Jeeps… e muito mais!
Exposição em Itaipava reuniu um pouco de tudo do universo dos veículos militares. A grande maioria antigos, mas havia alguns bem modernos também
Os principais conflitos mundiais do Século XX foram lembrados no último final de semana (de 2 a 4 de novembro), no distrito petropolitano de Itaipava, através de uma exposição que reuniu veteranos “soldados sobre rodas”, hoje merecidamente na “reserva”. O Parque de Exposições ficou pintado de verde oliva (e também “Desert Sand”), ao receber a “tropa” composta principalmente por Jeeps dos modelos Willys MB e Ford GPW — amplamente utilizados pelas Forças Aliadas durante a II Guerra Mundial; Willys M38 — o sucessor usado durante a Guerra da Coreia; e o M151 (apelidado de “Patinha”), fabricado por Ford e Kaiser, tendo combatido durante a Guerra do Vietnã.Mas o evento mostrou que o universo dos veículos militares de coleção vai muito além desses imbatíveis utilitários americanos. De uma pequena motoneta a grandes caminhões, o leque de modelos foi bastante variado, para deleite de visitantes de todas as idades.
Acima, Dodge M37 e Mercedes Benz 1519. Abaixo, a dupla da Engesa
O Dodge M37, por exemplo, começou a ser produzido em 1951 e foi amplamente utilizado pelo Exército americano durante a Guerra da Coreia. Mas esse peso pesado foi superado em termos de tamanho pelo Mercedes Benz 1519 1974, versão militarizada desenvolvida pela Engesa, com tração 6X6 e cabine conversível, com teto de lona. Por falar em Engesa, havia dois representantes da marca: o caminhão EE25 e o jipe EE12. Empresa genuinamente nacional, a Engesa foi durante décadas uma das maiores fornecedoras de veículos e outros equipamentos para o Exército Brasileiro (e também de outros países), tendo fabricado inclusive blindados famosos com nomes de cobras, como Urutú, Jararaca, Sucuri e Cascavel.
Fabricado na Áustria 1976, o Pinzgauer 712M Rapier é outro fora de estrada com tração 6X6. Era produzido pela Steyr-Daimler Puch (lembra da motoneta dos anos 1970?). Este exemplar pertenceu ao Exército Suíço e foi comprado através de leilão em 2006, ano em que chegou ao Brasil.
Diminuindo radicalmente de tamanho, a réplica da scooter americana Cushman 53 G683 Airborne foi um dos veículos mais curiosos, não tanto pelo seu modelo para o uso para o qual foi projetada. Desenvolvida pelos americanos foi usada durante a 2ª Guerra Mundial. Era lançada de paraquedas junto com o paraquedista, já que era ultra resistente a impactos.
Já a réplica do alemão Kübelwagen foi tema de reportagem aqui no Portal Maxicar há alguns anos. Foi projetado e fabricado por seu próprio proprietário — o engenheiro Franklin Lenneberg, em sua casa. E o resultado é excepcional, segundo até os especialistas no assunto. O Kübelwagen foi a resposta de Hitler aos versáteis Jeeps americanos, já que durante a II Guerra Mundial o Exército Nazista precisava também de um veículo leve, resistente e versátil. A solução encontrada foi o desenvolvimento de um veículo baseado na plataforma do Volkswagen, então recém-criado por Ferdinand Porsche e que embora não tivesse tração integral encarava qualquer parada — característica que depois tornaria o próprio Fusca famoso.
Falando em Volkswagen, presença também de dois modelos que são descendentes diretos do Kübelwagen: o primeiro um Kurierwagen — que os americanos apelidaram de ‘Thing’ (Coisa), e que infelizmente nunca foi vendido no Brasil. O outro um Iltis 1988, modelo desenvolvido para uso militar justamente para substituir o ‘Thing’. Em alemão, Ultis significa algo como ‘tourão’.
Destaques dos classificados
A Polícia Militar do Rio de Janeiro participou do evento com três veículos, todos vindos de seu museu localizado na Capital do Estado: uma Patamo Veraneio — popularmente apelidada na época de ‘Camburão’, um Jeep e um Opala.
Hummer e Toyota Xingú
Havia ainda alguns veículos mais modernos como os brutamontes americano Hummer — conhecido por suas ações na Guerra do Golfo —, e os nacionais Agrale Marruá — baseado no EE12 da Engesa, já citado aqui —, Jipe Troller e Toyota Xingu Bernardini.
Durante três dias, os visitantes puderam apreciar não apenas os veículos, mas também conhecer de perto equipamentos de comunicação, indumentárias, armamentos e diversos outros itens que fizeram e fazem parte do universo militar, neste evento organizado pelo Imperial Jeep Clube.
Texto e edição: Fernando Barenco
Fotos: Fátima Barenco e Fernando Barenco
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