Com a pátina do tempo
Nessa edição, curtimos essas três “testemunhas oculares da história”. Mas teve também Opel GT, Dodge Polara da era VW, graciosos Willys Interlagos e um raro VW Passat 4M
Domingo de sol na Capital Paulista. Dia de mais uma edição do sempre prestigiado Encontro de Carros Antigos na Estação da Luz, espaço que é considerado um cartão postal da metrópole.
Entre exemplares reluzentes e impecavelmente restaurados — dando até a impressão que acabaram de sair da concessionária mais próxima — nos chamaram a atenção três autênticas “relíquias do passado”. Carros que orgulhosamente contam sua história através da pátina do tempo, na pintura gasta e desbotada, nos cromados um tanto descascados e sem brilho, nos detalhes de acabamento.
Décadas e décadas se passaram e esses três sortudos sobreviventes continuam por aí, como “testemunhas oculares da história”, como dizia o Repórter Esso, lembra? O mais antigo o Chevrolet Master de Luxe 1941, depois outro Chevrolet, um Bel Air 1951 e para finalizar um nacional DKW Vemaguet 1959.
Mas, entre outros, gostamos também desses:
- BMW 850 i 1994 – Com seus faróis escamoteáveis e frente bem baixinha, esse luxuoso coupê esportivo alemão tem motor V12 de 296cv. Toda a gama de modelos da Série 8 tiveram baixa produção e já se tornaram raros.
- Dodge Polara GL 1981 – Um dos derradeiros exemplares do último ano da Chrysler do Brasil. A empresa havia sido comprada dois anos antes pela Volkswagen — que não cumpriu a promessa feita nas propagandas de manter sua linha de produção. Além de impecável, esse Polara tem câmbio automático, algo bem fora do comum em carros nacionais nos anos 1980.
- Miura 787 1988 – Luzes de neon, um grande aerofólio traseiro e acendimento automático dos faróis são algumas das características do 787, modelo lançado no final de 1986.
- Chevrolets Corvette 1959 e 2021 – Interessante comparar o modelo da primeira geração, com seus cromados e sua delicadeza, ao “último tipo” 2021 com suas linhas modernas e angulosas e detalhes em preto. Afinal, entre um e outro foram-se 62 anos e “muita água passou por baixo da ponte”. Qual faz mais a sua cabeça? Nós? Bem, você já sabe!
- Opel GT – Esse esportivo de nome pouco criativo foi apelidado de “Corvette Europeu” por razões óbvias. Mas “tudo em casa”, já que há até pouco tempo a alemã Opel — que hoje faz parte do Grupo Stellantis (leia Fiat, etc…), na época pertencia à GM. Foi fabricado de 1968 a 1973 e tinha duas opções de motores, ambos de 4 cilindros: 1.1 e 1.9. Curioso o sistema de funcionamento dos faróis escamoteáveis, que se abrem para o lado, através de uma alavanca.
- Willys Interlagos — Que dupla mais graciosa essa de conversíveis brasileiros. Réplica do francês Alpine A108, o Interlagos foi o primeiro carro fabricado aqui em larga escala com carroceria em fibra de vidro, sendo lançado em 1962. A versão Berlineta arrasava nas pistas.
- Volkswagens – Entre os diversos VWs, três modelos raros, dois alemães e um nacional. O primeiro um Beetle Cabriolet 1961, que tirando o fato de ser um conversível fabricado na Alemanha, é igual aos nossos queridos Fuscas. Curioso notar as aletas de ventilação na tampa do motor, detalhe que só chegou aqui com o “Fuscão”, em 1970.
O segundo é a Station Wagon Type 3 Squareback, na época chamada aqui de “Variant Alemã”. Assim como a nossa Variant, a Type 3 também foi produzida em outras versões: a Fastback (nosso TL) e a Noteback (o “Zé do Caixão”).
O terceiro é o Passat 4M 1978. Foi uma edição comemorativa dos 4 milhões de Volkswagens fabricados no Brasil. Era basicamente um LS, mas tinha os quatro faróis do TS com luz amarela, pintura exclusivamente nesse tom grafite, com as rodas da cor do carro, além do interior em tons de marrom. Foram apenas 1.000 fabricados. Muito raro atualmente.
Texto e edição: Fernando Barenco
Fotos: Odair Ferraz – Visite sua Loja Virtual
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