Um ‘esquenta’ para os dez anos que vem aí!
Edição 2019 teve grande presença de público e automóveis de excelente qualidade. Desfile performático foi atração do evento que já se tornou um dos mais esperados do Sudeste
“E agora, na passarela dos anos 70, o lindo Opala vindo do Espírito Santo. Seja muito bem-vindo antigomobilista ao Passeio de Veículos Antigos a Raposo. É um verdadeiro luxo!” A bem-humorada e contagiante narração — e claro, o bordão — de Jadir de Oliveira já viraram marcas registradas desse evento que começou de improviso pelos amigos do Clube Rio Minas em 2010, se agigantou e que agora está prestes a completar uma década, sem perder a sua essência. Hoje é um dos mais aguardados do Sudeste, reunindo gente dos quatro cantos da região.
A atenciosa e bem-humorada locução de Jadir é marca registrada do Passeio
Essa nona edição, que aconteceu entre os dias 7 a 9 de junho, foi uma das com maior número de veículos participantes e a qualidade deles foi muito elogiada pelos antigomobilistas. No gramado em frente à entrada principal do Hotel Fazenda Raposo — onde aportam as máquinas importadas e as nacionais mais raras — um festival de belos exemplares americanos: Chevrolets Impala SS 1965, Corvette Indianapolis Pace Car 1978 e Caprice 1980; Pontiac Grand Prix 1976; Lincolns Continental MK V 1978 e Town Car 1976; Chrysler New Yorker 1971 e Mustang Mach1 1971.
Impala SS 1968, Oldsmobile 78 1946, Chevrolet Fleetmaster 1948 e Ford Taunus 1951
Os simpáticos Fordinhos Modelo A estavam disponíveis nas versões Fordor e Roadster. Foi interessante observar lado a lado dois carros da Linha GM dos anos 1940. Um destinado à então classe média alta: o Oldsmobile 78 Sedan 1946; e o outro o popular Chevrolet Fleetmaster 1948. Comparando-os hoje, não se consegue perceber grande diferença em termos de categoria. Entre os Europeus, um par de Mercedes Benz conversíveis da linha SL e um Ford Taunus 1951, uma espécie de versão em miniatura dos carrões americanos da época.
Em primeiro plano um Itamaraty, ao lado de dois Aeros
Destaques dos classificados
Também no gramado, os brasileiros Galaxie e LTD, da Ford; Belcar, da DKW, Rural, Aero e Itamaraty, da Willys (que depois virou Ford também); Dodges Charger R/T e Magnum, da Chrysler.
Acima, a foto oficial do Pick-ups Group. Abaixo, pick-up Chevrolet Cameo 1957 e Furgão Chevrolet Suburban 1958
Atração à parte a exposição Pick-ups Group, que reúne aficionados de todo o Brasil e que teve forte presença este ano, com direito a foto oficial e tudo mais. Na linha de frente uma incrível dupla de raros utilitários Chevrolet, ambos no mesmo tom de azul turquesa: a pick-up 3124 Cameo 1957 e o Furgão Suburban 1958. A primeira derivada da pick-up 3100 (também com representantes no evento), apelidadas no Brasil de ‘Marta Rocha’. O segundo, da pick-up Apache, menos conhecida por aqui.
Kombi ‘Cabrita de Luxo’ e outras pick-ups
De bom gosto uma Kombi Pick-up 1972 ‘de Luxo’. Trata-se de uma versão que na realidade nunca existiu. É um veículo personalizado com pintura em dois tons e alguns detalhes que a fazem parecer mais antiga, como setas e lanternas do final dos anos 1950.
Completando o time de caminhonetes, Chevrolets 3100 ‘Boca de Bagre’ 1953 e C10; Dodges D100 em versão adaptada a Diesel e Ram e Fords F100 e F75.
O raro Ford G700 1956 alemão
Ainda na linha de veículos de trabalho cavalo mecânico Mercedes Benz LP 331 1958 com mecânica moderna —velho conhecido dos que frequentam este evento —, um inesquecível FNM D11000 1971, e um raro no Brasil Ford FK G700 1956 fabricado na Alemanha e que por lá ganhou o apelido de ‘tubarão’, devido ao desenho de sua grande grade cromada.
Os corações dos Opaleiros de certo bateram mais forte nesta edição do Passeio, já que o número e a qualidade desde grande clássico da Chevrolet esteve acima da média esse ano, reunindo desde exemplares da primeiríssima geração, fabricado em 1969, com quatro portas e motor 4 cilindros 2500 até os modernos Diplomatas de 1992, com motor 6 cilindros 4100 e itens de conforto que não deixam a desejar em nada a automóveis atuais.
Mas o que roubou a cena foi o Comodoro preto fabricado em 1988, pertencente Ernani Damasceno, de Campos dos Goytacazes. O magnífico Chevrolet chamou a atenção por seu nível de restauração acima do padrão de fábrica.
— Para ficar desse jeito, a pintura recebeu nove demãos de verniz — nos contou Ernani.
Entre os Opalas, o Comodoro 1988 de Ernani foi a grande sensação
E o que é mais incrível: fora o trabalho de pintura, toda a restauração — que levou um ano e meio — foi feita ‘no fundo do quintal’ por este especialista em motores aeronáuticos, que recentemente mudou-se para Portugal, deixando o carro aqui, aos cuidados de seu pai. Ele aproveitou uma rápida visita ao Brasil para levar o Comodoro a Raposo.
Puma Spyder 1972. O primeiro conversível
Os pumeiros também tiveram seu encontro regional em Raposo. Ao longo de sua história, esse expoente do mercado brasileiro dos foras-de-série teve várias fases. Destacamos dois modelos inovadores em suas respectivas épocas: o Spyder 1972, que foi a primeira versão do Puma Conversível, dois anos depois rebatizada de GTS; e o AM4, um conversível com carroceria mais larga e motor VW AP 1.8 refrigerado a água, fabricado entre 1989 e 1994.
Ninguém resiste a uma boa foto diante do MP Lafer
Embora sem um ‘caráter oficial’, outro fora-de-série brasileiro também teve seu encontro paralelo. Estamos falando do MP Lafer, que reuniu um bom número, graças principalmente ao comboio do animado grupo ‘Amigos do MP Lafer’. A alameda principal ficou ainda mais bonita e colorida, com esses cativantes conversíveis que parecem terem vindo de um passado bem mais distante, embora tenham sido fabricados nos anos 1970 e 80.
O Série Love 1984 pertence a Luis Scolforo, de Castelo ES. Ao lado o Série Especial 1985
Onipresentes, o Fuscas e seus derivados não poderiam faltar dessa vez. Brasília, Variant, TL, SP2 e Karmann Ghia estiveram ao lado de dezenas de Besouros dos mais variados anos e estilos. De versões especiais foram dois: o Série Love, que foi fabricado em 1984 na cor ‘Azul Copa’ e tem entre as características as rodas aro 14 na cor do carro e sobre aros, desembaçador traseiro e adesivos de coraçãozinho. Já o Série Especial 1985 tem praticamente as mesmas características, exceto os adesivos e a cor que neste é o ‘Verde Cristalino’. Dois Fuscas raros, difíceis de serem vistos juntos.
A Tarde D’Elas e a sempre emocionante Benção das Chaves
Na tarde de sexta-feira (07) o Chá D’elas, teve sorteio de brindes e lanches. Já a emocionante Benção das Chaves aconteceu na manhã de sábado (08).
Um casal soviético, apresentação do Village People e antigo corso carnavalesco
Como em anos anteriores, as festividades foram os pontos altos deste evento. Ainda na sexta, o coquetel com seu desfile performático, que está a cada ano mais criativo e elaborado. Este ano teve entre outros, a presença de Elvis Presley, uma apresentação do icônico grupo americano dos anos 1970 Village People e até um corso carnavalesco ‘de outros carnavais’, animado por um Chevrolet 1931. Fazendo as honras da casa, o casal Reinaldo Moreira, que caracterizado de soviético, chegou a bordo de um… Lada! É claro.
A sempre animada festa junina aconteceu na noite de sábado. Além da dança da quadrilha, o casamento na roça e um buffet com todas aquelas deliciosas comidinhas típicas dessa popular tradição brasileira.
O bar movido a pedal e evento bastante lotado
Sábado e domingo o público lotou as dependências do Hotel Fazenda Raposo. Na área dos Food Trucks, muitas opções de comidas gostosas, bebidas geladas e recreação para a garotada. E para quem queria beber um chopp gelado sem perder a forma, havia a animada Pastrami Bike, onde o freguês vai pedalando enquanto passeia e vai degustando uma gelada no balcão do bar, acompanhado de gente alegre e muita cantoria. Essa novidade deste ano fez um grande sucesso.
Mas fique esperto, que em 2020 tem a edição de uma década de Passeio. Promete, hein!?!
Texto: Fernando Barenco
Fotos e edição: Fátima Barenco e Fernando Barenco
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