Ele preserva até hoje o pequeno Chevrolet 1973 comprado poucos meses após o lançamento. Carro nunca restaurado, já rodou mais de 500 mil quilômetros!
Em setembro de 1973, o hoje aposentado Armando Loureiro de Almeida comprou a então novidade daquele ano da Chevrolet, o Chevette, que havia sido lançado em abril. Morador do Rio de Janeiro, ele o adquiriu na Mavesa, Concessionária Chevrolet de Nova Iguaçu – Baixada Fluminense. Como era um pouco distante de sua casa, Armando foi buscar o carro “Vermelho Fórmula” 0km em Copacabana, na Zona Sul.
Agora, passados 50 anos, ele ainda preserva aquele exemplar do mesmo jeitinho como foi comprado. Um automóvel com uma imensa “bagagem”, cuja história se confunde com a própria história de seu primeiro e único proprietário!
O primeiro passeio: Mirante do Leblon, 09/1973. E a primeira viagem: Ribeirão Preto-SP, 02/1974
Mas não estamos falando aqui de um carro que ficou todas essas cinco décadas guardado sobre cavaletes e coberto com uma capa no fundo de uma garagem! Muito pelo contrário! Contador na época, nos primeiros 30 anos Armando o tinha como o carro de uso diário, com o qual se deslocava de casa para o trabalho todos os dias, ia ao mercado, ao shopping, a passeios nos fins de semana, em viagens…
E quantas viagens! A bordo do Chevette 1973 Armando, sua esposa Paisa e o restante da família, já viajaram para os quatro cantos do Brasil e até visitaram nossos “hermanos” do Sul do Continente. Brasília – DF, cidades históricas mineiras, Porto Seguro – BA, Caldas Novas – GO, Ponta Grossa e Foz do Iguaçu – PR, Serra Catarinense, Missões e Gramado – RS foram apenas alguns dos destinos visitados nessas cinco décadas. E as viagens e passeios continuam até hoje.
Esse motor já rodou mais de 500 mil km!
Embora sempre exigido, o veterano automóvel é tratado com extremo cuidado por seu proprietário. Com manutenções rigorosamente em dia, registradas por Armando ao longo do tempo com notas fiscais e anotações, sempre recebeu os cuidados de um único mecânico, agora falecido. Hoje, cabe ao filho de Armando, o mecânico Armando Júnior, a responsabilidade de deixar o Chevette sempre muito bem afinado, pronto para a próxima aventura.
O resultado de tanto critério e dedicação: atualmente seu odômetro marca nada menos que 510.000 quilômetros rodados originais. Seu motor 1.4 ainda de fábrica, nunca passou por retífica.
Destaques dos classificados
Foi o primeiro Chevette do Brasil a receber placas pretas, em 2003
E mais: o Chevette cinquentão nunca foi restaurado, tendo recebido apenas um “banho de tinta” em 2003, quando passou por vistoria e ganhou seu merecido Certificado de Originalidade — necessário porque a pintura original já não tinha mais todo aquele viço. Aliás, foi o primeiro Chevette a receber placas pretas do Brasil, quando havia então acabado de completar 30 anos de fabricação.
Por incrível que pareça, o zeloso Armando mantém ainda hoje o estepe original da Goodyear. Aquele mesmo que veio no carro quando ele saiu da concessionária. Naturalmente, em nome da segurança, ele não pode mais ser utilizado. Por isso, é mantido um estepe novo no porta-malas, para uso em caso de necessidade.
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O antigomobilista Armando
Figura muito conhecida entre os antigomobilistas fluminenses e também do resto do Brasil, Armando Loureiro é um dos quatro fundadores do Grupo AGMH Antigomobilistas, formado originalmente por ele (o ‘A’ da sigla) e os amigos Guilherme Ramos (‘G’), Max Acrísio (‘M’) e Hélio Presta (‘H’). Não se trata de um clube, mas sim de uma confraria, sem diretores e outras características de um clube de carros antigos tradicional, e que foi ao longo de duas décadas reunindo outros amigos colaboradores. Durante muitos anos, o AGMH realizou seus encontros mensais no Museu Conde de Linhares, evento que hoje acontece no Mercado CADEG.
Chevette: 50 anos
Lançado em abril de 1973, o Chevrolet Chevette foi a versão nacional da 3ª geração do alemão Opel Kadett (4ª geração, se considerarmos o Kadett de 1936 e que nada tem a ver com o lançado em 1962).
Foi o primeiro carro compacto da GM no país e seu segundo modelo (sendo o Opala o primeiro). Inicialmente apenas na configuração sedan ‘três volumes’ de duas portas, com motor 1.4 e tração traseira. Depois vieram as versões de quatro portas, em 1978; e a Hatch, em 1980. No mesmo ano foi lançada a station wagon derivada, batizada de Marajó. A família ficou completa com a chegada da picape Chevy 500, em 1983.
Em sua primeira década de produção, o Chevrolet Chevette teve algumas versões esportivas e especiais: GP e GPII (1976 e 1977), País Tropical (1976), Jeans (1979), S/R (1981) e Ouro Preto (1982).
A partir de 1981, a Linha Chevette ficou mais potente, com o motor 1.6. O câmbio de cinco marchas chegou dois anos depois. Houve também a opção de câmbio automático. E na onda dos carros populares, foi lançada em 1992 a versão Júnior, com motor 1.0.
O Chevette foi exportado para alguns países da América do Sul, onde era montado (regime de CKD): Chile, Venezuela, Equador e Uruguai (até 1998). Para o mercado brasileiro, deixou de ser produzido em novembro de 1993.
Ao longo de duas décadas de sucesso, esse compacto da Chevrolet vendeu 1.200.000 unidades e mais 400 mil nos vizinhos sul-americanos.
Texto e edição: Fernando Barenco
Fotos: arquivo pessoal
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