Utilizado a partir dos anos 1950, esse motor fora do convencional equipou modelos da Mazda, NSU, Citroën, Mercedes-Benz e até Chevrolet
O jovem engenheiro alemão Felix Wankel patenteou a primeira versão de seu motor rotativo em 1924, mas a versão final ficou efetivamente pronta apenas em 1957. O motor rotativo Wankel utiliza rotores retangulares no lugar de pistões. Com ciclo de quatro tempos seu sistema de funcionamento é simples e completamente diferente dos motores a combustão convencionais.
Vantagens e desvantagens do motor rotativo Wankel
O motor rotativo Wankel tem algumas vantagens, entre elas: ser mais silencioso, apresentar menos vibração, ocupar menos espaço, ser mais leve, usar menor número de peças móveis, ter custos de produção mais baixos.
Entre as principais desvantagens está a menor durabilidade, o maior consumo de combustível e de óleo lubrificante e a maior emissão de poluentes.
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Esquema de funcionamento do motor Wankel/NSU de dois rotores utilizado no Ro 80
A primeira fabricante de automóveis a se interessar pelo motor rotativo foi a alemã NSU (depois adquirida pela AUDI) ainda em 1957. Depois vieram outras marcas: Peugeot, Mercedes-Benz, Mazda e General Motors.
No entanto, no auge do desenvolvimento desses motores pouco convencionais — nos anos 1960 e 70 —, dois fatores fizeram com que essas marcas fossem perdendo o interesse em sua utilização: a escassez de petróleo e as novas leis ambientais. A Mazda foi a última a parar de fabricar esses motores, em 2012.
Esses 10 carros foram equipados com o motor rotativo Wankel
- NSU Spider – Foi o primeiro automóvel em série a adotar o motor Wankel, no caso um KKM 502 de rotor único de 996 cm³ e 50cv, que usava apenas uma vela de ignição. O câmbio era manual de 4 marchas. Foram produzidos 2.375 NSU Spider entre 1964 e 1967.
- NSU Ro 80 – Considerado revolucionário, ele foi eleito o Carro do Ano da Europa em 1968. Tinha linhas muito avançadas e seu motor Wankel de dois rotores rendia 115 cv. Já falamos sobre ele! No entanto, o motor começou a apresentar problemas de vedação e alto consumo de lubrificante e a consequente necessidade de manutenções constantes. Foi fabricado por 10 anos, com produção total de 37.374 unidades.
- Citroën M35 – Embora vários exemplares tenham sido fabricados entre 1969 e 1971, o M35 nunca foi oficialmente vendido. Foi fabricada uma pequena quantidade que foi cedida a bons clientes da Citroën para testes no uso cotidiano durante um determinado período e quilometragem. O motor era o mesmo usado no NSU Spider e a suspensão pneumática. Apesar de passar nos testes, o número de carros testados não foi suficiente. A maioria foi devolvida à Citroën e destruída. Por isso hoje existem poucos exemplares.
- Citroën GS Birotor – Essa versão do GS com motor rotativo é fruto da experiência anterior, com o M35. Lançado em 1974, em plena crise internacional do petróleo, ele não era dos mais econômicos. Além disso, era um modelo caro. Esses fatores fizeram com que saísse de linha já no ano seguinte, depois de terem sido fabricados apenas 847 unidades.
- Mercedes-Benz C111 – Foram fabricados 16 protótipos desse esportivo a partir de 1970. A Mercedes-Benz queria testar algumas novas tecnologias. O primeiro protótipo foi equipado com motor rotativo Wankel de três rotores com injeção direta de combustível. O segundo, usava o mesmo motor, mas de quatro rotores. Tinha 350cv e podia chegar aos 300 km/h. Mas a Mercedes-Benz não julgou satisfatórios os resultados e testou outras tecnologias nos protótipos subsequentes.
- Chevrolet Corvette Four-Rotor – Inspirado no Corvette, esse protótipo único de 1972 tinha carroceria em fibra de vidro e motor central rotativo Wankel de quatro rotores, de 370cv. Apesar do desempenho e beleza do carro, a General Motors engavetou o projeto, por desistir de adotar aquele tipo de motor.
- Mazda RX7 – Além de ser um dos mais icônicos esportivos asiáticos de todos os tempos, o RX7 é o mais famoso modelo a usar o motor rotativo Wankel. Lançado em 1978, foi fabricado até 2002 e teve três gerações. Com tração traseira, estava disponível com motores de 100 e 135cv na primeira geração, que durou até 1985. Na segunda, ganhou versão turbo e podia chegar a 200cv. A potência aumentou ainda mais na terceira geração, chegando aos 240cv. Somadas as três gerações vendeu mais de 800 mil unidades em todo o mundo.
- Mazda REPU – Essa picape japonesa fabricada exclusivamente para o mercado norte-americano tinha o motor rotativo Wankel até no nome: a sigla REPU significa “Rotary Engine Pick Up”. Fazia parte da linha B da Mazda. O motor de dois rotores era 1.3 e rendia 130cv. Fabricada de 1973 a 1977, foi a única picape do mundo equipada com essa mecânica até hoje.
- Mazda Cosmo – Lançado em 1967, esse esportivo com estilo que lembra o italiano Alfa Romeo Spider (embora seja coupê), foi o primeiro Mazda a utilizar o motor Wankel, no caso um dois rotores de 982cc que rendia 110cv. A produção do Cosmo durou até 1996, dividida em quatro séries. A partir da segunda estava disponível também com motor convencional de 4 cilindros a gasolina e a diesel, dependendo do mercado onde era vendido. A partir da segunda fase, o design foi sendo totalmente modificado.
- Mazda 787B – Esse bólido de corrida é responsável por um feito incrível: foi o primeiro e único a vencer as famosas 24 Horas de Le Mans usando o motor rotativo Wankel de quatro rotores. Isso aconteceu em 1991. Os números impressionam: pesando 830 quilos o 787B tinha 700cv (limitados para a prova, mas podiam chegar aos 900) com cambio Porsche de 5 marchas. Atingia os 360 km/h e ia de 0 a 100 km em 3 segundos. No final daquela temporada do Mundial de Endurance, o regulamento mudou e os motores Wankel foram proibidos.
Redação e edição: Fernando Barenco
Fotos: Divulgação
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