Uma mostra pintada de verde oliva
Jeeps, caminhões e até um estranho veículo que mistura moto e trator. Exposição em Itaipava reuniu um pouco de tudo do universo dos veículos militares
Durante esses três dias, os visitantes puderam apreciar não apenas viaturas, mas também conhecer de perto equipamentos de comunicação, indumentárias, armamentos e diversos outros itens que fizeram e fazem parte do universo militar.
II Guerra, Coreia e Vietnam
Os Jeeps foram maioria, a começar pelos pioneiros Willys MB e seu ‘irmão gêmeo’ Ford GPW, desenvolvidos especificamente para uso dos norte-americanos e seus aliados durante a II Guerra Mundial. Já o sucessor Willys M38 foi utilizado na década seguinte, na Guerra da Coreia, entre o Sul capitalista e o Norte comunista — cenário que se mantém até hoje.
Um pioneiro da 2ª Guerra Mundial e um Mutt M151, da Guerra do Vietnam
Quem curte filmes americanos sobre a Guerra do Vietnã — gênero que tem ‘Apocalipse Now’ e ‘Platoon’ entre os representantes mais famosos — reconhece logo o MUTT M151. O modelo fabricado pela Ford e pela Kaiser (que se fundiu à Willys na década de 1960), tem como principal característica visual a grade dianteira na horizontal. Ao contrário dos demais modelos desse incomparável utilitário de uso militar e civil. Apelidado no Brasil de ‘Patinha’, ele é mais baixo, mais leve e possui suspensão independente nas quatro rodas. Fabricado de 1960 a 1982, ficou famoso pela tendência a capotar.
Destaques dos classificados
Réplica Kübelwagen
A opção nazista
Mas é claro que o universo dos veículos militares antigos vai muito além desses heróis fabricados nos Estados Unidos. Durante a II Guerra Mundial, por exemplo, os nazistas utilizaram amplamente modelos baseados no então recém lançado Volkswagen, entre eles o Kübelwagen. Ele é um veículo leve e versátil para o transporte de tropas que, apesar de não ter a tração integral dos Jeeps, era também muito bom em pisos pouco amistosos (como os nossos Fuscas). E nessa edição do Encontro Brasileiro de Preservadores de Viaturas Militares havia dois exemplares do Kubelwagen: um original, fabricado na Alemanha e uma réplica criada aqui mesmo em Petrópolis e que já foi assunto de uma reportagem do Maxicar.
Volkswagens Kurierwagen e Iltis: dois descendentes do Kübelwagen da II Guerra Mundial
Dois descendentes diretos do Kübelwagen também estiveram representados. Impossível não reparar na semelhança: o primeiro é o Kurierwagen 1976 — que os americanos apelidaram de ‘Thing’ (Coisa), e que infelizmente nunca foi vendido no Brasil. O outro um Iltis 1988, modelo desenvolvido para uso militar justamente para substituir o ‘Thing’. Em alemão, Ultis significa algo como ‘tourão’.
NSU Kettenkrad: uma moto com lagartas de um tanque de guerra (Foto: Frederico Vanzan)
Moto+tanque
Outro veículo usado pelos alemães durante a II Guerra Mundial foi o estranho NSU Kettenkrad, um misto de motocicleta e tanque, usado em missões de reconhecimento em locais lamacentos e no reboque de aviões. Foram fabricados cerca de 8 mil em versão militar entre 1939 e 1944. Com o fim da Guerra, a NSU retomou a produção, dessa vez em versão civil, para uso na agricultura.
Ao fundo, um Dodge M37
De volta aos EUA, o evento contou a participação de alguns exemplares do Dodge M37, um utilitário fabricado a partir de 1951, usado sobretudo no transporte de tropas.
O brutamontes Humvee teve uma versão civil de sucesso, o Hummer
O militar que virou civil
Famoso em missões americanas no Iraque durante a Guerra do Golfo, o brutamontes Humvee M998 foi projetado para substituir o Jeep. Esse multiuso é usado no transporte de carga e tropas, como plataforma de artilharia e misseis, ambulância, suporte aéreo, entre outras funções. Na exposição de Itaipava havia um exemplar fabricado em 1986.
A gaiola protótipo VW e o caminhão Engesa EE25
Made in Brazil
Entre os modelos brasileiros, um moderno Jipe Troller, um Toyota Xingu 1988, além de uma de ‘gaiola’, cujo nome oficial é ‘Veículo de Assalto Rápido’. Trata-se de um protótipo encomendado pelo Exército Brasileiro na década de 1990 que utiliza o conjunto chassi, suspensão e mecânica Volkswagen. Teve poucas unidades fabricadas e não passou da fase de testes.
Orgulho nacional no quesito veículos militares pesados, da Engesa o Encontro Brasileiro de Preservadores de Viaturas Militares desde ano contou com a participação de um caminhão EE25 1987, com tração integral Boomerang, que trouxe a reboque um trailer Posto de Comando Avançado.
A cadela Cindy posou para fotos com as crianças
O sucesso de Cindy
Fez sucesso de público, principalmente entre as crianças a cadela Cindy, do Batalhão de Operações com Cães da Policia Militar do Rio de Janeiro, que mantém cerca de 80 animais treinados em ataque e localização de armas e drogas. Com 9 anos de idade, Cindy fez várias demonstrações de destreza e até posou para fotos ao lado do treinador Sargento Santos.
Texto: Fernando Barenco
Fotos e Edição: Fátima Barenco e Fernando Barenco
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