Ao contrário da subsidiária brasileira que se limitou praticamente a um modelo e suas variantes, na França o leque foi bem variado ao longo de décadas
A Simca (Société Industrielle de Mécanique et Carrosserie Automobile) foi fundada na França em 1935 através da parceria entre o empresário Henri Pigozzi e a italiana Fiat. No período antes da II Guerra Mundial, a Simca apenas reproduzia os modelos da Fiat. O primeiro foi o Simca 6CV (Fiat 508 na Itália). Depois veio o Simca 11CV (Fiat 518) e o Simca 5 (Fiat 500 “Topolino”).
Nos anos 1950, a Simca passou a produzir seus próprios carros, chegando a ser a segunda maior fabricante de automóveis da França, ficando atrás apenas da Peugeot. Mas, a partir de 1967 a norte-americana Chrysler passou a deter seu controle acionário, restando à Fiat apenas uma pequena fatia da empresa.
Em 1978 a Chrysler vendeu a Simca para a PSA Peugeot Citroën, que aos poucos passou a usar a marca Talbot, definindo a total extinção da marca.
A Simca no Brasil
A Simca foi fundada no Brasil em maio de 1958, em Belo Horizonte – MG, mudando-se depois para São Bernardo do Campo – SP. Curiosamente, em Português sua sigla ganhou outro significado: Sociedade Anônima Industrial de Motores, Caminhões e Automóveis.
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Simca Rallye e Présidence, dois derivados do Chambord brasileiro
Aqui, a marca se limitou praticamente a um único modelo, o Chambord (que na França foi produzido entre 1958 e 1961, com nomenclaturas distintas). Esse modelo padrão ganhou diversas variantes:
- Présidence – a versão de luxo
- Jangada – a station wagon
- Rallye – a versão esportiva
- Alvorada e Profissional – as versões ultra-populares
Produzido entre 1959 e 1966, o Simca Chambord e seus derivados pouco mudaram em termos de design ao longo dos anos. A grande mudança aconteceu ainda em 1966 com a chegada dos novos Esplanada e Regente — mas que na verdade eram versões remodeladas do Chambord, mantendo boa parte da carroceria, a mecânica, a suspensão…
Destaques dos classificados
No entanto, assim como aconteceu com a Matriz francesa, a Simca do Brasil passou a ser controlada pela Chrysler, que tinha como objetivo lançar aqui sua própria linha de automóveis. Por isso, os últimos Simca tiveram a produção encerrada em 1969, dando lugar ao Dodge Dart.
Mas, ao contrário de sua subsidiária brasileira, na Matriz francesa o leque de modelos disponíveis foi bastante expressivo e em constante evolução, ao longo de várias décadas. Vamos conhecer alguns deles?
Modelos Simca que nunca tivemos aqui
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- Simca Aronde – Produzido entre 1951 e 1964, foi o primeiro genuíno modelo da Simca, já que como dissemos, anteriormente seus carros eram baseados em Fiats. Seu nome “Aronde” (Andorinha) é uma homenagem à logomarca da empresa. O pequeno carro estava disponível nas versões sedan de 2 e 4 portas, station wagon, conversível e van de entregas. Teve três gerações e vendeu 1.400.000 unidades.
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- Simca 1000 – Um dos mais populares modelos da marca foi um projeto da Fiat, que depois foi abortado e cedido à Simca. O Mille foi fabricado de 1961 a 1968, período em que foram vendido nada menos que 2 milhões de unidades. Seu motor traseiro refrigerado a água teve potência variável entre 800 cc e 1.200 cc. Teve as versões esportivas Abarth e Rallye.
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- Simca 1000 Coupê – A versão esportiva do Mille é uma criação do então jovem Giorgetto Giugiaro para a Bertone. Foi lançado em 1962 e tinha motor traseiro refrigerado a água de 944 cc. Em 1968, foi remodelado, ficou mais potente (1.200 cc) e ganhou uma grade, já que o radiador foi parar na dianteira. Foi rebatizado de 1200S.
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- Simca 1300 e 1500 – Fabricados entre 1963 e 1975, eram duas versões do mesmo carro, com pequenas diferenças no design, nos equipamentos e na mecânica de 1.3 e 1.5 litros, respectivamente. Bem maiores que modelos anteriores, tinham o estilo de linhas angulares típicos da época e estavam disponíveis nas versões sedan de 4 portas e station wagon, batizada de Break.
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- Simca Cargo e Caboteur – Você sabia que a Simca também fabricou caminhões? Isso começou em 1955, quando ela adquiriu a Ford francesa, que desde 1950 produzia o Cargo e o Caboteur. O primeiro tinha cabine avançada e capacidade de carga de 3 toneladas; e o segundo de 5 e 6,7 toneladas. Milhares de unidades do Cargo foram vendidos ao Exército Francês. A partir de 1957 a produção desses caminhões foi assumida pela UNIC, sua subsidiária.
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- Simca 1100 – Modelo intermediário entre o Mille e o 1300, o 1100 foi lançado em 1967 e inovou por seu motor dianteiro transversal e tração dianteira, assim como o italiano Autobianchi Primula, marca que também pertencia à Fiat. Estava disponível em versões hatchback de três e cinco portas, sw e furgão de três portas. Inicialmente seu motor tinha apenas 944 cc e foi ficando um pouco mais potente com o passar dos anos. Foram fabricados 2,2 milhões de unidades até o fim da produção, em 1985.
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- Simca 1307 – Lançado em 1975 e com carroceria hatchback que lembra o VW Passat, esse foi o último automóvel exclusivamente com a marca Simca. Tinha motor de 1.3 litros e ganhou duas versões mais luxuosas e potentes: 1308 (1.4 litros) e 1309 (1.6 litros). Foi comercializado com diversos nomes dependendo do mercado, entre eles: Chrysler Alpine (Reino Unido, Irlanda e Nova Zelândia), Dodge Alpine (Colômbia) e Chrysler 150 (Espanha). Entre 1979 e 1986 foi produzido pela PSA Peugeot Citroën e passou a se chamar Talbot 1510.
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- Matra-Simca Rancho – Lançado em 1977, o crossover Rancho foi uma parceria entre a Simca — que fornecia o conjunto mecânico do pequeno 1100, com chassi “esticado” — e a carroceria em poliéster e fibra de vidro, projetada e fabricada pela Matra. Apesar do visual “à lá Range Rover”, ele não dispunha de tração integral. O Rancho foi produzido até 1984, no entanto, com a venda da Simca para a PSA Peugeot Citroën, passou a se chamar Talbot-Matra Rancho a partir de 1980.
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- Matra-Simca Bagheera – Esse esportivo tem uma história bem parecida com o off-road Rancho. Também lançado em 1977, tinha carroceria em poliéster e fibra de vidro da Matra, com vários componentes mecânicos do pequeno Simca 1100. No entanto, o chassi era próprio e o motor de 1.294 cc era central. Sua configuração era sui-generis: espaço para três ocupantes na frente, com um banco individual para o motorista e um duplo para os passageiros. Assim como o Rancho, o Bagheera também teve a nomenclatura alterada, passando a se chamar depois Talbot-Matra Bagheera.
Redação: Fernando Barenco
Fotos: propagandas de época e divulgação
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