Coberturas

10ª Edição do Raid da Liberdade em Belo Horizonte, MG

10ª Edição do Raid da Liberdade em Belo Horizonte, MG

Paisagens deslumbrantes fizeram parte do trajeto

Foram pouco mais de 170 km com a participação de 34 veículos

Concebido em outubro/20 como uma comemoração ao que parecia ser o fim da pandemia do Covid-19, o Raid da Liberdade tinha seu formato inicial com largada na Praça da Liberdade e passagens por alguns locais emblemáticos de Belo Horizonte, mas, com a vinda da segunda onda do vírus justamente na data da prova, todas as aglomerações tiveram que ser canceladas. Mesmo assim, no dia 19 de dezembro, 34 carros inscritos largaram da Av. Olhos d’Água para enfeitar as montanhas mineiras no décimo rally para automóveis antigos promovido pelo CVA-MG. O percurso, de pouco mais de 170 km passou pela estrada de Ouro Preto, com paisagens deslumbrantes em algumas variantes bem desafiadoras para os navegadores, na região de Glaura e Acuruí. A chegada, na Lagoa dos Ingleses, teve uma rápida cerimônia de premiação transmitida ao vivo pelo Instagram para os que não quiseram ficar, de forma que, sem aglomerações na largada, no percurso e na chegada, acabou dando tudo certo.

34 carros inscritos largaram da Av. Olhos d’Água para enfeitar as montanhas mineiras

O grande charme dos raids do CVA é sempre a variedade de carros. De Fordinhos do final dos anos 1920 até neoclássicos dos anos 90, todos os veículos com mais de 25 anos de fabricação são bem vindos; do mais suntuoso sedã de luxo ao mais humilde dos populares, do mais endiabrado esportivo à mais despretensiosa pick-up, sempre temos uma fascinante diversidade de cultura automotiva nos eventos que realizamos.

Renault 4CV “Rabo Quente” 1949

Dessa vez, de inédito, tivemos um Renault 4CV “Rabo Quente” 1949 primorosamente restaurado por Vinícius Pimentel. Piloto das antigas que barbariza até hoje com os Opalas da Old Stock em Interlagos, Vinícius teve que fazer o motorzinho traseiro do Renaultzinho trabalhar no limite para tentar manter as médias nas montanhas de Itabirito. Voltou para casa com o troféu de veículo mais antigo.

Karmann Ghia

Uma dupla inédita que iluminou o Raid da Liberdade foram os Karmann Ghia de Nelson Gomes e Marcus Coelho; os Karmann Ghia são esportivos com um charme atemporal que, associado à mecânica do Fusca, fazem deles uma ótima escolha para rallyes. Especialmente no caso do modelo 1968 Amarelo Margarida de Marcus, um dos 177 conversíveis originais de fábrica feitos no Brasil, que, em impecável estado, levou para casa o Troféu Melhor Nacional, junto com um ótimo quarto lugar na classificação.

Opalas e Mercedes disputaram o título de veículo com maior presença no raid; foram seis veteranos da Chevrolet (mais um Omega e uma Veraneio) contra cinco da marca alemã. E, em meio a essa esquadra de gravatinhas e estrelas de três pontas, dois italianos que fazem sorrir qualquer entusiasta da automóveis, uma Alfa Romeo GTV 1974 e uma Alfa Romeo 164 1995. Em estado de concurso, a GTV levou indiscutivelmente o Best of Show desse evento, tendo sido a terceira Alfinha a conquistar esse troféu. Dois Dojões, um Puma, um raro Morris 1968, um simpático Oggi, clássicos dos anos 90 e os onipresentes VW completaram a festa.

Fiat

Pela quinta vez consecutiva, a imbatível dupla Rodrigo Giordano e Marcel Fernandes faturou o lugar mais alto do pódio, dessa vez com um belo Gol GTi 1995, o primeiro GTi “bolinha”, ainda com motor 8V. Aliás, é incrível como esses GTi de segunda geração já se tornaram raros! Chamou muita atenção por onde passou. Depois de pouco mais de 3h de prova, o pódio ficou assim:

Gol GTi 1995 conquista o lugar mais alto do pódio

1 – Volkswagen Gol GTi 1995 – Rodrigo Giordano e Marcel Fernandes
2 – Puma GTE 1974 – Gustavo Brasil e Mariella Moia
3 – Chevrolet Caravan 1976 – Luís Augusto Malta e André Dias
4 – Volkswagen Karmann Ghia 1500 Conversível 1968 – Marcus Coelho e Luís Roberto Coelho
5 – Mercedes-Benz 500 SE 1981 – Lamy Miranda e Igor Miranda

Resultado Final da Prova

Repetindo a façanha de 2018, Guilherme Almeida saiu de Montes Claros na véspera do Raid, enfrentou problemas na estrada e chegou em BH poucas horas antes da largada com sua Veraneio 1969. Tão espírito esportivo quanto isso foi Guilherme Machado, interrompendo a prova no seu Charger R/T para trocar uma mangueira do Dart do Alexandre Carneiro – incrivelmente, o Guilherme tinha uma mangueira sobressalente! Como a coleção dele de troféus do CVA já é bem grande, o troféu Espírito Esportivo foi mesmo para a Veraneio.

Momento da entrega dos troféus

O Troféu Batom, que reconhece a presença das mulheres mais assíduas e entusiasmadas das provas do CVA, dessa vez foi para Helga Vieira, veterana navegadora do marido Adriano Rocha na “furiosa”, como é carinhosamente chamada a Caravan 4100 1977 da dupla

A “Furiosa” sua navegadora levou pra casa o Troféu Batom

Mas, o grande nome da prova foi mesmo André Dias que, com apenas 9 anos de idade, fez uma navegação impecável, garantindo o terceiro lugar geral para Luís Augusto Malta e a Caravan 1976. O desempenho da dupla foi tão consistente que, se não houvesse descarte dos cinco piores PCs, teriam chegado na frente do GTi dos campeões Rodrigo e Marcel. O pequeno Dedé mal podia acreditar na sua façanha ao faturar dois troféus – terceiro lugar geral e melhor navegador-mirim.

Até a próxima!

E assim, na penúltima semana do ano mais bizarro das últimas décadas, conseguimos deixar a marca do CVA e não deixar passar em branco. Até a próxima!

Galeria de Imagens

Texto: Luís Augusto Malta
Foto: By Aircooled Out
Edição: Fatima Barenco

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