Curta metragem foi produzido um ano antes da morte desse que é a maior personalidade do antigomobilismo brasileiro. Nele, Pozzoli conta fatos curiosos e fala do desejo de transformar a coleção em museu
Og Pozzoli é sem dúvida a maior referência brasileira quando o assunto é carro antigo. Não por acaso, a entidade máxima do antigomobilismo mundial, a Fédération Internationale des Véhicules Anciens (FIVA) acaba de o escolher como personalidade para seu hall da fama.
Começou a preservar automóveis ainda na década de 1950, quando modelos americanos e europeus fabricados em décadas passadas eram vendidos a peso nos ferro velhos brasileiros. A partir de então foi descobrindo preciosidades esquecidas que compuseram sua coleção que somou cerca de 170 automóveis. Tinha predileção pelos bem antigos, fabricados até meados da II Guerra Mundial.
Não via o hobby como negócio. Recusou uma oferta de US$ 1 milhão do próprio presidente da Fiat, Gianni Agnelli, pela sua jardineira Fiat 1914. Fundou e foi o sócio nº 1 do primeiro clube de automóveis antigos do país.
Em seus clássicos transportou figuras internacionais em visita a Brasil, como a Princesa Michiko do Japão e o Papa João Paulo II. Entre os cinco galpões de sua coleção na “Casa Vermelha”, em Cotia-SP, havia um somente com os que pertenceram a presidentes da República, governadores e outras autoridades.
Entrevista para o Maxicar
Tinha sempre uma história interessante para contar por trás de cada um de seus carros. Sua memória era prodigiosa. Em 2010, quando nos deu a honra de conceder uma entrevista para a seção ‘Roda de Amigos’, Og Pozzoli falou que ainda tinha a intenção de escrever um livro contando a história da compra de cada um de seus carros.
Grande colecionador. Como ser humano era ainda maior! Simpático, de fala mansa, atencioso e com um sorriso no rosto, estava sempre disposto a um bom papo. Pergunte a quem o conheceu de perto.
Og Pozzoli morreu em novembro de 2017. Um ano antes, aos 85 anos, foi tema desse ótimo curta metragem realizado pelo fotógrafo automotivo Cacalo em parceria com o diretor Mauricio Machado. Nele, Pozzoli expressou seu desejo de que após a sua morte, sua coleção permanecesse unida e pudesse ser transformada em um museu.
Menos de um ano depois de sua morte, seu desejo foi realizado. A Fundação Lia Maria Aguiar adquiriu toda a coleção, que passará a fazer parte de um museu que está sendo erguido em Campos do Jordão – SP, onde fica a sede dessa entidade voltada para a arte, educação, cultura e cidadania de crianças e adolescentes.
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Texto e edição: Fernando Barenco
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