Coberturas

15ª BusBrasil Fest – São Paulo, SP

BusBrasil Fest

Do Trólebus dos anos 1940 aos modernos elétricos contemporâneos

Edição 2021 de um das mais importantes exposições de ônibus do Brasil, contou um pouco da história do transporte urbano nos últimos 70 anos

Entre os vários segmentos dos veículos antigos, o ônibus é um dos que mais fazem sucesso. Constatamos isso nesses 16 anos em que existimos como site especializado. É que todo mundo tem alguma afinidade com ele. Afinal, quem nunca andou de ônibus?

Prova disso é o BustBrasil Fest, essa exposição que acontece anualmente na Capital Paulista, sempre com grande número de veículos e expressiva presença de público. Gente de todas as idades, que adora um “buzum”.


Como em anos anteriores, a 15ª edição aconteceu na Praça Charles Müller, em frente ao Estádio do Pacaembu. Foi eclética, sendo aberta a modelos de todas as épocas, inclusive os mais modernos. Teve modelos rodoviários daqueles altos de dois andares, articulados, de três e até quatro eixos, e até ônibus elétricos, que estão se tornando a cada dia mais comuns em nosso cotidiano e que chegaram mesmo para ficar.

Falemos dos antigos

Mas… nosso negócio aqui são aqueles bem antigos. Movidos a diesel (às vezes meio fumacentos) e outros ainda a gasolina; sem ar-condicionado, com as incomparáveis janelas que se abrem, deixando entrar aquele ventinho natural durante a viagem; muitas vezes fabricados por empresas encarroçadoras quem nem existem mais, como Ciferal, Carbrasa e Eliziário. Então vamos focar nesses dinossauros.


Presença constante nesse tipo de exposição, o BusBrasil Fest contou com a participação de vários exemplares do Flecha Azul da antiga frota da Viação Cometa. Com carroceria em alumínio, eles foram fabricados pela própria Cometa até 1999. Depois foram sendo vendidos a particulares. Vários desses ônibus históricos mantém ainda hoje a pintura original, com detalhes em azul e creme. Outros, após restaurados, acabaram ganhando outras cores.

Outro clássico de sua época é o Mercedes Benz O-321, que começou a ser produzido no Brasil em 1958, com características bem à frente do seu tempo, como monobloco no lugar do chassi de caminhão e o motor traseiro. Foi usado tanto no transporte rodoviário, quanto urbano.

Diretamente de Petrópolis, para participar do BusBrasil Fest

BusBrasil Fest

O Caio Amélia rodou cerca de 500 km para participar. No detalhe, André Simas


Não tão raro, um certo Caio Amélia 1987, cinza, que pertenceu a Marinha do Brasil, provavelmente mereceria ganhar o troféu de maior distância percorrida. Pertencente ao apaixonado por ônibus André Simas, ele rodou cerca de 500 quilômetros, viajando de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, até São Paulo, especialmente para participar desse encontro. Simas é um habitual frequentador de eventos longe de casa, já tendo participado inclusive de outra edição do BusBrasil Fest, mas com outro Amélia, que foi dos Correios.

Esse Caio Vitória foi comprado e restaurado por seu próprio motorista


Outro exemplar não tão antigo e raro, mas que compensa com uma trajetória incrível é o Caio Vitória de prefixo 14154, cuja história foi contada no Diário do Transporte, site que apoia esse evento. Um resumo: ele chegou zero quilômetro à empresa Athenas Paulista, de São Carlos-SP, em 1994. A partir de então passou a ser o ônibus de trabalho do motorista Jefferson Luiz. Depois de anos de labuta, o 14154 foi a leilão, sendo arrematado pelo próprio Jefferson, que o restaurou, fazendo sua estreia nesse BusBrasil Fest.

BusBrasil Fest

Depois de uma temporada no extinto Museu da Ulbra, esse raro Carbrasa voltou para o colégio


Do tradicional Colégio Dante Alighieri, um bastante raro Carbrasa modelo TB-6502, fabricado nos anos 1960 no Rio de Janeiro e com a pouco usual mecânica Chevrolet de 6 cilindros. O veículo serviu o colégio até o final dos anos 1980. Em 1998 foi doado à GM que o entregou em consignação ao Museu da Ulbra, no Rio Grande do Sul. Com o seu fechamento, o Carbrasa foi devolvido à escola, que o restaurou totalmente.

Dos velhos tempos


Entre os ônibus das antigas teve ainda um elétrico (só que a cabos) Trólebus ACF Brill 1947 da CMTC; um Ciferal Flexa de Prata 1971 com chassi Mercedes Benz; um Caio Gaivota MB 0-326, com sua linda traseira com ares de fastback (isso existe?); o Eliziário Bicampeão 1966, nome dado em homenagem à Seleção Brasileira de Futebol; e o Marcopolo Allegro 1996 da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Falando de viaturas, mas mudando um pouco de assunto, adoramos o caminhão-escada CIMASA 1989, montado sobre chassi Volvo B-58 e que pertenceu ao Corpo de Bombeiros de São Paulo. Com sede em Santa Cruz do Sul e fundada em 1972, a CIMASA foi a maior especialista brasileira nesse tipo tão específico de viatura. Hoje a razão social da empresa é Mitrem.

Texto e edição: Fernando Barenco
Fotos: Odair Ferraz – Visite sua Loja Virtual


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