Fabricado em 1999 pela CMA, ele pôs o ponto final na história desses incomparáveis ônibus brasileiros
Pergunte a qualquer fã de ônibus — os chamados “busólogos” — qual o mais icônico, carismático e representativo ônibus rodoviário a cruzar as estradas brasileiras. Certamente a esmagadora maioria vai responder que é o Flecha Azul, da Cometa. De fato, o fascínio que esses gigantes de alumínio, com seus bancos em couro vermelho exerciam sobre seus passageiros e causam até hoje nos entusiastas do segmento é enorme.
A história dos Flecha Azul tem uma pré-história que começa nos anos 1950, época em que a Viação Cometa usava ônibus americanos GMC. Com a mudança da legislação nos anos 1970, que proibia a importação de veículos, a empresa passou a comprar seus ônibus da Ciferal, que produzia o modelo Dinossauro. Com chassi Scania, ele é o precursor do Flecha Azul.
É que com a falência da Ciferal em 1982, a Cometa resolve ousar, fundando a CMA — Companhia Manufatureira Auxiliar — passando assim a fabricar os seus próprios ônibus. A empresa funcionava em umas das garagens da Cometa e tinha capacidade para produzir até 240 veículos/ano. Mantendo o padrão de carroceria daqueles antigos ônibus americanos, os Flecha Azul tinham carrocerias em alumínio com a inconfundível pintura azul e creme e potentes motores Scania, cuja cavaria foi sendo ampliada ao longo dos anos. Nas estradas, faziam até carros comerem poeira.
Visual quase inalterado
Em termos de estilo, o Flecha Azul foi se mantendo quase inalterado ao longos dos anos, apenas com uma sutil alteração de design aqui, outra ali… que só que conhece o modelo a fundo sabe diferenciar.
Em 2002 a Viação Cometa foi vendida para o Grupo JCA (Viação 1001), que passou a comprar ônibus para a companhia da Marcopolo, utilizando também chassis Mercedes-Benz e Volvo. A pintura dos ônibus também passou a seguir um novo padrão.
O último Flecha Azul foi fabricado em 1999. É esse com prefixo 7455, apresentado no video do canal Abimael Rodoviário, do Youtube. Ele é mantido pela empresa e foi restaurado em 2013, quando a Viação Cometa completou 65 anos. Participou também de uma série de 70 viagens comemorativas que a Cometa proporcionou aos fãs em 2018 em homenagem aos seus 70 anos.
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