As 12 versões do Ford Modelo A em 1930

Carro de sucesso em todo o mundo, inclusive no Brasil, tinha carrocerias nos mais variados estilos, de familiares a “esportivos”

O Ford Modelo A nasceu em 1928 com a difícil missão de substituir o popular Modelo T, eleito “O Carro do Século XX” pela imprensa especializada em 1999, tendo sido produzido de 1908 a 1927.

Apesar de seu enorme sucesso mundial — com mais de 5 milhões de unidades vendidas —, o Modelo A teve vida curta, sendo substituído em 1932 pelo Modelo B (também de 4 cilindros) e pelo Modelo 18, equipado com o novo motor Ford V8, que foi uma grande sensação.

Disponível inicialmente em cinco estilos de carroceria (sem contar a picape e o chassi de caminhão), o número de versões saltou para 12 em 1930. Pinçamos todas elas em um folder publicitário daquele ano. Note que alguns modelos são bem similares entre si, diferenciando apenas o acabamento.

Versões do Ford Modelo A de 1930

Algumas curiosidades da propaganda que encontramos

No folder publicitário, há várias informações interessantes e curiosas. Traduzimos algumas delas:

“O baixo custo inicial é apenas uma vantagem de comprar um Ford. De importância ainda maior é a economia nos custos de operação e manutenção. Com o passar dos meses e anos, essa economia totalizará muitos dólares.”

“A economia do Ford se deve à simplicidade de design, à alta qualidade dos materiais e à precisão na fabricação e montagem. Cada peça foi feita para resistir – para servi-lo fielmente e bem por milhares de quilômetros.”

“Um vendedor que viaja longas distâncias diariamente de automóvel escreve: ‘Comprei um Ford Modelo A Coupê em 8 de maio de 1928 e, no momento em que escrevo, já rodei 75.888 milhas. Depois de dirigir 44.400 milhas, gastei US$ 45 em reparos’.”

“Outro proprietário de Ford conta que viajou mais de 24.000 milhas em um ano e diz: ‘A única despesa com peças foram de 75 centavos para um elo de amortecedor e 50 centavos para uma borracha nova para o limpador de parabrisa’.”

“Um total de 39.721 milhas rodadas é relatado por um proprietário de Ford com 1.685 galões de gasolina. As grandes empresas industriais que mantêm registos precisos de custos compram cada vez mais automóveis Ford todos os anos devido à sua comprovada economia de operação e manutenção.”

“Os freios nas quatro rodas do novo Ford são do tipo mecânico. Eles são excepcionalmente eficazes e confiáveis, com todas as peças de trabalho totalmente fechadas. Isso evita que água, sujeira ou graxa entrem entre as bandas e os tambores e interfiram no desempenho.”

“O conforto na fácil condução é outra característica dos carros Ford. Isso se deve aos quatro amortecedores hidráulicos de dupla ação Houdaille, molas transversais, rodas com raios de aço.”

“O novo Ford é um carro que funciona suavemente porque tem mais de vinte rolamentos de esferas e rolos – um número incomumente grande.”

“Metal brilhante e reluzente é usado nos faróis, na carcaça do radiador e em outras peças metálicas externas do novo Ford. Não enferruja, corrói, mancha ou incrusta sob quaisquer condições. Seu uso é mais uma indicação da política da Ford de dar ‘Valor Acima do Preço’.”

O Ford Modelo A no Brasil

No Brasil, o Ford Modelo A foi um grande sucesso também, onde foram vendidos principalmente os modelos Phaeton (conversível de quatro portas), Roadster (conversível de dois lugares e “banco da sogra”), Tudor (fechado de duas portas) e Fordor (fechado de quatro portas).

A Ford foi a primeira fabricante de automóveis a se instalar em nosso país, em 1919. Os carros fabricados em Detroit vinham encaixotados e eram montados aqui, no sistema conhecido como CKD. Por isso, criou-se o hábito no Brasil chamar de “montadoras” as fábricas de automóveis.

Aqui o Ford modelo A ganhou os apelidos de “Fordinho” e de Ford 29 (não importando o ano de produção!). E assim são carinhosamente tratados até hoje pelos antigomobilistas. E é bem expressiva a quantidade de clubes dedicados ao modelo, sendo o mais famoso o Clube do Fordinho, fundado em 1971 e com sede em São Paulo.