La Salle Sedan 1939 o Best of Show
Raid CVA-Estrada Real foi mais um sucesso de público e crítica, tendo as sessenta vagas disponibilizadas sido esgotadas faltando ainda mais de um mês para o evento
Consolidando uma tradição iniciada em 2016, a quarta edição do Raid CVA-Estrada Real foi mais um sucesso de público e crítica, tendo as sessenta vagas disponibilizadas sido esgotadas faltando ainda mais de um mês para o evento, que ocorreu em Tiradentes – pelo quarto ano seguido – no final de semana de 31/5 a 02/6.Mais uma vez, o percurso foi totalmente inédito, com cerca de 210 km de estradas excelentes, com trechos de subidas e descidas em médias mais altas velocidade que, como ocorreu em 2017, valorizaram os carros de maior potência, em contraste com os roteiros mais travados de 2016 e 2018.
Como sempre, carros espetaculares em estado impecável foram os donos da festa, com a Serra de São José e a arquitetura colonial de Tiradentes fazendo um belo pano de fundo.
Duas Porsche 911 (Carrera e SC Conversível), um Impala Coupé V8 1961, uma La Salle 1939, um Mustang 1969 com o mítico V8 Cleveland 351, um Jeep CJ5 militar 1951, uma Caterham 7, um Fusca 1303 Cabriolet alemão, duas Mercedes SL de terceira geração, um Dart e um Charger R/T, uma Veraneio, uma Kombi Corujinha, uma trinca de Karmann Ghia, outra de Galaxies, e um verdadeiro esquadrão de Passats, Fuscas e Opalas contrastaram com os bem-vindos neocolecionáveis que, a partir dos 25 anos de idade podem participar da festa. Nessa linha, vieram, BMW E36, Alfa Romeo 164, Mazda Miata, Gol quadrado, Escort XR3 e até bólidos inusitados, como uma Chevrolet A-20 Cabine Dupla 1989 e um soviético Lada Niva 1990 que, quem diria, ganha placa preta no ano que vem!
Essa foi considerada a edição mais difícil das oito provas do CVA
O Raid, que fez o percurso de ida e volta entre Tiradentes e Oliveira, foi, por unanimidade, considerado a edição mais difícil das oito provas do CVA, exigindo o máximo dos carros, pilotos e, principalmente, navegadores, que tiveram que pagar caro por qualquer erro de interpretação da planilha, com poucas possibilidades de recuperação, já que as médias eram altas e os trechos de deslocamento foram poucos.
No final, terceira vitória consecutiva para a dupla Rodrigo Giordano e Marcel Fernandes que, a bordo de um Porsche 911 Carrera 1975, compuseram mais uma vez uma equipe imbatível, com apenas 32 pontos perdidos. O pódio ficou assim:
- 1 – Porsche 911 Carrera 1975 – Rodrigo Giordano e Marcel Fernandes
- 2 – Volkswagen Gol Star 1.8 1989 – Gustavo Brasil e Mariella Moia
- 3 – Volkswagen Gol GTi 1993 – Agostinho Neves e Robert Freitas
- 4 – BMW 318i Compact Kou Regino 1993 – Mário Lott e Bisco Tomich
- 5 – Volkswagen Passat Village 1984 – Flávio Christovam e Rudnixon
O Troféu Old School, que ganha cada vez mais adeptos, foi novamente para a dupla Gustavo Brasil e Mariella Moia a bordo de um Gol Star 1.8 Branco (ano passado, a dupla levou a taça num Gol Star Vermelho, chegando em décimo na classificação geral) que também garantiu um surpreendente segundo lugar geral!
Destaques dos classificados
Para essa edição o veterano Milton Lapertosa resolveu levar sua Mercedes 500 SL, deixando o troféu de veículo mais antigo em aberto. E esse foi para o Jeep CJ5 1951 de Giovani Manzo, na verdade o segundo mais antigo do evento, uma vez que o ganhador do Best of Show, de 1939, abriu mão desse premio em nome da festa.
O Troféu Espírito Esportivo, como ocorreu no Rally Backer de 2018, acabou indo para a dupla que veio de longe – e “longe” aqui não é figura de linguagem! André Welter e Cleriston Labaldi foram rodando de Itapema/SC até Tiradentes, num total de mais de 1500 km, a bordo de um belo Porsche 911 SC Conversível 1983 para prestigiar a prova do CVA.
Fechando os prêmios especiais, o Troféu Batom foi para Luciana Freitas, que vem tendo um desempenho entusiasmante como navegadora do marido Alexandre Carneiro a bordo do Dart 1970, enquanto o Troféu Navegador Mirim, para os participantes com até 15 anos, ficou para o estreante Daniel Pimentel (14 anos), que conduziu o tio Fabiano Folly para um bom nono lugar a bordo de um Escort XR3 Conversível 1991. O Troféu Melhor Nacional, foi, como de costume, o mais difícil de ser decidido, diante da excelente amostra de representantes Made in Brazil no evento. Mas, em se tratando de originalidade, pedigree e raridade, a comissão acabou se rendendo à perfeição do Passat TS 1977 de Edivaldo Souza.
E, finalmente, o Best of Show foi, indiscutivelmente, para a La Salle Sedan 1939 de José Cândido Muricy Neto que, como sempre, foi rodando até o evento, dessa vez conduzindo o carro que pertenceu ao seu pai e do qual cuida há mais de 60 anos! Se o leitor acha que é uma façanha levar, rodando, um carro de 1939 do Rio até Tiradentes, fazer um Raid de 200 km e voltar, também rodando, para casa, é bom lembrar que não faz muito tempo que o Muricy a levou – rodando, obviamente – até Buenos Aires para participar da Autoclasica!
E assim, com mais uma etapa cumprida, o CVA vai fazendo história reunindo essa grande confraria que só cresce a cada ano, com carros maravilhosos em ação nas estradas, o que só fortalece o espírito de camaradagem na linda Tiradentes. Fica o convite para a próxima edição!
Texto e Fotos: Luís Augusto Malta
Edição: Fatima Barenco
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