A conservação é deplorável, mas o histórico é incrível. Ele está a venda. O valor, você não vai acreditar!
Chevrolet Corvette da primeira geração. Um dos mais belos e desejados esportivos de sua época e que atualmente está entre os mais cultuados e valorizados clássicos de todos os tempos.
Mas o que dizer desse Corvette 1960? A pintura está em péssimo estado, sem falar que a carroceria foi toda modificada — por exemplo, os Corvettes daquele ano têm quatro faróis. Detalhes de acabamento, como faróis, parachoques, frisos e emblemas ele não possui. Do interior não sobrou quase nada. O motor V8 350 (ou o que restou dele), além de não ser o original, não funciona.
E então, quanto você pagaria nesse sofrido conversível que implora por uma restauração completa?
Pois saiba que a expectativa é que ele seja disputado a tapa pelos mais abastados colecionadores em um leilão que acontece no dia 22 desse mês, em Amelia Island, na Flórida – EUA. Aliás, ele será uma das principais atrações desse evento.
Está sendo oferecido sem preço de reserva. A expectativa é que o martelo seja batido por um valor simplesmente inacreditável: entre US$ 900 mil e US$ 1.300 mil. Isso mesmo! Pode ser vendido até pelo equivalente a R$ 7 milhões!
Mas afinal, o que ele tem de tão especial? Vamos resumir sua história
Trata-se de um dos Corvettes que disputaram a edição de 1960 das 24 hora de Le Mans, na França, pela Equipe de Briggs Cunningham.
Destaques dos classificados
Para essa que é uma das mais famosas competições automobilísticas do Mundo, Cunningham comprou e preparou três Corvettes com a colaboração informal da General Motors. O de nº 1 (esse carro, de chassi final 3535) foi pilotado pelo próprio Cunningham e por Bill Kimberley; o nº2 por Dick Thompson e Fred Windridge ; e nº 3 pela dupla John Fitch e Bob Grossman.
O Corvette nº 3 terminou a prova em primeiro lugar na Categoria GT até 5.0 e em oitavo lugar no Geral. Os outros dois não foram tão bem. O nº 2 saiu da prova antes do fim por problemas mecânicos. Já o nosso nº 1 sofreu um acidente na 32ª volta, quando era pilotado por Kimberley, e teve um princípio de incêndio.
De volta aos EUA, não houve a preocupação de Cunningham em preservá-los. Os três carros foram convertidos novamente em modelos de rua e vendidos como meros carros usados, sem que nenhum dos novos proprietários jamais soubessem da história por trás de cada um deles.
![](https://www.maxicar.com.br/wp-content/uploads/2023/10/wz-1.jpg)
Mas não demorou para que colecionadores mais atentos encontrassem pelo menos dois deles nos anos seguintes. O nº 2 foi comprado por um colecionador chamado Bruce Meyers. O restaurador Kevin Mackay comprou, restaurou e vendeu o nº 3. Ambos receberam de volta o visual original de Le Mans, com faixas, números, etc…
A mesma sorte não teve o nosso Corvette nº 1
Apesar de sua busca incessante e de ter em mãos os números dos chassis de cada um dos carros, Mackay levou décadas para encontrar o Corvette nº 1. Somente em 2012 o carro foi descoberto no fundo de um depósito na Flórida, neste estado de conservação deplorável e vendido a Mackay em parceria com outro entusiasta chamado Lance Miller.
No mesmo ano o Corvette nº 1 foi sensação do mega encontro de carros antigos Carlile. Mas durante a apresentação eis que surge um morador da Flórida chamado Dan Mathis Jr, reclamando a propriedade do carro. Ele contou que o carro havia pertencido a seu pai nos anos 1970 e que fora roubado naquela época. Para provar sua versão, apresentou um Certificado de Propriedade, mas o documento gerou dúvidas. Foi preciso chamar a polícia local e a exibição no evento foi encerrada.
![](https://www.maxicar.com.br/wp-content/uploads/2021/05/Corvette-Le-mans-carlisle.jpg)
O caso foi parar nos tribunais americanos num processo que já se arrasta por nove anos. E o carro, que deveria ter sido restaurado, continuou todo esse tempo aguardando o desfecho de sua história.
Em 2015, um Juiz Federal determinou que o carro seria propriedade dos três: Kevin Mackay, seu sócio Lance Miller e Dan Mathis Jr, cabendo a cada um deles 33% do valor do carro. Mas desde então o caso teve várias reviravoltas e agora finalmente o carro será vendido. Mas no site da casa de leilões RM Sotheby’s, que promove a venda, há um adendo que diz:
“Este lote está sendo vendido no estado em que se encontra de acordo com uma ordem judicial que nomeou um liquidante e autorizou a venda do lote. Nem o Destinatário nem a RM Sotheby’s terão qualquer responsabilidade relacionada à venda do Lote 170.”
1 Comentário