Com chassi nº 1003, é o segundo exemplar do país e já pertenceu ao cineasta George Lucas
O Tucker Nº 2 do Brasil já chegou ao país. Ele será uma das atrações do Museu CARDE, que será inaugurado no próximo dia 28, em Campos do Jordão – SP. Essas duas imagens do desembarque acabam de ser publicadas pelo perfil @ctbaexotics, que não informa qual a data da chegada, nem o aeroporto. As fotos são de Thiago Dantas e Matheus Cofferri.
O raríssimo automóvel veio de avião dos Estados Unidos (fotos: Thiago Dantas e Matheus Cofferri)
O terceiro de apenas 51 exemplares
Com chassi nº 1003, o Tucker do Museu CARDE pertenceu do final da década de 1980 até 2005 a George Lucas, que produziu o filme “Tucker – Um Homem e seu Sonho”, lançado em 1988, estrelado por Jeff Bridges e dirigido por Francis Ford Copolla (se ainda não assistiu, sugerimos que faça isso).
Preston Tucker e sua criação
É o terceiro exemplar dos apenas 51 polêmicos Tuckers produzidos, todos em 1948. É que, numa estratégia de marketing, seu criador, Preston Tucker, decidiu começar a numeração dos chassis em 1001, para dar a impressão de que outros 1000 já haviam sido fabricados anteriormente.
Video promocional do leilão em Monterey – Califórnia, onde o carro foi arrematado
O histórico do Tucker do Museu CARDE
De acordo com informações do Tucker Automobile Club of America, o Tucker Nº 1003 foi vendido zero km no dia 11 de agosto de 1948. Mas, por algum motivo desconhecido, pouco tempo depois foi devolvido à fábrica em troca do carro 1002. Foi então usado como um modelo de publicidade da fábrica em Cincinnati, cidade onde permaneceu até junho de 1950, quando foi então vendido a um certo Art Watson, da Flórida. Em 1962 o 1003 foi vendido para o Museu de Memórias Automobilísticas, na pequena cidade de Louisa – Virginia, onde permaneceu até o final da década de 1980, quando foi vendido a George Lucas, então empolgado com o carro e o sucesso do filme que acabara de produzir. Em 2005, nova troca de mãos, dessa vez sendo adquirido por proprietários na Califórnia, que o restauraram. Originalmente tinha pintura marrom (600 Maroon, de plaqueta).
Pelo que pudemos apurar, o agora “nosso” Tucker Nº 2 nos últimos anos foi oferecido em leilões de dois dos mais famosos e sofisticados concursos de elegância dos Estados Unidos: Amelia Island, em 2013; e Peeble Beach, em 2014.
Destaques dos classificados
Em agosto deste ano foi adquirido pelo novo Museu CARDE, através de outro leilão, em Monterey – na Califórnia, organizado pela Broad Arrow Auctions. De acordo com o site do leiloeiro, o martelo foi batido por US$ 1.380.000 (equivalente hoje a cerca de R$ 7.800.000)
Mas e o Tucker Nº 1 do Brasil?
Com chassi nº 1035 (portanto, o 35º produzido), o primeiro Tucker a chegar ao Brasil tem uma trajetória tão misteriosa, intrincada e cheia de reviravoltas quanto a própria história da empresa Tucker. Ela foi muito bem contada há alguns anos em uma série de reportagens da Revista Classic Show, o que exigiu um grande trabalho de investigação.
O Tucker Nº 1 do Brasil quando foi resgatado e em foto da revista Classic Show
No início dos anos 1950 — quando ainda era novinho — ele foi prêmio de uma rifa e depois de trocar várias vezes de mãos e sofrer uma série de modificações, passou a fazer parte do Museu Paulista de Antiguidades Mecânicas, do colecionador Roberto Lee, com sede em Caçapava – SP.
Com a morte de Lee, em 1975, todo o seu acervo — incluindo o Tucker Torpedo — ficou abandonado devido a uma disputa familiar que durou anos. Durante esse período, as infiltrações no prédio, os saques e o descaso quase deram cabo do que um dia havia sido um dos principais pontos turísticos da cidade.
Há alguns anos, um grupo de entusiastas deu início à recuperação do que restou do antigo museu, num processo árduo e trabalhoso que dura até hoje. Foi então criado o Museu Roberto Lee, que tem preservado e recuperado os automóveis do antigo acervo, incluindo o Tucker Nº 1.
O Tucker “Frankenstein”
O “Frankenstein” construído em 2013
Além dos 51 Tuckers oficiais, existe um Tucker “Frankenstein” vermelho cereja que foi montado em 2013 a partir do que restou de dois exemplares acidentados: o 1018 e o 1027. Esse carro, que pode ser chamado também de “temporão”, “extra-oficial” ou “apócrifo”, tem em sua plaqueta o Nº 1052. Publicamos essa incrível história aqui no Maxicar em 2017. Vale a pena dar uma lida!
Redação: Fernando Barenco
Fotos: Broad Arrow Auctions, @ctbaexotics e divulgação
Video: Canal Broad Arrow Auctions & Private Sales, no Youtube
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