Alfa Romeo Brasil 2015 – Caxambu, MG
Dos FNMs à Giulietta
Encontro fez uma retrospectiva dos modelos Alfa Romeo dos anos 1960 até a atualidade
[dropcap]A[/dropcap] famosa cidade turística mineira de Caxambu se transformou no último final de semana prolongado no “quartel general” dos apaixonados por uma marca italiana de automóveis, cujo tradicional ‘cuore’ de sua grade faz disparar os corações dos adeptos da combinação esportividade + sofisticação + personalidade. Organizado pelo Alfa Romeo Clube de Minas Gerais e Alfa Romeo BR, o Alfa Romeo Brasil 2015 aconteceu entre os dias 18 e 21 de abril e contou com a participação de alfistas de vários pontos do Brasil: sul, sudeste, centro-oeste e nordeste.Sobre Caxambu, vale aqui um parênteses: cada vez mais essa estância hidromineral vem se tornando palco de grandes eventos de automóveis, que acontecem sempre no Parque das Águas. Lá já aconteceram também algumas edições do Blue Cloud — Encontro Anual de DKWs, o Encontro Nacional do Passat — no ano passado — e também diversas edições do Encontro AGMH de Veículos Antigos, que em 2015 já está agendado para acontecer de 11 a 13 de setembro.
Voltando ao evento, ele foi uma vitrine da marca Alfa Romeo de modelos fabricados desde os anos 1960 até os dias atuais, — os produzidos na Itália e também aqui no Brasil. Comecemos então pelo mais antigo (entre os automóveis, porque havia “pesados” também), um FNM 2000 JK 1961, pertencente ao médico suíço Axel Max, considerado o maior colecionador de automóveis Alfa Romeo de todo o mundo e que mantém alguns exemplares de seu acervo no Brasil. É sempre interessante lembrar que o JK começou a ser produzido sob licença da Alfa Romeo em 1960, pela estatal brasileira Fábrica Nacional de Motores (FNM), cuja sede ficava localizada em Xerém, distrito de Duque de Caxias, RJ. O nome JK foi uma homenagem ao ex-presidente da República Juscelino Kubitschek. A partir de 1964, com o Golpe Militar, o novo regime exigiu que o nome do automóvel fosse “encurtado”, passando a se chamar simplesmente FNM 2000. Em 197o, ele passou por ligeiras alterações estéticas, sobretudo no formato da grade e nos detalhes de acabamento internos. O motor ganhou mais potência e o modelo passou a chamar-se FNM 2150.
Aliás o exemplar específico do modelo presente em Caxambu tem história para contar. Fabricado em 1971 e hoje com aparência original, pertence ao ex-piloto e mecânico especializado Oswaldo Barros, que o comprou em 1988 e o preparou para ser campeão das pistas, o que de fato aconteceu. Em 1999, barros abandonou as corridas. Mas sobre o painel do 2150 “careta” uma miniatura lembra o tempo em que exibia adesivos e o número 88 nas laterais.
Mas falando em Oswaldo e Fé-Nê-Mês, uma das grande atrações deste evento bienal em 2015 foi a presença de quatro cavalos mecânicos FNM de Oswaldo Strada, o maior colecionador e preservador desses caminhões em todo o Brasil, possuindo nada menos que 20 caminhões da marca, em sua propriedade em Pilar do Sul, interior de São Paulo.
Destaques dos classificados
Ainda na linha dos nacionais, o Alfa Romeo Brasil levou a Minas Gerais alguns exemplares do 2300, o sucessor do 2150, que completou 40 anos em 2014.
Entre os modelos importados, uma graciosa Giulia 1974, que foi rodando desde a Capital da Bahia; uma esportiva GTV 1974 branca, de Brasília e uma vermelha, de São Paulo; e duas Spiders, uma da antiga e outra da moderna geração. A primeira, 1975 vermelha, de Curitiba. A segunda, preta 1997, de São José do Rio Preto – SP.
Quem entende de Alfa Romeo não pode deixar de notar uma 155 1994 que exibia toda orgulhosa o seu motor. ‘Prima’ de nosso Fiat Tempra, com o qual divide a plataforma, o carro em questão possui um detalhe que o torna um item raro de coleção: diferente de suas irmãs comuns, de 4 cilindros, é uma das 2.000 que saíram de fábrica com motor V6. Estima-se que existam apenas 3 exemplares desta versão no Brasil.
Presença também de diversos exemplares bem contemporâneos, como os 145, 164 e 166, dos anos 1990; e 147 e 156, 159 década de 2000, até a atual Giulietta.
Texto e edição: Fernando Barenco
Fotos e colaboração especial: Luiz Carlos Fortes Braga
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