Um misterioso protótipo de 1961
[dropcap]N[/dropcap]a cobertura do Salão do Automóvel de São Paulo, publicada na edição de fevereiro de 1961 da Revista 4 Rodas, chama a atenção a foto desse automóvel esportivo, com jeitão de Karmann Ghia (que somente seria lançado no Brasil no ano seguinte), mas com grade, o que sugere ter motor dianteiro. Em outra foto que encontramos fazendo buscas pela internet, o stand da mesma empresa fotografado de um ângulo mais distante faz algumas revelações: apesar da grade, as rodas aparentam ser as do Fusca, com calotas bojudas da época. Nos letreiros, o nome da empresa “Nautiplas” e os dizeres “Carroceria esporte conversível (?). Fribroglass”.A reportagem da revista fala o seguinte sobre o protótipo: “Uma firma nacional já está em condições de montar sobre o chassi de dois carros ‘made in Brazil’ (Volkswagen Sedan e DKW-Vemag) carroceria de fibroglas, utilizando como matéria prima resina poliéster. O fibroglas há tempo já está sendo usado na construção de cascos de lanchas e outros barcos, e nos Estados Unidos também na de carrocerias. Na foto vemos uma carroceria de fibroglas apresentada no Salão. O produto ainda não foi industrializado. Só a carroceria agora custaria R$ 600 mil cruzeiros, incluindo estofamento, painel, etc.”
“Fibroglas” nada mais é do fibra de vidro. O texto sugere que não se trata de um automóvel pronto e completo, mas apenas uma carroceria. Não se sabe nada sobre o modelo. Se tem um nome e se chegou a ser comercializado algum exemplar. Se sim, se trataria do primeiro carro brasileiro com carroceria em fibra de vidro.
Mais um mistério de nossa criativa industria automobilística em seus primórdios.
CADASTRE SEU WHATSAPP PARA RECEBER.
Deixe seu comentário!