volumosa exportação para a Europa e Estados Unidos. Destaque para a Seis Portas 1976 (no apagar das luzes do modelo “corujinha”) e a Cliper 1992 lindamente personalizada de Maicon Monteiro, de Petrópolis – RJ.
Entre os Opalas, que também foram muitos, destaque para a Caravan Ambulância 1990 e o Opala de Luxo 1972, que juntava gente para admirar, de tão novo.
Dos primeiros anos de nossa indústria automobilística vários expoentes: Gordini; DKW nas versões Belcar, Vemaguet e Candango; Simca Chambord e Aero Willys. Já mais ‘moderninhos’, Corcel, Chevette, Galaxie e derivados, Polara, Passat, Fiat 147 e derivados, Del Rey, Gol e ‘quadrados’ em geral. E ainda os foras-de-série Miura, Santa Matilde (incluindo o protótipo já citado) e o Puma, valendo mencionar o modelo GTB, com exemplares das Séries I e II.
Entre os europeus, antigos como os diversos Mercedes Benz e o Morris Mini e novos clássicos como Jaguar XJ e Peugeot 406 Coupê, com carroceria Pininfarina.
Como já é tradicional neste encontro, houve a participação de vários caminhões e ônibus, nos despertando a curiosidade o Mercedes Benz 1967, com carroceria Cirb, já que ele possui duas portas… mas não do mesmo lado. Qual seria a finalidade? Até tentamos descobrir, mas sem sucesso. O máximo que conseguimos saber é que antes de ser restaurado, este exemplar havia sido ônibus escolar e de auto-escola.
No quesito ‘veículos curiosos’, o evento foi pródigo: duas limosines — uma Laudau e uma moderna BMW X5 2001 com alguns metros de comprimento (faltou a trena para medir!); pick-up GMC ‘Monster’ 1997 também com alguns metros, mas de altura); Maverick com frente de Dodge Charger (Chargerick?); e Kombi Pick-up Radiopatrulha bar temático.
Fez muito sucesso um estande dedicado às motocicletas e motonetas, das quais destacamos as Lambrettas 1956 e 1958, a moto Yamaha RD 180 1980 estilo Café Racer e a scooter Yamaha Jog 1999 de Elerson Coelho, o ‘Lourinho’. Apesar de não ser muito antiga, tem meros 7 mil km rodados.
O mercado de pulgas esteve muito sortido esse ano, com produtos dos mais variados: além de peças, acessórios e produtos de beleza para automóveis, miniaturas, camisetas, relógios e chaveiros personalizados, antiguidades, louças, brinquedos, placas decorativas e até painéis de energia solar. O antigomobilista podia até eternizar seu carro antigo através de um quadro criado ‘in loco’ pelo artista de Juiz de Fora Frederico Nascimento Meireles, o Fred, também ele um antigomobilista.
Na noite de sábado o coquetel de confraternização contou com a prestígio de mais 200 animados participantes na Associação Portuguesa. A Banda Ômega 4 não deixou ninguém parado. E os dirigentes dos clubes presentes aproveitaram a oportunidade para tirar uma ‘foto oficial’ com o Presidente da Associação de Veículos Antigos de Juiz de Fora, Jorge ‘Borboleta’ Levi. Ficou o gostinho de ‘quero mais’.
No dia seguinte, mais homenagens, com a presença de representantes dos clubes das seguintes cidades: Cataguases, Tocantins, Além Paraíba, Nova Lima, Belo Horizonte, Astolfo Dutra, Barbacena e Congonhas, todas de Minas Gerais; e Cabo Frio, Niterói, Araruama, Rio de Janeiro, Campos Goytacazes, Rio das Ostras e Rio das Flores, no Rio de Janeiro.
— Gostaria de aproveitar esse espaço para agradecer imensamente aos diretores e sócios do clube que ‘vestiram a camisa’ e colaboraram de verdade para que pudéssemos realizar mais uma vez esse bonito encontro anual — fez questão de lembrar Borboleta.
Texto: Fernando Barenco
Fotos e edição: Fátima Barenco e Fernando Barenco
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