Lançado em 1993 e com estilo vanguardista, ele dividiu a plataforma com o Tipo e o Tempra. Vendeu cerca de 70 mil unidades
Os anos 1990 foram cruciais para a Fiat, então sob a liderança de Paolo Cantarella. O engenheiro piemontês impulsionou a empresa a diferenciar ainda mais sua produção e, com isso, fortalecer o Centro de Estilo Fiat, então nas mãos do arquiteto Ermanno Cressoni, que já era chefe de design da Alfa Romeo antes de chegar à Turim. Assim nasceu uma equipe que pôde oferecer carros de todos os tipos: desde sedãs tradicionais até monovolumes originais, mas também brilhantes esportivos, caso do Fiat Coupê.
Fiat Coupê: um novo estilo para novos tempos

Naqueles tempos chegaram os primeiros computadores para dar suporte à atividade de criação, mas o trabalho ainda era feito com modelagem tradicional, retirando plasticina ou construindo modelos em escala 1:1 à mão com gesso, num processo que Giolito definiu como “digital-manual”, porque também se baseava em planos de formas esboçados em pranchetas e calculadoras.
É neste contexto que nasceu o Fiat Coupê, uma criação do grupo liderado pelo designer norte-americano Chris Bangle e supervisionado por Ermanno Cressoni.
A mesma plataforma dos conhecidos Tempra e tipo
O esportivo inovador em sua forma, foi construído na plataforma “Tipo 2”, que já havia demonstrado versatilidade no segmento C com os Fiat Tipo e Tempra, o Lancia Dedra e o Alfa Romeo 155.
Com um espírito bastante “vanguardista”, as linhas do Fiat Coupê não lembraram nada que já havia sido visto, a começar pelo capô que se estendia para se tornar o para-lama.
As laterais eram altas, assim como o terceiro volume curto, que fechava o conjunto com uma cauda truncada, reforçada pelas nervuras que contornavam os para-lamas traseiros, acompanhando a inclinação traçada pelo capô que prolonga o sulco em parte da porta.
Os vidros envolviam o compartimento de passageiros de quatro lugares, muito maior do que parecia de fora. O para-brisa era bastante inclinado, enquanto as janelas laterais enfatizavam o dinamismo dos característicos sulcos inclinados nos para-lamas.
A janela traseira se encaixava na tampa do porta-malas, criando um formato típico de 3 caixas, caracterizado na parte traseira por um conjunto de luzes redondas duplas embutidas.
A originalidade dos novos elementos de estilo se unia a detalhes inspirados no mundo das corridas, que reforçavam a sua esportividade: da agressiva entrada de ar frontal, à tampa do tanque de combustível de metal exposta, com trava de segurança rápida; dos faróis dianteiros com tampa de bolha dupla, às quatro lanternas traseiras redondas; no interior, o painel com uma faixa transversal na mesma cor da carroceria, que lembrava os carros esportivos do passado. Não faltou atenção à aerodinâmica, destacada pelo afunilamento pronunciado do capô e pelas maçanetas das portas “submersas” no pilar.

Nasce o Fiat Coupê
A apresentação oficial ocorreu no Salão Automóvel de Bruxelas de 1993, mas a produção começou no ano seguinte. A montagem foi confiada à Pininfarina, que também cuidou do interior. No lançamento, apenas um motor: o 2.0 ie turbo 16V, acoplado a uma caixa de câmbio manual de 5 velocidades.
Provou ser um carro esportivo brilhante, com mecânica refinada e em constante evolução. Original e um pouco atrevido tanto no estilo quanto na cor, não passava despercebido e oferecia performances que transmitiam emoções.
Mecânicas variadas
No Salão do Automóvel de Turim de 1996, a gama foi renovada, mas apenas em termos mecânicos: o motor de 4 cilindros e 2 litros foi substituído, tanto na versão aspirada quanto na superalimentada, pela unidade de 5 cilindros e 20 válvulas. O sofisticado motor “Pratola Serra” – nome derivado da cidade onde ficava a fábrica – era equipado com eixo de balanceamento contrarrotativo, comando de válvulas variável e ignição de bobina simples. A versão mais potente (turbo) tinha 220 cv e velocidade máxima declarada de 250 km/h: tornava-se assim o esportivo mais rápido da Fiat até então.
Destaques dos classificados
Para ampliar a gama, o motor de 1.8 litro com comando de válvulas variável já montado no Fiat Barchetta também passou a ser oferecido: 131 cv e velocidade máxima de 205 km/h.
Para compensar o aumento de potência das versões de dois litros, as suspensões foram ajustadas e o sistema de freios foi reforçado com novas pinças da marca Brembo. Com a “Limited Edition” de 1998, reservada para a versão turbo, a caixa de câmbio foi atualizada para 6 velocidades com espaçamento mais curto: mais tarde, foi montada em todos os turbos e a série limitada foi renomeada “Turbo Plus”.
Com produção de mais de 70 mil unidades, o Fiat Coupê foi um esportivo com linhas originais e fora da caixa, capaz de exaltar seu desempenho. Equipado com mecânicas cada vez mais refinadas, é lembrado como um símbolo da interpretação da Fiat do conceito de esportividade.
Com fotos e informações de Heritage Stellantis

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