Versão luxuosa equipada com janelas extras e teto solar em lona foi lançada em 1951 e produzida até 1967. Neste comparativo, exemplares de 1954, 1962 e 1965
Atualmente não é difícil encontrar em sites internacionais de automóveis clássicos e leilões de luxo, réplicas muito bem feitas da VW Kombi “Samba”, a cultuada versão de 23 janelas e um enorme teto solar de lona. São exemplares que custam milhares e milhares de dólares, muitas vezes customizadas a partir de Kombis fabricadas aqui no Brasil e que nos últimos anos têm sido mandadas aos montes para o mundo inteiro.
Atualmente as Kombis Samba são raras e muito replicadas
É que uma autêntica Kombi “Samba” é hoje muito rara e tem seu valor ao alcance de poucos. Lançada em junho de 1951, durante a 1ª edição do IAA — o Salão do Automóvel de Frankfurt — depois da II Guerra Mundial, foi fabricada até 1967, tendo a produção total chegado próxima de 100.000 unidades. O nome “Samba”, entre aspas se deve ao fato do modelo ter sido batizado oficialmente pela Volkswagen simplesmente como “Versão Especial”. Embora um emblema com essa nomenclatura não apareça em nenhum local.
O lançamento no IAA de 1951
A curiosa origem do apelido
De acordo com a própria Volkswagen, para o apelido “Samba” — que ela teria ganhado na Holanda — existem duas versões para a palavra, que na verdade é uma sigla: ‘Sonnendach Ausführung mit Besonderem Armaturenbrett’ (versão com teto solar e painel especial) ou ‘Sonder Ausführung mit Besonderer Ausstattung’ (versão especial com recursos especiais).
Como já dissemos, a “Samba” nasceu apenas um ano depois do lançamento da Kombi convencional (Bulli, na Alemanha; VW Bus, nos EUA) e causou sensação, por seus acabamentos e detalhes que davam uma tremenda sensação de liberdade.
O característico teto solar de lona: liberdade
Por fora, a Kombi “Samba” tinha pintura em dois tons separados por um friso largo de alumínio (que depois se tornaria padrão na versão De Luxo). O grande diferencial ficava na cobertura, com quatro pequenas janelas extras retangulares com cantos arredondados em cada uma das laterais e o grande teto solar deslizante de lona com quatro dobras. Esse conjunto de itens dava aos passageiros a agradável sensação de estarem viajando em um conversível.
Destaques dos classificados
O interior tinha acabamento bem aprimorado, com componentes elegantes com painéis laterais e detalhes cromados. Contava ainda com rádio de válvulas modelo Auto Super no painel. No entanto, o marcador de combustível só chegou em 1961.
Evolução lenta e gradual
O interior e o compartimento do motor da 1954. No painel sem marcador de combustível, o rádio e o relógio. O estepe ficava alojado sobre o motor
Durante os 16 anos em que foi produzida, a Kombi “Samba” foi evoluindo sempre, a exemplo da versão convencional e do próprio VW Sedan, o nosso Fusca.
Por exemplo, até o início de 1954, toda Kombi tinha a tampa do motor maior e dentro do compartimento, sobre o motor, ficava guardado o estepe. É conhecida como “barndoor”. Não havia também aquele pequeno avanço do teto sobre o parabrisa, para refrigeração.
Dados técnicos
Os motores tiveram potencias de 1.100 cc, 1.200 e 1.500 cc. E as mudanças variavam também de acordo com o mercado de destino. A versão destinada ao mercado interno manteve as setas estilo bananinha até 1960. Para exportação, a Kombi adotou setas dianteiras (aqui apelidadas de “mamicas”) a partir de 1955.
Kombi “Samba”: características de três exemplares
Nesse comparativo, temos três Kombis “Samba” de fases distintas, fabricadas em 1954, 1962 e 1965. Todas pertencem ao acervo Oldtimer, um departamento da Volkswagen Commercial Vehicles, voltado à preservação histórica, com sede em Hanover.
Confira algumas características de cada uma delas.
As diferenças mais nítidas estão na traseira. A 1954 (e) possui porta estilo grande ‘barndoor” e lanternas diminutas. A 1962 (c) duas portas e lanternas maiores. Mantém as janelas traseiras laterais, que nessa época eram feitas de acrílico. Em 1965 (d) a Kombi “Samba” ganhou tampa da mala e vidro traseiro maiores e perdeu os vidros laterais, por isso é chamada de “21 janelas”, ao invés de 23, como as anteriores
A versão de 1954 (e) possui setas estilo “bananinha”, instaladas na coluna atrás da porta. Em 1962 a seta veio para a frente e era bem menor que a redonda adotada depois (d)
As três traseiras, de outro ângulo
O trio em visão de perfil
Redação: Fernando Barenco
Com informações e fotos da VW Oldtimer
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