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IV Passeio de Veículos Antigos em Raposo – Itaperuna, RJ

O Hotel Fazenda Raposo recebeu antigomobilistas dos quatro cantos do Sudeste

IV Passeio de Veículos Antigos em Raposo – Itaperuna, RJ

…mas pode me chamar de ‘mega-evento’!

Quarta edição reuniu antigomobilistas de todo Sudeste no interior do Rio de Janeiro

[dropcap]N[/dropcap]em mesmo os mais otimistas membros do Rio-Minas Clube de Veículos Antigos poderiam supor que aquele despretensioso passeio organizado em 2011 e que reuniu praticamente o pessoal do próprio clube e aqueles amigos mais chegados, iria se transformar tão rapidamente no grande evento que os participantes puderam presenciar este ano. Grande, mas sem perder de vista a ótima organização, a simpatia e o clima hospitaleiro.

Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo: prestigiaram o evento — que aconteceu entre os dias 6 e 8 de junho — antigomobilistas representando os clubes de autos antigos de todos os estados do Sudeste. Muitos retornando após já terem participado em anos anteriores. Outros indo pela primeira vez após ouvirem falar muito bem desse passeio de Raposo, pequeno distrito de Itaperuna, no Noroeste Fluminense. Não contamos, mas seguramente havia lá mais de 200 automóveis em exposição. Número fácil de comprovar pela total lotação do Hotel Fazenda Raposo — o local do evento, que possui cerca de 80 apartamentos — e demais hotéis da região. Raposo não fica próximo dos grandes centros, é verdade! Há cerca de 300 quilômetros do Rio e de Vitória, por exemplo. Ou seja, a maior parte dos participantes fizeram uma longa viagem. Mas pergunte a eles se esse detalhe importou?

Meu calhambeque, bibi!

Alguns dos muitos Fordinhos presentes ao evento. Nostalgia pura!

E a imensa maioria dos veículos não precisou contar com os serviços de uma prancha ou coisa do gênero. Percorreram grandes distâncias rodando, sem notícias de grandes ‘baixas’ pelo percurso. E a qualidade, que já era grande em edições anteriores, foi ainda maior em 2014, com significativo número de automóveis importados, fabricados entre os anos 1920 a 90. Comecemos então pelos ‘Calhambeques’. Fordinhos modelo A eram pelos uma dezena, nas versões Phaeton, Roadster e até uma pick-up com aparência original, mas cuja suspensão denunciava possuir mecânica do Opala. Chevrolet desta década também havia um, um Touring 1927 com suas charmosas rodas em madeira envernizada.

Utilitários & nobres

No alto, dois impecáveis utilitários do passado: Dodge Job Rated e Furgão Ford F1

Além da pick-upinha Modelo A, outros utilitários das primeiras décadas do século passado: Pick-ups Dodge Job Rated 1941 (uma pintura!), De Soto 1950, Ford F1 1951 e Furgão Ford F1 1949 (outra jóia!). Bem mais modernos, os Mercedes Benz Unimog 404 militar 1961 (serviu ao Exército da Suíça) e Unimog 1550 1991.

Mercedes Benz: sinônimos de automóvel de luxo no imaginário popular

300 E, 300 SEL, 500 SEC, 280 SL, 300 SE… por falar em Mercedes Benz foi grande a presença desses aristocráticos alemães cujos modelos formam uma verdadeira sopa de letrinhas e números, que o bom ‘mercedeiro’ sabe decifrar sem maiores dificuldades.

DelRay do ‘Rei”

Reinaldo Azevedo, seu filho Leonardo e o Chevrolet Del Ray: xodó da família

Após surpreender no ano passado levando a Raposo duas enormes limousines Cadillac — medindo quase 8 metros cada — dessa vez o antigomobilista Reinaldo Azevedo, de Itaperuna – RJ, esteve presente com três Chevrolets dos anos 1950, entre eles o xodó de sua coleção. Trata-se de um muito raro DelRay 1958, a versão ‘pé-de-boi’ entre os Chevys daquele ano, lançado em substituição ao modelo básico 150. A base da pirâmide de Impala, Bel Air e Biscayne, sendo o primeiro o mais sofisticado. O modelo era normalmente adquirido por frotistas e órgãos governamentais. O nome ‘DelRay’ foi uma homenagem a uma praia da Flórida.
O exemplar de Reinaldo foi adquirido há 19 anos em Juiz de Fora, na época era preto e branco e havia pertencido às Forças Armadas no Rio e depois na cidade mineira.
— Quando vi o carro pela primeira vez, me chamou a atenção o seu modelo, já que muitos me chamam pelo apelido de “Rei”.— nos contou.

O Corvette em homenagem às 500 Milhas de 1978

Indianápolis

Outro americano de destaque — talvez o mais clicado de todos — foi o Corvette 1978 da série especial Pace Car das 500 Milhas de Indianápolis daquele ano. Além disso, o modelo comemorou também os 25 anos do lançamento do Corvette. Com exclusiva pintura em preto e prata com grafismo alusivo ao evento, foram produzidas 6.200 unidades vendidas na época por cerca de US$ 13.500, valor 35% maior que os Corvettes normais daquele ano.

Fechando a linha de importados, um magnífico Camaro Type LT 1974,  um Impala 1963, um Chevrolet Sedan 1938 com direção do lado direito, um Fusca Cabriolet alemão 1978 e um Chevrolet Bal Air 1954.

Opala & cia

Rodolfo Monteiro e seu Especial 1970

Entre os modelos nacionais, os Opalas rivalizaram com os Volkswagens em termos de quantidade de automóveis. Rodolfo Monteiro levou o seu Especial 1970. Com somente 45 mil quilômetros rodados, o carro tem uma raríssima combinação de cores, com vermelho vinho na carroceria e vermelho no interior. Também originalíssima, a Caravan Diplomata 1986 com pintura em dois tons de cinza padrão de fábrica.

Duas versões do Opala 1972

Ainda sobre os Opalas, interessante notar a preocupação que as montadoras tinham com os detalhes. Caso da dupla fabricada em 1972. O Sedan de Luxo possui grade e calotas diferentes do Coupê Especial (versão de entrada). Segundo Wilson Welco, proprietário do Coupê e presidente do Opala Clube do Rio de Janeiro, ambos possuem cores bastante raras.

Estranho no ninho

Fabricio Pessanha e seu Charger R/T e Francisco José Coelho e o primeiro Voyage placa preta de todo o Brasil

O jovem colecionador Fabricio Pessanha, de Campos dos Goytacazes, RJ tem verdadeira paixão por modelos nacionais fabricados nos anos 1980 e 90, afinal são os automóveis que curtiu em sua infância e adolescência. Mas não são quaisquer modelos não. São os esportivos e especiais, fabricados principalmente pela Volkswagen, como Gol GTI e Saveiro Summer. Dessa linha, são nove ao todo. E ainda Escort XR3, Kadett GSI e Uno 1.6 R. Automóveis verdadeiramente cultuados, com direito a garagem temática, camiseta e uma paixão passada para a família e os amigos. O 13º membro da coleção nada tem a ver com o restante: é um magnífico Dodge Charger R/T 1975 que ele levou a Raposo.

O primeiro PP do Brasil

Em 2012 o Portal Maxicar publicou uma reportagem a respeito do primeiro Voyage placa preta do Brasil. O exemplar 1982 havia acabado de completar 30 anos e pertencia a Camilo Fontana, de Curitiba-PR. Havia recebido incríveis 99,5 pontos no quesito originalidade na vistoria a que foi submetido. Agora o carro mudou de mãos e de cidade. Pertence a Francisco José Coelho, de Teresópolis – RJ. Ele nos contou que está muito feliz com a aquisição. Que foi necessário apenas alguns pequenos detalhes para o carro ficar absolutamente perfeito.

Frente a frente

Chevrolets de um lado e Volswagens do outro

Entre os VWs clássicos — aqueles com motor traseiro refrigerado a ar — além de diversos bonitos exemplares do Fusca nas quatro versões de motorização — 1200, 1300, 1500 e 1600 —, Karmann Ghias coupê e TC, Kombi, Variant, SP2, TL 4 portas, e os ‘primos’ MP Lafer e Puma. A linha Willys esteve praticamente completa com Aero, Itamaraty, Rural, Jeep e Gordini (que exibia seu inusitado local para guardar o estepe). Entre os DKWs, um Puma 1967 da primeira geração e uma Vemaguet 1967 que precisou de uma forcinha para se locomover.

Quase iguais

Belina e Scala: poucas diferenças em dois modelos diferentes

Da linha Ford, nos chamou a atenção dois modelos muito parecidos, mas que são diferentes até no nome. Em 1978 foi lançado o Corcel II e com ele a sua versão SW, a Belina. Quatro anos depois a Ford apresentava o Del Rey, uma versão de luxo do Corcel, numa tentativa de substituir o Landau que saia de linha. Sua versão SW, muito parecida com a Belina, foi batizada de Scala. E é hoje muito rara. Em Raposo, tivemos a felicidade de ver lado a lado um exemplar de cada modelo. Curiosamente, anos depois, com o fim da linha Corcel, o Del Rey SW foi rebatizado de Belina.

Novos clássicos

O belo coupê Calibra: mesma mecânica do nosso Vectra

Tem ganhado cada vez mais espaço, respeito e destaque os chamados ‘novos clássicos’, modelos especiais e diferenciados fabricados por volta de 15, 20 anos e que começam a entrar na mira dos antigomobilistas mais atentos. Neste evento, entre Audi 2.8 Cabriolet, BMW 325 Cabriolet, Fiat Coupe, entre outros, o que nos chamou mais a atenção foi o Calibra 1996.

Um belo coupê esportivo que foi fabricado na Europa com o selo Opel, e comercializado no Brasil como Chevrolet. A mecânica é a mesma do conhecido Vectra, que tantas saudades deixou. Hoje já se tornou um modelo muito difícil de se ver rodando nas ruas e tende a ficar ainda raro, já que foram vendidos aqui apenas 1.563 unidades entre 1993 e 1997, sendo somente 53 em 1996. Colecionadores, fiquem espertos!

Abertura oficial

A abertura oficial aconteceu na manhã de sábado, com a presença do Prefeito de Itaperuna, Alfredo Paulo Marques Rodrigues e da Secretária de Ação Social, Laíde Estides Rodrigues Faria, com a apresentação de uma banda formada por pessoas carentes da cidade. Emocionante a cerimônia da Benção da Chaves, celebrada pelo pároco de Raposo, Padre Rodrigo Henrique Mello.

Em sentido horário, a partir do alto: o prefeito de Itaperuna discursa na abertura do evento; a benção das chaves; Jadir de Oliveira e sua esposa Regina (diretor do Núcleo Itaperuna) e Ricardo Deslandes e sua esposa Ana (Presidente do Rio Minas Clube de Veículos Antigos)

Muita diversão!

Mas um dos principais atrativos de Raposo mais vez ficou por conta da parte social e recreativa, com diversão para pessoas de todas as idades.

Momento da quadrilha

Quem queria relaxar, pode desfrutar de todos os atrativos que o Hotel Fazenda Raposo pode oferecer: piscinas, caminhadas, um contemplativo lago, um confortável saguão com TV… Outro destaque é a mesa farta. Impossível não voltar para casa pesando pelo menos mais dois quilos! Sem contar que o hotel possui a sua própria empresa de águas minerais. Um luxo!

A alegria de um grupo de “caipiras”

E ainda as inúmeras lojas e barracas dos arredores que vendem pijamas e roupas íntimas a preços incrivelmente baixos. As esposas dos antigomobilistas fizeram a festa.

Teve até casamento na roça

O Rio Minas Clube de Veículos Antigos recebeu os antigomobilistas com um coquetel na noite de sexta-feira. No dia seguinte, um bingo apenas para elas.

O ponto alto foi a tão esperada Festa Junina da noite de sábado, com casamento caipira e quadrilha, que contou com a participação de um grande número de pessoas. O “arraia” teve início às sete e meia, com tudo que essa festa típica tem direito: fogueira, barracas de quitutes, doces e bebidas típicas e pescaria.
Somente a participação nessa festa já valeria os quilômetros rodados.

 

Texto: Fernando Barenco
Fotos e edição: Fátima Barenco e Fernando Barenco

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