7º Encontro AGMH de Veículos Antigos em Caxambu, MG
Ford e Willys em destaque, numa das melhores edições
Evento no Parque das Águas teve participação de antigomobilistas de todo o Sudeste
[dropcap]F[/dropcap]oi um final de semana com lindos e ensolarados dias, mas com aquele clima ameno, típico da região do Circuito das Águas de Minas Gerais — considerado um dos melhores do mundo. E esse foi um fator que contribuiu para que essa edição do Encontro AGMH de Veículos Antigos em Caxambu — que aconteceu entre os dias 9 e 11 de setembro — fosse uma das melhores entre as sete já realizadas. O astral esteve ‘lá em cima’! Também, com uma paisagem dessas…
As marcas homenageadas esse ano foram a Ford e a Willys, fazendo com que os antigomobilistas proprietários de Corcéis, Mavericks, Galaxies, Aeros, Gordinis, entre outros modelos se empolgassem em tira-los da garagem. Esses tiveram local de honra, ficando estacionados sob uma tenda armada bem na entrada no Parque das Águas, enquanto modelos das demais marcas se espalharam pelas alamedas e jardins dos arredores.
Mas por que Willys e Ford? A americana Willys instalou-se no Brasil em 1952, primeiro montando aqui o Jeep e a Willys Station Wagon. Depois passou a fabricar aqui mesmo o Aero, o Itamaraty, a Rural, a Pick-up Jeep Willys (F-75), o Gordini e o Interlagos, além do próprio Jeep. Passando por dificuldades financeiras, a empresa passou seu controle acionário para a Ford em 1968, que incorporou os modelos Willys à sua linha (exceto Gordini e Interlagos).
Foi uma bonita exposição, com cerca de 150 veículos, entre automóveis, motocicletas, e caminhões — esse divididos entre civis e militares. Não faltou nem mesmo um muito curioso triciclo, que teve um VW 1600 (o Zé do Caixão) utilizado como base para sua carenagem.
Destaques dos classificados
Participaram antigomobilistas dos quatro estados do Sudeste. 680 quilômetros foi a distância percorrida por Marcos Vinicius Alcântara. Ele partiu de Vila Velha, no Espírito Santo, a bordo de seu Maverick 1976, tendo sido o que veio de mais longe.
O Clube do Fordinho, de São Paulo, foi um dos clubes convidados e foi representado por Nelson Fidelis e seu Ford Custom 1951. E foi acompanhado pelo amigo Francisco Moutinho que, apesar de ser o presidente do Chevrolet Clube de Automóveis Antigos, levou seu Ford De Luxe Sedan 1940. Ambos via de regra comparecem aos eventos rodando em automóveis bem antigos — das décadas de 1920, 30, 40… — não importando a distância a percorrer. E dessa vez não foi diferente.
Representando Minas Gerais, o clube convidado foi o Galaxeiros das Gerais, de Belo Horizonte, através de seu presidente, Antônio do Monte Furtado Filho, com seu Landau 1979.
De Congonhas – MG, Robson Elias e seu Aero Willys 1965 — que aparece na foto principal dessa reportagem. E da vizinha Conselheiro Lafaiete, Luciano Carvalho Oliveira e seu Corcel GT XP 1972, lindo exemplar totalmente original de fábrica, jamais restaurado. Aliás, o Corcel é o automóvel que melhor representa o elo de ligação entre Willys e Ford. Na época em que foi vendida, a Willys trabalhava no projeto de um pequeno automóvel também de origem Renault que substituiria o Gordini. Era o Projeto ‘M’, logo adotado pela compradora Ford. Assim, em 1969 era lançado o Corcel. Dizem os nos primeiros exemplares produzidos, os vidros têm a marca Willys.
A Cotrams — empresa de Caxambu que restaura veículos militares — levou ao encontro algumas de suas viaturas peso pesado: Mercedes Benz 1519 Boomerang 6X6 1976, Ford F600 4X4 1974, Engesa EE25 6X6 1981, Mercedes Benz LG 1819 6X6 1979, Toyota Bandeirante Xingu 1992 e Dodge M-52 1952.
Entre os caminhões civis, duas verdadeiras preciosidades da marca Chevrolet recém restauradas: C60 1971, que pertenceu à concessionária Chevrolet de Alfenas até 1998; e Chevrolet Brasil 6500 1962, com padrão original, mas uma particularidade: foi adaptada a tração integral Engesa, como em versões militares.
Da Volkswagen, dois exemplares da raríssima Kombi de 6 portas; um Fusca alemão ‘Oval’ 1957 — pertencente ao Hélio, o ‘H’ do Grupo AGMH (organizador do evento); um magnífico Passat TS 1977 num tom de ocre metálico; além de outros Passats, Karmann Ghias, Fuscas nacionais, Brasílias e outra raridade da marca: uma pouco conhecida Variant Standard 1973, que ao contrário da versão normal, não possui nenhum friso externo e tem o interior bastante espartano, com bancos com forrações claras e mais simples e painel sem a famosa forração imitação de jacarandá.
Da Chevrolet, muitos exemplares do Opala em diversas versões, com destaque para o Comodoro marrom 1979 com teto de vinil estilo ‘Las Vegas’ de David Nascimento Gomes, que ‘reestreava’ na estrada depois de um longo período em restauração. E ainda: um estiloso Bel Air 1954 ‘Street Rod’, um superesportivo Corvette 1978, uma impecável pick-up C10 1973 e um Biscayne 1963 — esses dois últimos premiados. Veja as fotos dos contemplados abaixo.
Entre os vários Mercedes Benz, nos chamou a atenção os conversíveis SLK 230 de Antonio Nogueira, de Juiz de Fora – MG e de Roberto Frazão, do Rio de Janeiro. Apesar de ainda bastante moderninhas — fabricadas respectivamente em 1997 e 2001 — já podem ser consideradas clássicas. Afinal, os Mercedes Benz já nascem clássicos!
A presença de público foi muito boa durante todo o sábado. Os que visitantes do Parque das Águas se surpreendiam com a presença dos automóveis, que representou uma atração a mais para os turistas. E os que estavam ali especialmente para o evento, podiam desfrutar das belezas e atrativos do parque, como as diversas fontes de águas minerais — cada qual com suas propriedades terapêuticas — os passeios pelas trilhas, a piscina de água mineral e o lago.
O mini Fusca de Lucas Pacheco foi uma atração à parte. O menino de 11 anos, morador de Pouso Alegre – MG levou à criançada para passear pelas imediações do evento durante toda a tarde. Chegavam a formar fila para dar uma voltinha de VW Conversível.
A cerimônia de homenagens e premiação também aconteceu sábado, durante um coquetel oferecido pelo Palace Hotel, onde grande parte dos expositores ficou hospedada. A turma se divertiu com o show musical “Cauby — Cantadas & Risadas” apresentado por Anderson e Marco Aurélio. Uma curiosidade: talentoso artista, Anderson é também o competente maitre do restaurante do Palace Hotel.
Os demais membros do Grupo AGMH prestaram uma emocionante homenagem surpresa a Guilherme Ramos, um de seus fundadores e que representa a letra ‘G’.
No domingo pela manhã, enquanto os expositores que moram mais longe já se preparavam para a partida, outros chegavam para aproveitar o domingo.
[box type=”shadow” align=”aligncenter” ]Premiados
E atenção: vá se programando para a 8ª edição do evento, que acontecerá em setembro de 2017. E o tema será ‘automóveis de fibra de vidro’, com a participação de Pumas, Malzonis, MP Lafers, Miuras, Santa Matildes, Gurgeis, bugs, Interlagos, Dardos, Corvettes, réplicas Porsche e Cobra… Mas é claro que automóveis antigos de quaisquer outras marcas serão muito bem vindos. Até lá!
Texto: Fernando Barenco
Fotos e edição: Fátima Barenco e Fernando Barenco
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