Casa em estilo antigo foi construída na cobertura de um moderno prédio de cinco andares. Carro foi erguido por um guindaste no último sábado e estacionado no quintal, há cerca de 20 metros de altura
Quem passeia pelo bairro do Bixiga, em São Paulo, se espanta ao perceber uma antiga casa amarela na cobertura de um moderno edifício envidraçado de cinco andares, no nº 911 da Rua 13 de maio. Mas como ela teria ido parar lá?
A história da construção da Casa Amarela é tão inusitada e nostálgica quanto sua própria imagem. Apesar de ter o estilo das construções típicas desse tradicional bairro paulistano de um século atrás, ela foi construída há apenas alguns anos pelo empresário José Miguel. E além do estilo, ela tem antigos os materiais empregados na obra. Tijolos, janelas, portas, telhas e madeiras do telhado… tudo foi aproveitado de uma demolição.
A Casa Amarela fica no alto de um edifício envidraçado de cinco andares
O projeto contou inclusive com a colaboração dos alunos da Faculdade Belas Artes e era um sonho de José Miguel, como forma de homenagear a antiga arquitetura do bairro.
Como se pode constatar, o resultado ficou perfeito e a Casa Amarela tem todos os detalhes históricos daqueles tempos, com direito ao brasão da família no beiral do telhado e tudo o mais. Tem até quintal. O gradil é baixo e pintado de branco, remetendo a uma época mais pacata, quando a segurança não era uma preocupação das famílias. O portão é duplo, para carro, e se abre para a rua, em um assustador vão livre de uns 20 metros de altura!
Faltava um detalhe
Mas para dar à sua Casa Amarela um ar ainda maior de autenticidade, José Miguel sonhava pôr em sua frente um automóvel de época. O modelo escolhido foi um sedan de quatro portas Ford Modelo A Fordor, do iniciozinho dos anos 1930. Seu destacado tom verde contrasta e valoriza a construção.
Na noite do último sábado, 23 de outubro, dia de seu aniversário de 66 anos, o carro foi erguido por um guindaste, numa operação delicada e repleta de cuidados. Ele agora permanecerá lá, completando esse diorama em tamanho real, que retrata um tempo que não volta mais.
Texto e edição: Fernando Barenco
Fotos e vídeo: anônimos, recebidos pela internet
Colaboração: Odair Ferraz
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