Funcionando como um sino, ele foi lançado há mais de um século. Na época, além de frágeis, os pneus de automóveis eram caros, devido à escassez de borracha
A curta história de sucesso do sensor de pneus chamado Sino Bosch aconteceu em um curto período do início do século passado, quando a empresa alemã se estabeleceu como fornecedora universal de eletrônicos automotivos.
O automóvel evoluiu de um brinquedo de luxo para ricos para um meio de transporte diário para pessoas e mercadorias. À noite, os veículos precisavam de luzes; quando chovia, precisavam de limpadores de para-brisa e de uma buzina para alertar os outros usuários da estrada. E quem iria querer dar partida em um carro quando a Bosch podia oferecer uma partida elétrica? A Bosch confiou nesse modelo de negócio e se tornou uma referência.
Sensor de pneus: o produto certo, na hora certa
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Mas por que o sensor de pneus Bosch foi necessário e o que o tornou bem-sucedido? Em meados da década de 1920, o automobilismo recebeu um forte impulso; somente na Alemanha, o número de automóveis nas ruas havia triplicado desde 1910.
Mas os pneus ficaram caros, e esse foi o sinal para o desenvolvimento do novo produto: é que o boom automobilístico coincidiu com uma grande escassez de borracha, a matéria prima para a produção de pneus. Naquela época, a seiva da borracha era extraída exclusivamente das seringueiras da Amazônia, e essas árvores estavam sofrendo com a infestação desenfreada de fungos, o que fez com que a exportação de borracha e, consequentemente, a produção de pneus, diminuíssem drasticamente em todo o mundo, o que os tornou extremamente caros.
Como funcionava o Sino Bosch?
Há mais de 100 anos, a composição dos pneus era diferente da de hoje. Eles eram bem mais frágeis e podiam facilmente ficar inutilizados se rodassem com baixa pressão de ar. Além disso, devido à suspensão dos automóveis ser muito macia, semelhante à de uma carruagem, os motoristas mal notavam a perda de pressão. Quando o problema era finalmente detectado, já era tarde.
Um sensor de pneus era parafusado em cada roda. Dentro dele havia um sino mecânico conectado a uma pequena alavanca em forma de colher, que ficava posicionada na lateral da banda de rodagem. Se o pneu perdesse ar gradualmente, a parede lateral se alargava e empurrava a alavanca móvel para cima, acionando o sino! Assim, o motorista era alertado a tempo de investigar a causa da perda de ar e de encher o pneu novamente.
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Apesar do sucesso, sensor de pneus teve vida curta
O desenvolvimento do sensor de pneus da Bosch começou em 1922, quando a escassez de pneus começou a se manifestar, e em 1923 o produto estava pronto para o mercado. Como esse era um problema mundial, a Bosch iniciou uma campanha de marketing internacional no mesmo ano.
Mas o sucesso durou pouco, pois o cultivo industrial de seringueiras nos países do Sudeste Asiático eliminou a escassez de borracha no final da década de 1920. A curta era do Sino Bosch chegou ao fim. Assim, o primeiro sensor produzido pela Bosch acabou se tornando caro demais, já que os pneus se tornaram bem mais baratos.
Adaptado de matéria originalmente publicada no “Blog de História” Bosch
Fotos: Bosch.com
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