Esportivo nacional fabricado em 1976 pertence a um brasileiro que hoje vive no Canadá
“Alt-Charger”, ou seja, um “Charger alternativo”, assim o site dos EUA Hagerty.com define esse Dodge Charger R/T brasileiro, em uma recente reportagem. De fato, para os fãs de MOPARS do mundo inteiro, Dodge Charger é aquele musculoso e desejado modelo lançado pela matriz da Chrysler em 1966 e cujo design nada tem a ver com a Linha Dart. Ao contrário do Brasil, onde o Charger nada mais é que um Dart com uma roupagem esportiva e alguns cavalos extras.
O chamativo tom de roxo não fazia parte da paleta de cores da Chrysler. Rodas e calotas também não são originalmente do modelo
Por isso, nosso Dodge Charger dá um nó na cabeça dos gringos. Apesar dos nomes homônimos, o brasileiro e o “made in USA” são dois carros completamente distintos. “Um veículo verdadeiramente único, que confunde até mesmo os fãs obstinados da marca Dodge”, afirma a matéria assinada por Benjamin Hunting.
Apesar de manter ainda a placa de licença dianteira de Novo Hamburgo-RS, o carro roxo de teto branco pode ser visto desde 2008 nos meses de verão, desfilando sua pintura chamativa e potência pelas ruas do gelado Canadá.
O interior permanece original
Mas como esse Dodge Charger nacional foi parar lá?
De acordo com o artigo, ele é o único Dodge Charger brasileiro em solo norte-americano. Mas não podemos confirmar essa informação. Por isso o “talvez” no título de nossa matéria.
Ele pertence ao brasileiro João Felipe Heck, um apaixonado pelo modelo, que o adquiriu em 1989, quando tinha apenas 17 anos e ainda vivia no Brasil. Foi seu primeiro carro, comprado dos herdeiros do único proprietário anterior. Naquela época, os beberrões modelos da Linha Dodge, Ford Maverick e Linha Galaxie podiam ser comprados a preço de banana.
Melhorias mecânicas
O motor norte-americano MOPAR V8 408 rende 400 cv
Destaques dos classificados
Originalmente o carro fabricado em 1976 era branco com teto em vinil preto. Nas mãos de Heck ganhou esse chamativo tom “Plum Crazy”, como ele denomina. Talentoso, ele mesmo foi fazendo as modificações e melhorias. Sua mudança para o Canadá aconteceu em 2001. Enquanto não era exportado para lá, o Dodge Charger permaneceu aos cuidados da família por sete anos.
No Canadá, o diferente MOPAR forasteiro ganhou um bom upgrade mecânico. O motor V8 318 original fundido foi substituído por um 408 de bloco pequeno (400cv) e injeção Holley Sniper. O câmbio hoje é de cinco marchas. A quebra do diferencial original obrigou Heck a substituir também boa parte da suspensão e do sistema de freios, por falta de compatibilidade com os componentes norte-americanos.
“Às vezes ele é um pouco selvagem nos semáforos, ou no stop-and-go… “Mas, o verdadeiro perigo que corro não é o carro em si, mas as reações das pessoas ao meu redor. Há sempre alguém dando zoom ao lado com uma mão no volante e a outra na câmera do celular, o que pode ser um pouco angustiante e exige que você preste atenção extra a todos os outros na estrada o tempo todo.”, contou orgulhoso João Felipe à reportagem do Hagerty.
Redação e edição: Fernando Barenco
Fotos: Hagerty
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