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As corridas de rua de Petrópolis sob o ponto de vista de um menino

corridas de rua de Petrópolis

Filho de um piloto da época, José Augusto Varanda conta suas memórias daquelas corridas no livro “Petrópolis no Cenário do Automobilismo Nacional”

Em sua 11ª edição, em 1968 uma sequência de trágicos acidentes puseram fim ao famoso Circuito de Petrópolis, cujas provas aconteciam em algumas das principais ruas da cidade da Região Serrana Fluminense.

Muito antes disso, Petrópolis já havia ganhado projeção no cenário do automobilismo brasileiro. A primeira prova de subida da montanha aconteceu na estrada que liga a cidade à então Capital do Brasil, o Rio de Janeiro. Isso aconteceu em 1929. Na mesma época, o petropolitano Irineu Corrêa viria a se tornar o primeiro piloto brasileiro a vencer uma corrida internacional: a Chester Fair, nos Estados Unidos.

Corridas de rua de Petrópolis

A terceira edição do Circuito de Petrópolis aconteceu em 1951


Voltando aos anos 1960, na efervescência da época de ouro do automobilismo romântico, um garoto chamado José Augusto acompanhou de perto o ápice das corridas de rua de Petrópolis. Filho de um dos mais famosos pilotos da cidade e do país na época, Aylton Varanda, ele lançou recentemente o livro “Petrópolis no Cenário do Automobilismo Nacional”, onde junta suas memórias a um grande trabalho de pesquisa histórica, para falar de nomes das pistas na época — muitos deles oriundos de Petrópolis como Mario Olivetti, seu tio Álvaro Varanda Filho, além é claro, de seu pai.

Os heróis das corridas de rua de Petrópolis

A obra de 252 páginas é dividida em quatro seções. A primeira começa falando sobre as primeiras corridas realizadas no Brasil e traz uma breve biografia do “desbravador” petropolitano Irineu Corrêa. Também nessa seção estão os dois mais importantes capítulos: os que contam as origens do automobilismo petropolitano e narra em detalhes cada uma das 11 edições do Circuito de Petrópolis, cuja primeira edição aconteceu em 1948 — com a vitória de Benedicto Lopes — e a última no fatídico 1968. Fechando a seção, uma homenagem aos dois jovens pilotos que perderam suas vidas naquela prova: Sérgio Cardoso e Joaquim Carlos Telles de Matos Filho, o Cacaio.

A Seção #2 vai além das fronteiras da “Cidade Imperial” traçando um perfil da participação dos pilotos petropolitanos em outras provas do automobilismo brasileiro, tendo como pano de fundo a carreira de seu pai Aylton Varanda, no período entre 1951 e 1967.

Aylton Varanda e Mário Olivetti ao lado do Alfa Romeo “Tanto Faz”


Homenagem

Mário Olivetti mereceu um capítulo inteiro da Seção #3. Grande amigo e parceiro de Varanda, foi o vencedor do Circuito de Petrópolis de 1962, dos Mil Quilômetros de Brasília de 1963, bicampeão carioca em 1968 e 69, entre muitas outras vitórias e ótimas colocações. Morreu em 2020, aos 91 anos.   

“Petrópolis no Cenário do Automobilismo Nacional” traz ainda uma parte introdutória, que conta um pouco da história da cidade e os fatos mais marcantes desde as suas origens, que remontam a 1822, com a compra da Fazenda Córrego Seco pelo Imperador Dom Pedro I. O objetivo é situar o leitor que não está familiarizado com Petrópolis, com o contexto histórico do que lerá nas páginas seguintes.

José Augusto Varanda durante o lançamento do livro, em Petrópolis


O lançamento do livro aconteceu no dia 2 de setembro — acompanhado de uma palestra proferida pelo autor — fazendo parte da programação oficial do evento 2º Circuito Imperial de Automobilismo.


Petrópolis no Cenário do Automobilismo Nacional

  • José Augusto Varanda
  • 252 páginas
  • Muitas fotos de época

Redação e edição: Fernando Barenco

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