O Impala foi lançado em 1958. Mas há uma sutil diferença na nomenclatura entre os fabricados neste ano e os subsequentes. Veja só!
Essa obra prima do design norte-americano — com sua pintura “encarnada”, sua imensa grade, seus quatro faróis, sua profusão de cromados, seu interior colorido — está sendo oferecida no sofisticado site de leilões RM Sotheby’s. A página do anúncio anuncia em destaque: “Chevrolet Bel Air Impala Convertible 1958”.
Mas, espere um pouco! Bel Air e Impala não são dois carros distintos? A resposta é sim e não! Os Impalas do ano do lançamento (que é 1958) tem um pequeno detalhe em sua nomenclatura que o difere dos produzidos nos anos seguintes. Confira!
O full-size top de linha dos anos 1950
No ano do lançamento, uma única versão
O Bel Air nasceu em 1950, um ano depois do lançamento da novíssima linha Chevrolet pós II Guerra Mundial, passando a ser o top de linha. Nos três primeiros anos, a denominação “Bel Air” foi usada em uma única versão de carroceria: a coupê de 2 portas. As demais versões, hierarquicamente abaixo dele eram a Styleline (três volumes) e a Fleetline (fastback), a Convertible e a Station Wagon.
Em 1953, novas versões para o Bel Air e nova nomenclatura
Em 1953 a Linha Chevrolet passou por uma leve reestilização e a nomenclatura mudou, passando a ser dividida em três conjuntos de modelos ou séries: a top de linha Bel Air, a intermediária Two-Ten (210) e a básica One-Fifty (150). Cada uma com um conjunto de versões de carrocerias. No caso do Bel Air, além do coupê de duas portas sem coluna — agora chamado Sport Coupê — havia os sedan de duas e quatro portas, além do conversível. As station wagons estavam disponíveis apenas nas demais séries.
Os “Tri-Five Chevys”
Tudo novo em 1955
1955 foi um grande ano para a Chevrolet, com o lançamento da até hoje admirada nova linha, totalmente redesenhada e agora equipada com uma nova versão do motor de 6 cilindros, com 136hp ou com V8 de 162hp; nova suspensão, entre várias outras novidades. O Bel Air ganhou sua versão SW, disponível com duas ou quatro portas.
Destaques dos classificados
O sucesso do Bel Air se manteve nos dois anos seguintes. O carro permaneceu basicamente o mesmo, apenas com marcantes mudanças estilísticas, fazendo com que o trio 1955/56/57 ganhasse o apelido de “Tri-Five Chevys” e passasse a ser tema de acaloradas discussões entre os entusiastas e que duram até hoje: qual o mais bonito dos três?
Mas, e o tal “Bel Air Impala”?
Finalmente chegamos em 1958, com uma nova e extensa remodelada na Linha Chevrolet. Uma carroceria totalmente diferente, onde uma enorme grade e agora quatro faróis se destacavam. A nomenclatura também mudou. O básico era o Delray, o intermediário o Biscayne e o top de linha continuava a ser o Bel Air. Mas… 1958 reservava uma grande novidade: a chegada do Impala! No entanto, ele não nasceu como modelo separado e sim uma versão superior do Bel Air.
Embora a palavra “Bel Air” não estivesse presente em nenhum local da carroceria ou interior, tecnicamente, para a General Motors o Impala ainda era considerado uma nova variante superior, como mostra essa brochura.
Propaganda de 1958, com os nomes grifados em amarelo
O “cordão umbilical” somente seria cortado no ano seguinte, quando o Impala começou sua carreira solo como top de linha dos full-size Chevrolet, desbancando o Bel Air de seu reinado que durou quase uma década.
Então, para o ano de 1958 — e somente para ele! — o correto é referir-se a esse majestoso automóvel como Chevrolet Bel Air Impala.
Redação: Fernando Barenco
Fotos: RM Sotheby’s
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