São mais de 150 carros, a maioria importados, com alguns exemplares únicos no Brasil. Todos em pleno funcionamento. O mais antigo foi produzido em 1895
Impactante! Essa é a sensação de quem entra no museu Garagem do Automóvel em Carmo da Mata – MG, distante 168 km da capital mineira, onde fomos recebidos pelo engenheiro, empresário, historiador e proprietário, Rúbio Fernal e pelo curador do museu, André Cavalcanti.
Rúbio Fernal
Os mais de 150 carros em exposição são 100% restaurados, 100% em padrão original, 100% em perfeito funcionamento. Pode-se ligar qualquer um deles, a qualquer momento e sair dirigindo. A coleção foi iniciada há 56 anos e tem veículo que demorou 10 anos para ser restaurado, por seguir rigorosamente o padrão original. Rúbio começou a restaurar automóveis quando tinha 15 anos, com o pai. Os primeiros restaurados foram carros que pertenciam à família.
Em primeiro plano, conversíveis norte-americanos da década de 1950
Veículo do Século 19 é o mais antigo
Ao abrir as portas do museu ao público, o colecionador possibilita ao visitante conhecer a história da evolução do automóvel ao longo do tempo e acompanhar a transformação no design, na mecânica e na mobilidade ao longo dos 130 anos de existência do veículo automotor.
Em primeiro plano, a “carruagem sem cavalo” High Wheeler 1895. Atrás, o Ford Modelo T 1910
Em destaque, o mais antigo da exposição, a carruagem motorizada americana chamada High Wheeler fabricada em 1895 com motor De Dion-Bouton, importado da França, pois não havia motores nos Estados Unidos para se equipar uma carruagem. Logo atrás um charmoso Ford Model T 1910.
Andar por andar, um passeio pelo museu Garagem do Automóvel
Delahaye 148L, Rolls-Royce Phantom II e Horch 951A Pullman Limusine
Destaques dos classificados
A arquitetura do museu também impressiona. Começamos nosso tour pelo 3º andar, onde estão os exemplares mais raros, alguns sendo únicos na face da Terra como o Delahaye 148L 1937, fabricado sob encomenda. Vários Rolls-Royce integram a coleção como o Phantom II 1929. Ao lado, o Horch 951A Pullman Limusine 1937 e mais à frente o Hispano-Suiza HGB 1924 nunca restaurado, um verdadeiro testemunho de época.
Cadillac Formal Sedan V16, Packard Twelve e Fiat Speciale 1.4 Riva
Outro destaque é o Cadillac Formal Sedan V16 1939 com 7 lugares, motor 7.0 cc. Apenas 8 foram fabricados neste ano e mais uns poucos em 1940. O Packard Twelve 1933 recebeu menção honrosa do seleto The Packard Club, pela originalidade e conservação. Um esportivo raro e único no Brasil, o Fiat Speciale 1.4 Riva foi projetado pela famosa fábrica de iates e barcos Riva.
Uma magnífica coleção de relógios
Além de automóveis, cerca de 500 relógios antigos
No terceiro andar, conhecemos também a coleção de cerca de 500 relógios antigos, que fazem parte do acervo do museu. Não são quaisquer relógios. Entre eles, desde um grego, chamado Clepsidra, que marcou o tempo da humanidade entre 2000 e 3000 anos atrás, com ponteiros movidos a água, até um relógio que pertenceu a Napoleão Bonaparte.
Picapes
Chevrolet El Camino com Fords Ranchero ao fundo, International série especial, Hudson Super Six e Amphicar
No segundo andar, uma grande sessão dedicada a picapes, predominantemente norte-americanas, como a Chevrolet El Camino 1959 que aparece na foto à frente de uma trinca de sua principal concorrente à época, a Ford Ranchero nos modelos 1957, 1958 e 1959. Destaque também para as GMC, mas uma raridade chamava à atenção: a picape International Harvester A 100 Golden Jubilee Edition, dourada na pintura, painel, volante e assento. A picape Hudson Super Six 1946 é um utilitário com o conforto dos automóveis da marca, muito requintada.
Entre elas, um estranho no ninho, um Amphicar 1964, o primeiro veículo anfíbio de uso particular do mundo, criado pelo designer alemão Hans Trippel.
Variedade de modelos
De volta ao primeiro andar, onde a mais variada gama de modelos está exposta, encontramos o espaço privativo da indústria automotiva nas décadas de 1920 e 1930 com as marcas Auburn, Opel, Mercedes-Benz, Ford, Fiat, Overland, Chevrolet, De Soto e Chrysler. No grande salão, um desfile de exemplares raros.
Por falar em desfile, o Lincoln Continental Convertible 1967 foi usado como ‘Parade Car’ por seu ex-proprietário, Arnold Schwarzenegger, quando era governador da Califórnia.
Na sequência Daimler DB18 Convertible 1949, Packard Caribbean 1956, Delahaye 135 1935, Edsel Corsair Convertible 1959, Nash Rambler 1950, Studebaker Champion 1950, Jardineira Chevrolet 3800 1951, Lincoln Continental Mark IV 1975, Cadillac Eldorado 1976, Mercury Montclair Turnpike 1958, Cadillac Eldorado 1953, Cadillac Convertible Coupê 1941, De Soto Coronado 1956, Opel Super Six 2.5 Litre Convertible 1936, entre muitos outros.
Nacionais
As três versões do Willys Interlagos, VW Fusca Cabriolet Sulam e Willys Itamaraty Executivo
Três Willys Interlagos, nas três configurações possíveis, Cupê, Berlineta e Conversível, todos fabricados em 1965 resumiam a história deste esportivo.
Na sala dedicada aos nacionais, dois veículos históricos. O Willys Itamaraty Executivo Limousine 1967, com plaqueta de chassi 001, foi da Presidência da República e conduziu a Rainha Elizabeth II em sua visita ao Brasil em 1968.
O VW Fusca Conversível 1993, cuja fábrica produziu três unidades transformadas pela Sulam e que foram utilizados na reinauguração de sua linha de montagem pela comitiva do presidente Itamar Franco, tiveram três destinos diferentes: um está na Garagem Volkswagen, outro está com a família de Itamar Franco e o outro diante de nossos olhos, enriquecendo historicamente este acervo.
Algumas das antigas bombas de combustível
Fazem parte da decoração da Garagem do Automóvel, bombas de combustíveis norte-americanas antigas, bicicletas antigas, livros raros e antigos, malas antigas, miniaturas, placas, peças e acessórios de época completando o ambiente vintage e aumentando a atmosfera retrô.
As visitas são guiadas e podem ser agendadas pelos telefones (37) 99902-2331 e (31) 99061-8098.
Prontos para rodar!
Todos os automóveis estão aptos a rodar
A proposta de Rúbio é manter todos os veículos desta esplendorosa coleção permanentemente em condições de uso e funcionamento, como ele próprio diz: “Todos em ordem de marcha!”. Por isso não há carros em cavaletes ou com óleo retirado do motor. Para tanto são necessários muitos cuidados. O primeiro é com a gasolina brasileira, com sua alta porcentagem de etanol anidro, danoso aos motores antigos. Seus carros recebem apenas gasolina Podium e, em alguns casos, somente gasolina de aviação.
A fachada do museu Garagem do Automóvel, na pequena cidade mineira de Carmo da Mata
Os veículos são movimentados periodicamente para se colocar em ação pneus, motores e parte elétrica. Após serem movimentados, ficam em funcionamento até o esgotamento da gasolina. A limpeza também é realizada com cautela e materiais que não prejudiquem a preservação, especialmente da pintura. Tudo isso faz com que o Garagem do Automóvel seja um museu único, especial, inigualável!
Redação e fotos: Jorge Filho
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