Não se sabe se ele está indo ou voltando! Esse francês é um dos modelos mais esquisitos de nossa galeria de “Carros Estranhos”
Na segunda metade dos anos 1950, a Renault buscava criar modelos que privilegiassem o espaço interno e o conforto dos ocupantes. Com essa premissa nasceu o protótipo Renault 900, monovolume mais do que adequado para a nossa seção “Carros Estranhos”.
Então, antes que você continue lendo, te convidamos a olhar novamente a nossa foto principal ai em cima! Parece um fastback com um longo capô. Mas, notou que o carro está de traseira? E se visto de lado, a coisa fica ainda mais confusa.
Uma verdadeira “pegadinha”
O Renault 900 — também chamado de Renault Projeto 900, por ser um modelo experimental — é de autoria conjunta de dois designers: o “prata da casa” Michel Béligond e Sergio Coggiola, que durante 15 anos trabalhou nos Studio Ghia, da Itália.
Motor V8 a partir de dois Ventoux
A soma de dois pouco potentes 4 cilindros
O visual é muito confuso: não se sabe se o carro está indo ou vindo. A cabine é avançada e os ocupantes do banco dianteiro ficam praticamente à frente do eixo. Com grande área envidraçada, o interior é bastante amplo. Segue o mesmo conceito de outro protótipo, de 1957: o Renault 600.
O motor traseiro é um V8 de 1.7L e 80cv que é o resultado da engenhosa junção de dois motores Ventoux de quatro cilindros, aquele que equipava o nosso conhecido Dauphine/Gordini. Medindo, 4,33 m, a carroceria é toda em alumínio, para aliviar o peso e a suspensão é pneumática.
Renault 900 teve dois protótipos
Foram fabricados apenas dois protótipos — ambos hoje pertencentes ao acervo Renault Classic. À primeira vista iguais, mas entre eles há várias diferenças.
Destaques dos classificados
O primeiro foi o dourado, com dois conjuntos de faróis redondos, parachoque dianteiro bi-partido, lanternas traseiras verticais e entradas de ar no capô do motor, que é totalmente recuado para trás. Com isso, não há um porta-malas com acesso externo e a bagagem era colocada atrás do banco traseiro.
O segundo foi o verde. Ele tem faróis retangulares, parachoque dianteiro inteiriço, lanternas traseiras horizontais e quase triangulares, entradas de ar nas laterais. O motor traseiro é central, e há um pequeno porta-malas atrás dele. Mas essa se mostrou uma péssima solução para o transporte de bagagem, devido a pelo menos dois problemas: já pensou no cheiro desagradável gerado pelo funcionamento do motor em roupas ou qualquer outro objeto transportado ali? E o risco de acidentes? Além disso, o acesso ao motor se tornou mais difícil.
Pouca praticidade e segurança
O Renault 900 exigia um certo contorcionismo dos ocupantes da frente por causa das caixas de roda que ficavam bem atrás da porta. Por isso, para poder sentar, o motorista tinha que deslocar o volante para o lado. Sim, a coluna era móvel.
Somados a todos esses pormenores, o principal problema era a falta de segurança em caso de acidentes frontais, devido à proximidade dos ocupantes com a frente, assim como a Kombi, da Volkswagen.
Por tudo isso, o Renault 900 não passou da fase de protótipos. Mas deixou seu legado para modernos modelos familiares da marca.
Redação: Fernando Barenco
Fotos: Divulgação – Renault Classic
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