Mosca Branca

Kombi Carat: a resposta da Volkswagen às vans asiáticas

Volkswagen Kombi Carat

Versão fabricada nos anos 1990, foi a mais luxuosa da Kombi brasileira.  No entanto não foi sucesso de vendas

“Carat”. A principio a palavra parece ter origem em algum idioma do Oriente Médio. Mas pesquisando rapidamente no tradutor do Google, descobrimos que vem do inglês e significa “quilate”.

O nome faz algum sentido, como você verá a seguir.  Em meados dos anos 1990 a Kombi havia perdido mercado para o uso no transporte de passageiros para as vans asiáticas que inundaram as ruas brasileiras a partir da liberação das importações de veículos no Governo Collor, a partir do início da década.  A turma do transporte alternativo, ou perueiros, passou a optar principalmente pela Besta, da Kia e pela Topic, da Asia Motors, embora elas fossem bem mais caras que Kombi. E de fato, a princípio elas tinham muitas vantagens: podiam transportar 3 passageiros a mais (o que significa mais lucro), eram mais confortáveis, mais modernas, muito mais bem-acabadas e além de tudo isso eram movidas a diesel.

Besta e Topic concorriam com a Kombi no transporte de passageiros

Um luxo

A Volkswagen concluiu que a saída seria aproximar seu veterano utilitário das concorrentes vindas do outro lado mundo, trazendo de volta — depois de muitos anos — a versão de luxo da Kombi. Batizada de Carat, tinha de fato muitos “quilates” a mais que a Standard.

Volkswagen Kombi Carat
Vermelha e verde, além do azul, eram as outras cores

Lançada em 1997, a Carat não era uma série especial — e sim uma versão da Kombi, embora exibisse apenas o emblema “Carat’, fixado na traseira, sobre a tampa do porta-malas. Além de incorporar a porta lateral de correr e o teto mais alto, apresentado um tempinho antes para toda a linha, a Carat vinha com uma série de detalhes aprimorados em termos de acabamento: por fora, vidros verdes (com parabrisa dégradé), calotas envolventes, parachoques na cor do carro (que estava disponível em azul, verde, vermelha e branca) três janelas de correr, lanternas com lentes fumê e setas ‘cristal’.

Por dentro, chamava a atenção os bancos cinza de veludo com encosto de cabeça, forrações no teto e laterais, assoalho totalmente acarpetado, desembaçador traseiro, rádio VW de fábrica e a ausência da divisória entre o banco dianteiro e os demais. Aliás, a Carat tinha espaço para somente sete passageiros (dois a menos), já que os bancos dianteiros eram individuais e o do meio servia apenas dois passageiros, em nome da facilidade de circulação e conforto.

A redenção

A mecânica era a velha conhecida: motor boxer 1.600, carburado no lançamento, passando a contar depois com a injeção eletrônica de combustível.

Mas essa luxuosa Kombi não vendeu muito e a produção foi descontinuada em 1999. O que a torna uma versão raríssima atualmente e que já desperta o interesse dos colecionadores de Volkswagens clássicos.

No entanto, os perueiros não tardaram a descobrir que as vans asiáticas não eram páreo para a nossa Kombi em se tratando de resistência (para rodar por horas a fio para cima e para baixo), versatilidade e facilidade/ custo de manutenção. E assim, aos poucos a velha senhora foi reconquistando o coração desses profissionais.


A Carat dessa reportagem

A sugestão de pauta dessa edição da “Mosca Branca” foi do antigomobilista Paulo Mota, de Araruama-RJ. Apaixonado por VWs, é dele a Carat branca 1999 que foi ‘modelo fotográfico’ da matéria. Segundo ele, foram produzidas apenas 1.200.

Volkswagen Kombi Carat

Muita gente não conhece a Kombi Carat. A maioria quando vê, pensa que é uma Kombi comum, de 9 lugares. Não sabe suas especificações e suas muitas diferenças. Por isso acho importante a gente divulgar — argumentou ele.

Na selfie acima, Mota — que aparece em primeiro plano — está participando de um evento em Santo André-SP promovido há dois meses pelo Fusca Clube ABC, que contou com palestra de Alexander Gromow.

O evento aconteceu dentro de uma Concessionária Volkswagen e minha Carat ficou em destaque, junto com uma Kombi Last Edition 2013 — comemorou.

Texto e edição: Fernando Barenco
Fotos: Paulo Mota e propagandas de época

 

A seção “Mosca Branca” fala sobre automóveis  realmente raros. Quer fazer uma sugestão de modelo para as próximas edições? Então use o espaço de comentários ai em baixo!

Deixe seu comentário!

CADASTRE SEU WHATSAPP PARA RECEBER.

Novidades dos Classificados