Descubra quando as peças do seu carro foram fabricadas, interpretando os principais códigos usados pelas montadoras
Saber a data de fabricação das peças de um carro pode ser tarefa relativamente simples, se a pessoa conhecer os códigos que as montadoras usam para representar essa informação. São letras, números ou símbolos impressos nas autopeças, cujo sentido quase sempre passa despercebido.Antigamente, a preocupação dos fabricantes nacionais com as datas era menor e muitas peças originais carecem da informação. Mas, na década de 1970 a precisão aumentou e, nos carros fabricados a partir de 1980, quase todos os componentes já contam com a impressão do mês e do ano de produção.
Veja a seguir os quatro principais sistemas de representação das datas, presentes nos carros antigos:
Data de calendário
Data convencional, impressa num conta-giros de Dodge Charger RT (09/12/73); estampada no acabamento metálico de um Plymouth Fury 1963 americano (63/1/10); e etiquetada num relógio digital Fiat (09/10/84)
A primeira delas, que não precisa de explicações, é a identificação da data de fabricação convencional, com o dia, mês e ano. É comum em peças delicadas ou importantes como painéis, rodas, instrumentos e itens eletroeletrônicos. Em geral, aparece pintada, estampada ou impressa numa etiqueta adesiva.
Lembrando que ela pode seguir tanto o padrão britânico de “DIA/MÊS/ANO” ou o americano “MÊS/DIA/ANO” e também ser abreviada, apenas com as iniciais do mês, junto ao ano: Fev.72 ou F72 (Fevereiro de 1972).
Número e letra
Peças com identificação de data alfanumérica: um vidro de Ford Escort: “3F” (junho 1983); um interruptor de Fiat Uno “4L” (outubro 1984) e um sensor de temperatura de Fiat 147, “4K” (setembro 1984)
O principal sistema usado nos vidros/para-brisas e nas peças automotivas em geral. É formado por um número e uma letra juntos. Por exemplo: “3F”
Destaques dos classificados
O número indica o ano de fabricação (na década) e a *letra, o mês; seguindo esse padrão:
- A – Janeiro
- B – Fevereiro
- C – Março
- D – Abril
- E – Maio
- F – Junho
- G – Julho
- H – Agosto
- J – Setembro
- K – Outubro
- L – Novembro
- M – Dezembro
Então, no caso do vidro de Escort datado como “3F”: consultando a tabela e sabendo que o modelo é da década de 80, fica fácil deduzir que ele foi fabricado em junho (F) de 1983.
O problema é que o sistema não especifica o ano exato da fabricação, pois “3F” pode ser junho de 1983, 1993, 2003, etc. Para confirmar a originalidade, é preciso cruzar a informação com o ano do carro. Se o vidro “3F”, aparece num Escort 83 então certamente é original de fábrica. Como pouquíssimos modelos ficam dez anos em produção sem alterações, a precisão é alta.
OBS: A datação específica dos vidros automotivos, além desse sistema alfanumérico, segue um esquema próprio de pontos e traços, segundo cada fabricante. Não seria possível mostrar todos aqui, então, recomenda-se a leitura do tópico “Regras gerais para a decodificação da data (mês e ano) da fabricação dos vidros” na página 53 do PDF Curso de Identificação Veicular Senasp.
*Não há a letra ‘i’.
Círculo de pontos
Disposição do sistema círculo de pontos, numa lanterna de Fiat Uno indicando setembro de 1985. Variações, com seta apontando para o 12, numa embalagem plástica não identificada, (dezembro de 1996) e na tampa do motor de uma Yamaha 125 RX DT (outubro de 1978)
Você já deve ter reparado que algumas peças do seu carro trazem uma pequena estrela estampada. Na verdade, é um círculo dividido em doze espaços iguais e um menor (que marca o começo e o fim do ano). Esses espaços podem ser vazios ou ter um ponto dentro. A quantidade de pontos corresponde ao número do mês. No centro do círculo fica o ano de fabricação da peça, na década.
Então, se existem nove pontos ao redor do número 5, e o Uno foi lançado na década de 1980, a data de fabricação é setembro de 1985. Uma variante desse sistema são números de 1 a 12 dispostos em círculo, ao redor do ano, com uma seta apontando para o mês de fabricação.
Tabela de pontos
Tabela de pontos no para-choque plástico de um Fiat Uno, primeira série: ano 1984 e dez pontos até a letra “O” = Outubro de 1984. (No caso as iniciais dos meses aparecem grafadas em italiano)
Outra forma de datação é a tabela de pontos, comum em peças plásticas de porte, como radiadores, tampas ou guarnições. Basicamente é uma tabela com o ano no topo e as iniciais dos meses embaixo, marcadas com pontos de janeiro, até o mês de fabricação. Também apresenta variações, mas o critério é sempre a posição do último ponto.
Etiqueta
Etiqueta no banco do carona de um Fiat Grazie Mille 2013, com QR Code e o instante exato da produção: 04/12/2013 às 21:08:00
Fáceis de interpretar, os códigos de datação dão informações interessantes sobre o passado de um carro, como grau de originalidade, acidentes, manutenções e o mês estimado de fabricação do veículo.
Nos carros modernos, esse controle é ainda mais rigoroso, com a criação de códigos sofisticados e a discriminação, em alguns itens, do momento exato da fabricação, com minutos e segundos.
Data de Pneus
Data impressa num antigo pneu Pirelli Cinturatto P3 usado na linha VW Gol da década de 1980: “424” = outubro de 1984
Por fim temos a datação dos pneus. A maioria deles traz essa informação junto à sigla “DOT”: um código de três ou quatro algarismos, sendo que os dois primeiros são o número da semana no ano de fabricação e o(s) último(s) o ano.
No exemplo da foto: “424”. Significa que esse pneu foi fabricado na 42º semana do ano “4”, no caso, 1984. O que equivale, a outubro de 1984. (um ano tem aproximadamente 52 semanas).
Essa informação é mais conhecida pelos antigomobilistas, pois serve para controlar a validade dos pneus e na hora de comprar carros pouco rodados. Caso os pneus não sejam do ano do carro, pode indicar fraude na quilometragem. Ao mesmo tempo, sua presença é um argumento valioso de originalidade.
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